Produção de ex-ministro e colheita curta: 5 curiosidades sobre o azeite brasileiro eleito como melhor do mundo


Azeite Sabiá, produzido em Santo Antônio do Pinhal (SP), foi o único brasileiro na lista divulgada nesta semana pela Flos Olei 2025. Imagem de arquivo – A produtora de azeite Sabiá, de Santo Antônio do Pinhal
Divulgação/Azeite Sabiá
Produzido em Santo Antônio do Pinhal, no interior de São Paulo, o azeite Koroneiki, da marca Azeite Sabiá, foi eleito o melhor do mundo na categoria azeite médio frutado na edição 2025 do guia internacional Flos Olei 2025.
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Ao todo, o azeite já recebeu cerca de 160 prêmios internacionais em avaliações pelas quais passou, em cinco safras. No site oficial da empresa, ele é vendido a partir de R$ 129.
O g1 separou cinco curiosidades sobre o azeite e a produção dele. Veja abaixo:
Ex-ministro de FHC
A produção do melhor azeite médio frutado do mundo é de responsabilidade de Bob Vieira da Costa, que foi ministro-chefe da Secretaria de Estado de Comunicação do mandato, que iniciou em 1995 e se encerrou em 2003.
Bob Costa e Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil
Divulgação/Azeite Sabiá
Com o fim da atuação no cargo, alguns anos depois Bob e a esposa, a jornalista Bia Pereira, decidiram implantar um pomar em 2014, na cidade de Santo Antônio do Pinhal. Foi aí então que a relação com o azeite teve início de fato.
“Implantamos o pomar em 2014, aqui em Santo Antônio do Pinhal. Primeira produção em 2018, mas foi muito pequena, foi só uma [produção] familiar mesmo. Comercialmente veio a partir de 2020”, disse Bob ao g1.
Bob Vieira da Costa e Bia Pereira, responsáveis pela empresa Azeites Sabiá
Arquivo pessoal/Divulgação
Clima brasileiro interfere na produção
De acordo com o empresário, desde 2008, quando aconteceu a primeira extração de um azeite no Brasil, em Maria da Fé (MG), o país vem se destacando como produtor. Os desafios concentram-se no clima.
“No Brasil, pela questão climática, a gente acaba tendo um pouco antes. Aqui a primeira produção nossa estava com 5 anos de idade. Mas na regra, a média é em torno de 7 a 8 anos que ele tem para atingir o ponto de produção considerado ideal”, disse ele, que apontou a dificuldade com a falta de frio no último ano.
“Este ano foi um ano muito difícil, porque não teve frio suficiente o ano passado. Então interferiu significativamente na produção, poderia ter sido muito maior. Você tem que ter no mínimo umas 300 horas de frio abaixo de 10, 12 graus durante o ano”, relatou.
“Isso acontece no momento em que ela vai adormecer a árvore, ao adormecer ela sente ameaçada, ameaçada ela dá flor, que vai vir a dar o fruto. E se ela não se sentir ameaçada, essa floração fica muito comprometida, porque ela pega toda a energia e transforma isso em galhos, em aumentar o tronco, e não para gerar o fruto. Então precisa desse frio, é fundamental que se tenha”.
A produtora de azeite Sabiá, de Santo Antônio do Pinhal
Divulgação/Azeite Sabiá
Colheita mobiliza até 50 pessoas
Durante a produção, cerca de 5 pessoas participam ativamente. O reforço da equipe acontece durante a colheita, geralmente no início de cada ano, segundo explica Bob.
“A parte mais desafiadora é a colheita. Na colheita você tem um grupo muito maior [de pessoas envolvidas]. Durante o ano, você tem uns 4 ou 5 pessoas que conseguem tocar o pomar. Na época da colheita esse número vai para 50 pessoas. É bem mais desafiador”, acrescentou.
Período curto para a colheita
De acordo com Bob, o período para colheita do produto é muito curto, sempre no primeiro trimestre de cada ano.
“O azeite só dá numa época do ano, geralmente é a segunda quinzena de janeiro, primeira de fevereiro e vai um pouquinho mais até março e aí depois é só nesse período que você vai conseguir colher”.
Como é a classificação dos azeites
Cada azeite é classificado de acordo com a intensidade, podendo variar entre o suave e os mais intensos. Quem explica é esposa de Bob, Bia Pereira.
“O azeite é classificado por intensidade, dependendo do fruto, ele pode ser mais suave, mais médio, frutado ou intenso. O frutado é relativo ao aroma. Então o azeite ele é avaliado primeiro o aroma e depois na boca. Então no aroma ele é suave, médio frutado ou intenso. E tem uma classificação, até 0,4 é suave, 0,4 a 6,5 é médio, frutado e de 6,5 a 8 é intenso”, explicou.
“Na boca você tem que sentir amargo e picante, todo azeite tem que ter amargo e picante. E você sente também gosto de fruta, de tomate. Aí depende da complexidade do azeite. Quanto mais coisas os especialistas percebem, mais complexo é. Isso não significa que o suave é pior, o intenso é melhor e o médio é no meio, não. São coisas diferentes. Vai do gosto de cada um e vai da harmonização também”, finalizou.
Azeite produzido no interior de SP é eleito o melhor do mundo por guia internacional
Divulgação/Azeite Sabiá
Premiação
O azeite premiado é o Koroneiki, da marca Azeite Sabiá, que é comandada pelo casal Bia Pereira e Bob Costa, um ex-ministro do governo de Fernando Henrique Cardoso. O produto recebeu o título de melhor azeite médio frutado do mundo na edição 2025 do guia.
“Para quem vive esse mundo dos azeites, ser reconhecido pelo Flos Olei é extraordinário. É um guia muito respeitado, com uma equipe muito séria. É uma coroação, um enorme reconhecimento para a gente”, disse o empresário Bob Vieira da Costa, responsável pela produção do azeite.
A lista dos premiados pelo Flos Olei 2025 foi divulgada nesta semana e incluiu diversas variedades de azeites. O guia conta com vários rótulos brasileiros e o Sabiá foi eleito o melhor do mundo.
O guia Flos Olei é coordenado pelo crítico internacional Marco Oreggia e conta com a avaliação de especialistas. A premiação acontece todos os anos.
Durante a seleção, cada azeite é degustado em diferentes etapas. Após as provas, os jurados divulgam a nota de cada rótulo.
Azeite de oliva da marca Sabiá, produzido no interior de São Paulo, sendo despejado
Divulgação/Adriano Fagundes/Azeite Sabiá
Azeite de Santo Antônio do Pinhal fica entre os 10 melhores do mundo em premiação
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