Polícia investiga se suspeita de matar filha e nora envenenadas também deu remédio com veneno a amiga no interior de SP


Elizabete Arrabaça já foi indiciada pela morte da professora de pilates Larissa Rodrigues e ainda é investigada pela morte de Nathália Garnica. Ela e o filho estão presos. Elizabete Arrabaça
Arquivo pessoal
A Polícia Civil passou a investigar se Elizabete Arrabaça, suspeita de matar envenenadas a filha Nathália Garnica e a nora, a professora de pilates Larissa Rodrigues, no interior de São Paulo também deu veneno a uma amiga anos atrás. A suposta nova vítima chegou a ficar internada, mas sobreviveu.
Na última semana, Elizabete e o filho, o médico Luiz Garnica, foram indiciados por homicídio doloso no crime contra Larissa. Segundo a polícia, Luiz, marido da vítima, foi o mandante e a mãe dele, a executora do assassinato. Ambos estão presos desde 6 de maio (veja abaixo detalhes).
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A possibilidade do envenenamento contra essa amiga de Elizabete, identificada como Neuza, ganhou força após o depoimento do ex-marido da suspeita, Antonio Garnica, na última semana. Já nesta segunda-feira (30), a própria Neuza presta depoimento à polícia, segundo apuração da EPTV, afiliada da TV Globo.
De acordo com Antonio, Neuza, que foi madrinha de casamento deles, procurou-o recentemente para contar o episódio e disse que ficou cinco dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Encontrei ela na porta do açougue, e começando a conversar, [ela] falou: ‘a Bete veio, queria que eu colocasse um colar dela, mas eu tenho meu colar. Falei que eu estava mal do estômago, e ela me deu um comprimido e eu tomei. Cheguei no portão da minha casa, e não consegui entrar. Caí, me socorreram e eu fiquei cinco dias na UTI”‘, disse Antonio.
O g1 tenta contato com a defesa de Elizabete nesta segunda-feira (30).
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Mortes de filha e nora
Suspeita de envolvimento nas mortes da filha, Nathália Garnica, e da nora, a professora de pilates Larissa Rodrigues, Elizabete Arrabaça virou alvo das investigações da Polícia Civil e do Ministério Público principalmente porque, nos dois casos, esteve com as vítimas um dia antes de elas aparecerem mortas.
Os casos aconteceram em um intervalo de um mês e chegaram a ser tratados como morte natural. No entanto, laudos toxicológicos apontaram a presença de chumbinho tanto no corpo de Nathália quanto no corpo de Larissa.
Nathália morreu no dia 9 de fevereiro deste ano, em Pontal (SP). Inicialmente, a polícia tratava o caso como morte natural por conta de um infarto, mesmo ela não tendo histórico de doenças cardíacas. Larissa foi encontrada morta pelo marido, Luiz Antônio Garnica, na manhã de 22 de março, em Ribeirão Preto (SP).
A proximidade das duas mortes e as circunstâncias, uma vez que nenhuma das vítimas tinha problemas de saúde, chamaram a atenção das autoridades e os dois casos passaram a ser investigados de maneira paralela.
Isso porque, quando o laudo toxicológico no corpo de Larissa apontou envenenamento por chumbinho, a Polícia Civil pediu a exumação do corpo de Nathália.
Posteriormente, o laudo toxicológico realizado nos restos mortais dela também apontou envenenamento por chumbinho.
Nathália Guarnica e Larissa Rodrigues eram cunhadas e morreram envenenadas em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/g1
O que se sabe sobre a morte de Nathália Garnica?
Nathália Garnica morreu aos 42 anos, no dia 9 de fevereiro deste ano, em Pontal (SP), onde morava. Um dia antes, Elizabete Arrabaça esteve com a filha. O boletim de ocorrência chegou a ser registrado como morte natural.
Quando as investigações sobre a morte da cunhada, Larissa Rodrigues, começaram, um laudo toxicológico apontou que ela tinha sido envenenada com chumbinho. Elizabete e Luiz Antônio Garnica, irmão de Nathália, foram presos no dia 6 de maio, por suspeita de participação na morte de Larissa.
Como o intervalo de tempo entre os dois casos era curto, a polícia passou a investigar também a morte de Nathália. No dia 23 de maio, o corpo dela foi exumado para ser analisado. No dia 17 de junho, o laudo toxicológico confirmou que Nathália também tinha morrido envenenada por chumbinho.
Por conta da similaridade dos casos e também por ter sido a última pessoa a estar com as duas vítimas, Elizabete, que já era investigada pela morte da nora, Larissa, passou a ser investigada pela morte da filha, Nathália.
Nathália Garnica, Elizabete Arrabaça, Ribeirão Preto, SP
Reprodução/g1
Na sexta-feira (27), a polícia concluiu o inquérito sobre a morte de Larissa e apontou que Elizabete foi a executora do crime. As investigações sobre a morte de Nathália ainda estão em andamento.
A defesa de Elizabete nega o envolvimento dela nos dois crimes. No sábado (28), ela foi transferida para a Penitenciária de Votorantim (SP).
O que se sabe sobre a morte de Larissa Rodrigues?
A professora de pilates Larissa Rodrigues foi encontrada morta pelo marido, Luiz Garnica, na manhã do dia 22 de março, no apartamento onde eles viviam, na zona Sul de Ribeirão Preto (SP). Ela tinha 37 anos.
Um dia antes, a sogra dela, Elizabete, esteve no local. O boletim de ocorrência foi registrado como morte suspeita.
Durante as investigações, a Polícia Civil e o Ministério Público passaram a suspeitar que um pedido de divórcio de Larissa, que pouco tempo antes havia descoberto uma relação extraconjugal do marido, e problemas financeiros de Luiz e Elizabete poderiam ter motivado o crime. As defesas dos dois negam envolvimento na morte da professora.
O laudo toxicológico no corpo de Larissa apontou a presença de chumbinho. As investigações indicaram que Elizabete pesquisou sobre o veneno antes de a nora morrer e também a professora pode ter sido envenenada aos poucos.
Larissa Rodrigues foi morta envenenada e a sogra, Elizabete Arrabaça, é suspeita de envolvimento no crime
Reprodução/g1
Na sexta-feira, Luiz e a mãe foram indiciados por homicídio doloso qualificado por feminicídio e com meio cruel, por causa do uso do chumbinho, pela morte de Larissa. O médico é apontado como o mandante do crime.
As investigações indicam que ele avisou a amante sobre a morte de Larissa 15 minutos antes da constatação oficial do óbito, feita pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O Ministério Público deve formalizar a denúncia à Justiça nos próximos dias.
Luiz Antônio Garnica e a mãe, Elizabete Arrabaça, são suspeitos de envolvimento na morte de Larissa Rodrigues
Reprodução/g1
Investigações em paralelo
Enquanto Elizabete é investigada por envolvimento nas duas mortes, Luiz é investigado apenas pela morte da esposa. Segundo o inquérito policial divulgado na sexta-feira, o médico é apontado como o mandante do assassinato de Larissa, e Elizabete é a executora do crime.
Para o Ministério Público, foi Elizabete que administrou o veneno.
As investigações apontam que os dois mataram a professora por estarem passando por problemas financeiros. Luiz ainda criou vários álibis para não ser responsabilizado pela morte de Larissa.
Mãe e filho estão presos desde o dia 6 de maio. No sábado (28), Elizabete foi transferida da Penitenciária de Mogi Guaçu (SP) para a Penitenciária de Votorantim (SP). Luiz está na Penitenciária de Santa Rosa de Viterbo (SP).
Elizabete Arrabaça é transferida para Penitenciária de Votorantim, SP
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