Moda do inverno no RS, lareiras ecológicas exigem cuidado; veja dicas para evitar acidentes como o do ex-zagueiro Lúcio


Em maio deste ano, zagueiro pentacampeão mundial passou por cirurgias e chegou a ficar na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), após ter quase 20% do corpo queimado em incidente com equipamento. Uso de lareiras ecológicas exige cuidados redobrados
🔥 Com design elegante e promessa de calor sem fumaça, as lareiras ecológicas se tornaram as queridinhas do inverno nas casas de muitos gaúchos no Rio Grande do Sul. Contudo, por trás da chama bonita e do aparente funcionamento simples, escondem-se riscos que têm preocupado especialistas, bombeiros, e famílias que já passaram por problemas com o aparelho.
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🚨 O ex-zagueiro Lúcio sofreu queimaduras após acidente com uma lareira ecológica em 8 de maio na casa de amigos no Distrito Federal. O pentacampeão mundial teve ferimentos em quase 20% do corpo e recebeu alta em junho.
Veja cuidados essenciais com lareira ecológica:
Seja com lareiras ecológicas, seja com chaleiras ou aquecedores, o inverno pede atenção. Veja algumas dicas dos especialistas:
Nunca reabasteça a lareira enquanto ela ainda estiver quente;
Espere pelo menos 30 minutos após o uso para reabastecer;
Não utilize álcool comum de posto ou produto inadequado;
Evite usar a lareira em ambientes muito fechados e sem ventilação;
Jamais durma com a lareira acesa;
Mantenha crianças e pets longe do equipamento;
Não transporte a lareira acesa de um cômodo para outro.
“No inverno, a gente tem uma crescente da procura por esse tipo de equipamento, e cresce aí na faixa de 60%, 70% as vendas nessa época do ano”, explica Tiago de Almeida Nunes, gerente de uma loja com produtos do setor.
Comercializadas como a versão “clean” das tradicionais lareiras a lenha, esses equipamentos funcionam à base de álcool etílico de alta concentração (92,8° INPM ou 96° GL).
Lareiras ecológicas exigem cuidados para evitar acidentes
Reprodução/RBS TV
Reabastecer
É comum o usuário perceber que a chama enfraqueceu e, de forma impulsiva, despejar mais álcool no reservatório ainda quente, por exemplo. Segundo os especialistas, esse é um erro grave.
O correto é esperar pelo menos 30 minutos para o resfriamento completo antes de qualquer recarga.
“Se esse ambiente não tiver aberturas para a troca de ar, a gente vai ter a presença de gases, como o monóxido de carbono, e a baixa da quantidade de oxigênio no ar, o que é um risco para a saúde”, explica o engenheiro civil e de segurança do trabalho Demétrio Neto.
O 1º tenente Vagner Silveira da Silva, do Corpo de Bombeiros, reforça:
“Esses líquidos combustíveis, em regra, eles são bem voláteis. Então, o vapor do combustível pode causar uma explosão ou descontrole da chama”, comenta o tenente.
Lareiras ecológicas exigem cuidados para evitar acidentes
Reprodução/RBS TV
22% do corpo queimado
A ameaça é real e pode atingir até quem está a metros de distância da chama. Mariana, de apenas 11 anos, viveu isso na pele. Ela estava sentada à mesa com amigas, longe da lareira ecológica que aquecia o ambiente durante uma confraternização.
“Alguém foi reabastecer a lareira ecológica e aquele fogo explodiu e o jato de álcool e de fogo veio direto nela, pegando no dorso todas as costas dela, atingiu o abdômen e parte da coxa esquerda dela”, relembra a mãe, Jaqueline Schneider de Quadros.
Também, recentemente, o ex-zagueiro Lúcio sofreu um acidente com uma lareira ecológica e teve ferimentos em quase 20% do corpo. Ele permaneceu cerca de três semanas internado.
Lúcio relatou que estava jantando na casa de amigos, quando o incidente aconteceu.
“Do nada, a lareira apagou. E em uma infelicidade dele [o amigo], ele foi jogar um galão de álcool sobre a lareira e aí foi uma súbita explosão. Só lembro das labaredas no meu rosto, braço, nas pernas”, recordou-se.
Ex-zagueiro Lúcio publica momentos de recuperação em hospital no RS após acidente com lareira ecológica
Reprodução/Redes Sociais
Outras fontes de calor
Não são apenas as lareiras que preocupam. No Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre, os casos de queimaduras com chaleiras elétricas envolvendo crianças entre dois e quatro anos preocupam.
Daniel Labernarde, enfermeiro e coordenador das UTIs de trauma e queimados do HPS, faz um apelo:
“Quando usar chaleira elétrica, ter atenção para não usar perto da criança ou não deixar que a criança tenha contato, porque elas puxam o fio da luz e acaba virando a chaleira elétrica sobre elas”, pede Labernarde.
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