Número de estrangeiros que moram em Pernambuco cresce 155%, e histórias mostram laços com o estado


Vinda de imigrantes cresce em ritmo acelerado e revela casos de pertencimento, amor e oportunidades. Número de estrangeiros que moram em Pernambuco cresce 155%, e histórias mostram laços com o estado
O número de estrangeiros vivendo em Pernambuco cresceu 155% nos últimos anos, segundo dados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre 2018 e 2022, 2.642 pessoas nascidas fora do Brasil se mudaram para o estado. Entre 2006 e 2010, esse número havia sido de 1.036 (veja vídeo acima).
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Ao todo, Pernambuco tem hoje 9.611 estrangeiros residentes — mais do que o número de migrantes de 16 estados brasileiros, como Sergipe, por exemplo, que tem 6.297 moradores no estado. Do total de estrangeiros em Pernambuco, 2.516 já se naturalizaram brasileiros.
De forma discreta, mas crescente, as histórias dos imigrantes refletem uma mudança importante no perfil da população pernambucana.
Segundo o IBGE, o número de estrangeiros residentes no estado passou de 5.949, em 2010, para 9.611 em 2022 — um crescimento que reforça a imagem de Pernambuco como um território de acolhimento e novas possibilidades.
Uma dessas histórias é a de Seli Raven, natural do Togo, na África Ocidental. Ele chegou ao Brasil em 2018 para fazer mestrado em estudos da tradução e se estabeleceu no Recife.
Seli Raven é de Togo e mora no Recife
Reprodução/TV Globo
Hoje, trabalha como professor de inglês e francês e também atua como tradutor — especialmente da língua francesa, uma das oficiais de seu país.
Seli é residente permanente desde 2022 e se naturalizou brasileiro este ano. Casado com a pernambucana Cláudia Ferreira, ele é pai de Madalena, uma menina de sete meses que representa a união entre dois mundos distintos.
“Já trabalhei na Nigéria, Gana e já fui para a China, mas achei o povo um pouco frio. Aqui, senti um calor nas pessoas que me lembra minha casa. Além da minha esposa e da minha filha, tem a rede de apoio que construí durante esses anos, e realmente me sinto em casa em Pernambuco”, afirmou.
Outro caso é o da venezuelana Linda Melendez, que chegou ao Brasil em 2014. O plano inicial era seguir para São Paulo, mas o irmão, que trabalhava em Pernambuco pelo programa Mais Médicos, fez com que ela desembarcasse no Recife. O que era para ser apenas uma parada estratégica acabou se tornando lar.
Linda Melendez é venezuelana e mora no Recife
Reprodução/TV Globo
Hoje, Linda trabalha como designer gráfica em uma agência de publicidade e também empreende na área da gastronomia. Além disso, conseguiu se regularizar no Brasil como residente em 2018 e, desde 2021, tem visto de residência permanente. Segundo ela, foi em Pernambuco que encontrou mais oportunidades do que teria em seu país de origem.
“Me prendeu a cidade, a cultura, as amizades que eu criei aqui, e sobretudo o carnaval e a cultura. O São João é incrível. […] Aqui tudo é no social, tipo ‘ah, eu conheço não sei quem, que conhece não sei quem’. Então, assim, fica muito mais fácil de conseguir trabalho. As pessoas já trabalham contigo, então, já te recomendam”, declarou.
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