Comunidade LED: no Rio, espaço vira o ponto de encontro do Festival LED


Em parceria com a Fundação Bradesco, palco contou com uma agenda repleta de conversas sobre educação, tecnologia, trabalho e esporte. Espaço Comunidade LED teve uma programação especial oferecida pela Fundação Bradesco –
Lorena Zschaber/Divulgação
Um local para novas conexões, trocas importantes sobre assuntos em alta na área da educação e de proximidade entre o público e os especialistas foi montado na Praça Mauá, no Rio de Janeiro, durante a 4ª edição do Festival LED Rio – Luz na Educação.
O Comunidade LED, apresentado pela Fundação Bradesco, virou o ponto oficial de encontro nos dias 13 e 14 de junho. Com uma programação recheada de temas emergentes e atuais, foi a escolha ideal para quem aproveitou o evento gratuito e aberto para todas as idades.
Nele, especialistas, educadores, estudantes e talentos Globo debateram a importância de conectar, escutar e colaborar para fortalecer práticas educacionais transformadoras. As arquibancadas com capacidade para cerca de 100 pessoas e o formato de arena deram o toque de integração durante as tardes de programação.
Logo na largada da agenda, um tema muito em evidência: Inteligência Artificial (I.A). João Alegria, secretário geral da Fundação Roberto Marinho, e Barbara Frasseto, head de inovação e estratégia na Fundação Bradesco, compartilharam as novidades encontradas em uma viagem à China, onde a tecnologia está muito aplicada na evolução dos materiais didáticos que automatizam a tutoria.
“Vimos, por exemplo, um tablet que você pode colocar na mesa de estudo da criança em casa e fazer o dever se apoiando no equipamento que, ao mesmo tempo leva conteúdo em diferentes linguagens mas, por conter camadas de Inteligência Artificial, pode atuar como uma espécie de tutor, que faz a pré-correção de exercícios, inclusive uma redação que tenha sido feita à mão”, comenta João Alegria.
Na viagem, também perceberam que é possível um monitoramento de 100% da vida escolar dos estudantes e professores, com salas equipadas de câmeras, recursos de presença como reconhecimento facial e dispositivos que abrangem questões de segurança e comportamento. Uma realidade ainda não aplicada no Brasil e que levanta opiniões divergentes sobre os limites da privacidade.
O que já é real e não se pode negar é que a Inteligência Artificial já faz parte da vida de todos. O uso de modelos como o ChatGPT para ajudar em trabalhos escolares provocou risos da plateia formada por estudantes da Fundação que acompanharam a primeira mesa de sexta-feira (13). Para Barbara, as ferramentas podem ser usadas como um apoio:
“A Inteligência Artificial é capaz de indicar, sugerir, ampliar, mas a decisão final ainda é do ser humano. Quando usada para fins pedagógicos, deve servir à cidadania, ao direito à privacidade, ao pensamento crítico, ao ser humano que está utilizando para o fim educacional ou pessoal”, explica.
Estande da Fundação Bradesco no Festival LED contou a história da instituição e teve distribuição de brindes.
Lorena Zschaber/Divulgação
No Espaço Comunidade LED, Barbara, que é especialista em Gestão de Projetos, Data Intelligence and Analytics, Controladoria e Administração, explicou como a I.A está no dia a dia das 40 escolas próprias da instituição, que é o maior projeto de investimento social privado do país e atende mais de 42 mil alunos na Educação Básica Regular por ano.
Quatro grandes pilares envolvem a tecnologia: na gestão, com uso no tratamento de dados e informações para tomadas de decisões mais assertivas; na formação continuada dos docentes, com a capacitação personalizada para cada região; na sala de aula, onde os alunos usam em projetos com fins pedagógicos e, por fim, no estudo da I.A, onde a Fundação Bradesco busca caminhos para desenvolver um senso crítico sobre ela.
Presente em 26 estados e no Distrito Federal, o projeto inaugurado em 1966 por Amador Aguiar acredita que a só a educação transforma e levou para o Festival LED um estande com interações digitais e brindes para os visitantes. Foi mais um ponto que atraiu centenas de pessoas ao longo do evento.
Dois dias de conversas sobre vida profissional, inclusão e educação
Mara Pane, superintendente de ensino da Fundação Bradesco, participou de conversa no Espaço Comunidade LED
Lorena Zschaber/Divulgação
Professora da área de Química por muitos anos e atual superintendente de ensino da Fundação Bradesco, Mara Pane, participou da mesa “Viralizando o conhecimento científico”. Ela apontou que, para atrair o interesse dos alunos em temas mais densos, numa época em que os vídeos curtos fazem parte da rotina deles, é preciso despertar a curiosidade.
“Os alunos passam a vida respondendo questões, agora é a hora deles fazerem a pergunta. Precisamos estimular que eles olhem o entorno, a comunidade onde vivem, a cidade e vejam qual o problema que chama atenção. E aí, precisamos ter bons professores que vão orientar o recorte certo para essa pergunta que será trabalhada em um projeto”, diz Mara.
Ao se sentirem capazes de entender um conteúdo didático como algo a ser aplicado no dia a dia, ela ressalta que os estudantes criam um novo olhar e desenvolvem um senso crítico.
“Gosto muito do ensino por investigação, quando você leva uma pergunta para o aluno e aí ele vai elaborar uma hipótese, vai pensar naquilo e, quando você apresenta o conteúdo faz sentido pra ele. Você acaba despertando a curiosidade, motivando o aluno e ele aprende também”, compartilhou Mara.
Cursos profissionalizantes como alternativa
A movimentada agenda do Espaço Comunidade LED contou também com a mesa “Entre a escola e o trabalho: como começa a vida profissional?”, onde o abandono escolar pela necessidade de trabalhar foi tema central.
“O trabalho acaba sendo o principal motivo para o abandono de um percurso que deveria justamente formar para o trabalho. Precisamos pensar em formas de que nesse país escola e trabalho deixem de ser conflituosos”, disse Fernando Frochtengarten, head de EJA e FIC da Fundação Bradesco.
Para um jovem começar a vida profissional no Brasil existem muitos caminhos em diferentes realidades socioeconômicas. Fernando ressaltou que, mesmo com as cotas, o universo do curso superior segue seletivo. Por isso, os cursos profissionalizantes são uma alternativa.
“Temos na Fundação Bradesco cursos em diversas áreas do conhecimento. Eles são muito interessantes para aproximar o jovem de uma área que deseja conhecer ou aprimorar algumas habilidades. Com duração de uma semana ou meses, permitem aos jovens fazerem uma trilha um pouco mais personalizada, porque conseguem transitar entre diferentes áreas”, avalia Fernando.
Sábado de trocas sobre inclusão e esporte
Depois de uma sexta-feira de muito conhecimento, a Praça Mauá e o Espaço Comunidade LED voltaram a ser ponto de encontro do Festival LED com novas mesas. O compromisso do setor privado e a necessidade de trabalho coordenado de governos, empresas e toda a sociedade para construir soluções coletivas, fortalecer territórios e gerar impacto positivo e duradouro na vida das pessoas formou a primeira conversa da tarde.
A jornalista e advogada Érica Fortuna, head de relações institucionais da Fundação Bradesco, representou a instituição que está sempre atenta às pautas que busquem proporcionar uma formação educacional mais completa e atual.
Na sequência, o futuro no trabalho voltou à pauta com o olhar de como a educação profissional contribui para a inclusão de grupos historicamente excluídos, não apenas no mercado, mas também nas universidades e nos equipamentos culturais.
Com dois especialistas, a Fundação Bradesco compartilhou a perspectiva de como o acesso ao ensino e a vivência de experiências significativas podem promover uma transformação social real e duradoura no mundo. Edson Lanzoni, head de Educação profissional, e Leonardo Felipe Paes Monteiro, head de educação do Ensino Médio, dividiram os aprendizados que possuem ao trabalhar na área.
Já na mesa “Acolher, antes de competir: o esporte como troca, afeto e formação”, atletas e especialistas discutiram como práticas esportivas fortalecem a autoestima, constroem redes de apoio e ajudam a lidar com traumas e violências.
A conversa mostrou que, mais do que medalhas, o esporte pode oferecer cuidado, vínculo e saúde mental para jovens em contextos de vulnerabilidade. Rogério Curi, head de esportes da Fundação Bradesco, contou sobre as iniciativas que impactam positivamente a vida dos estudantes.
Nos dois dias de festival, o encerramento do Espaço Comunidade LED foi aberto para uma roda de conversa com os Vencedores do Prêmio LED 2025. Os responsáveis pelas iniciativas selecionadas entre mais de 2,3 mil inscritos dividiram suas experiências e aprendizados para inspirar novas ideias de inovação na educação.
Realizado pela Globo e pela Fundação Roberto Marinho, em parceria com a Editora Globo e com patrocínio da Fundação Bradesco, o Festival LED – Luz na Educação promoveu experiências, trocas e diálogos que iluminaram as práticas educativas.
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