Alto Tietê atinge 46,76% de cobertura vacinal contra a gripe


Dado corresponde ao período entre janeiro e junho. Apenas Arujá e Salesópolis não responderam. O médico, Gonzalo Vecina, aponta que a desinformação está entre os fatores que trava o crescimento do índice. Alto Tietê vacinou mais de 46% da população contra a gripe
Divulgação/ Dayane Oliveira
Cerca 46,76% do grupo prioritário da vacinação contra a gripe foi imunizado no Alto Tietê de janeiro a junho. No total, 350.236 pessoas receberam as doses contra a doença.
Os dados são resultado de um levantamento feito pelo g1 junto às secretarias de Saúde dos municípios. Apenas Arujá e Salesópolis não responderam até a última atualização desta reportagem.
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Todas as cidades se encontram abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Saúde, que é imunizar 90% público-alvo, que inclui crianças, idosos e gestantes.
Para o médico sanitarista, Gonzalo Vecina, a cobertura vacinal tem crescido desde 2023, mas ainda não é o suficiente. Ele aponta que a desinformação está entre os fatores que trava o crescimento do índice.
Guararema está com 59,9% da população vacinada. De acordo com a Secretaria de Saúde 9.502 foram imunizadas.
Itaquaquecetuba chegou a 51,11% e apresenta o maior índice da região. No total, 81.996 nos primeiros seis meses do ano, segundo a Secretaria de Saúde.
Na sexta-feira (4), Mogi das Cruzes divulgou que atingiu 50,07%, com 109.434 doses aplicadas.
Por outro lado, Ferraz de Vasconcelos apresentou o menor índice. Segundo a Secretaria de Saúde, a cidade vacinou 23,11% do público prioritário, totalizando 32.881 moradores imunizados até junho (veja abaixo mais detalhes).

A pasta informou que tem realizado diversas ações para incentivar a vacinação, destacando a parceria com indústrias do município para levar o imunizante para as fábricas. O objetivo é atender o trabalhador que não consegue ir até uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
O órgão também destacou que uma equipe de vacinação fica de prontidão em eventos de grandes aglomerações, como em atrações culturais e nas entregas de títulos de regularização fundiária.
Crescimento
Para Gonzalo Vecina, médico sanitarista e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), o índice de cobertura vacinal vem crescendo desde 2023, após um período em queda. No entanto, ainda não é o suficiente.
De acordo com o especialista, a queda começou em 2016 devido a diminuição de campanhas de vacinação. Ele aponta o corte em verbas de publicidade por parte do Governo Federal na época como o principal fator que causou a queda.
ESFs atenderão no período noturno para aplicação da vacina contra a gripe, em Dracena (SP)
Prefeitura de Dracena
O Brasil atua com o modelo de vacinação “campanhista”, adotado na década de 1970. O modelo consiste em convocar a população para se vacinar por meio de campanhas realizadas em datas específicas.
Vecina defende que este tipo de ação foi responsável, por exemplo, pela redução da mortalidade infantil no país e, por isso, o corte na publicidade contribuiu para a queda da vacinação.
“A cobertura vacinal começou a cair porque pararam com as campanhas. O Brasil tem um modelo campanhista, onde determina uns dias no calendário e convocam a população. Esse processo teve sucesso. A queda da cobertura tem como principal componente a falta de campanhas em um país com modelo campanhista”, analisou.
O início da pandemia da Covid-19 trouxe um outro problema: as falsas informações relacionadas às vacinas. “Colocaram em dúvida as vacinas e aumentou o número de pessoas que duvidam de sua eficiência, que sempre existiram”.
A desinformação continua sendo o principal fator que prejudica o avanço da vacinação.
“As pessoas precisam ser vacinadas. Vacina não mata, ela cura. É importante levar essa mensagem para a população. A avaliação do imunizante é muito mais cuidadosa do que de um remédio, por exemplo, pelo fato dela ser aplicada em pacientes que não estão doentes, enquanto o outros medicamentos são para pessoas que estão com algum problema de saúde”, finalizou.
Veja a cobertura vacinal nos municípios do Alto Tietê
Biritiba-Mirim
Cobertura vacinal: 47,92%
Pessoas vacinadas: 7.506
Locais de vacinação: todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município.
Ferraz de Vasconcelos
Cobertura vacinal: 23,11%
Pessoas vacinadas: 32.881
Locais de vacinação: todas as UBSs do município. (Veja os endereços)
Guararema
Cobertura vacinal: 59,07%
Pessoas vacinadas: 9.502
Locais de vacinação: UBS Jardim Dulce – Rua Padre Manoel da Nobrega, 35 (das 7 às 17h); UBS Lambaria – Avenida Francisca Lerario, 955 (das 7 às 17 horas); Cesap – Rua São Vicente de Paula, 110 (das 7 às 17 horas).
Itaquaquecetuba
Cobertura vacinal: 51,11%
Pessoas vacinadas: 81.996
Locais de vacinação: todas UBSs do município.
Mogi das Cruzes
Cobertura vacinal: 50,07%
Pessoas vacinadas: 109.434
Locais de vacinação: todas UBSs do município, além no Pronto Atendimento Infantil do Hospital Municipal e do Pró-Criança, para pacientes sem sintomas gripais. Os endereços podem ser consultados aqui.
Poá
Cobertura vacinal: 49,90%
Pessoas vacinadas: 26,7 mil
Locais de vacinação: Todas as UBSs do município, das 8h às 15h30.
Santa Isabel
Cobertura vacinal: 47,8%
Pessoas vacinadas: 12.920
Locais de vacinação: em todas as UBSs do município. A UBS Prefeito Ilário Dassiê funciona das 07h às 19h. As demais atendem das 7h às 16h . (Veja os endereços)
Suzano
Cobertura vacinal: 45,13%
Pessoas vacinadas: 69.297 pessoas
Locais de vacinação: Nas 24 Unidades de Atenção Primária – de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. Somente a Unidade Básica de Saúde (UBS) Prefeito Alberto Nunes Martins – CS II funciona das 8h às 18h. Veja os endereços.
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