Governos da Ásia e da Europa reagem às ameaças tarifárias de Donald Trump


Países que receberam cartas do presidente do EUA com novas sobretaxas, em geral, indicaram intenção de expandir negociações com o governo americano – era o que Trump queria. Governos da Ásia e da Europa reagem às ameaças tarifárias de Donald Trump
Reprodução/TV Globo
Governos da Ásia e da Europa reagiram às ameaças que o presidente americano fez na segunda-feira (7).
Os países que receberam as tais cartas de Donald Trump com as novas sobretaxas, em geral, indicaram a intenção de expandir negociações com o governo americano – era o que Trump queria.
O Japão afirmou que está estudando como ampliar o comércio entre os dois países e eliminar barreiras. Mas o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, criticou Trump:
“É profundamente lamentável que o governo dos Estados Unidos tenha anunciado um novo aumento de tarifas, além das já impostas”.
O ministro da Indústria da Coreia do Sul disse que o momento é para melhorar regulações internas que resolvam o déficit comercial de Washington com Seul.
Coreia do Sul e Japão são, respectivamente, o segundo e o terceiro maiores exportadores de carros para os Estados Unidos, depois do México. O governo americano já taxa em 25% o setor automotivo dos dois países asiáticos.
Outros governos da Ásia, como da Tailândia e da Indonésia, disseram que vão enviar representantes para Washington. Já o governo chinês alertou que pode retaliar governos que firmarem com os Estados Unidos acordos que sejam prejudiciais à China.
Na segunda-feira (7), Trump ameaçou taxar importações de um total de 14 países e, assim, reacendeu a guerra das tarifas comerciais. A União Europeia não recebeu carta com tarifa nova, mas informou que pretende chegar a um acordo com os americanos até 1º de agosto. É o novo prazo que Trump deu para o mundo negociar com o governo dele antes de aplicar as novas tarifas.
Os líderes do bloco europeu, grande parceiro comercial dos Estados Unidos, vêm dizendo que a Europa precisa mostrar força nas negociações. O ministro das Finanças da Alemanha advertiu que, apesar da boa intenção, a União Europeia está preparada para revidar caso necessário.
O Centro de Comércio Internacional da ONU afirmou que a extensão do prazo para as tarifas americanas – de quarta-feira (9) para 1º de agosto – prolonga a incerteza no mercado global. Isso prejudica investimentos no longo prazo e impacta a própria economia dos Estados Unidos.
Em visita ao Reino Unido, o presidente francês, Emmanuel Macron, não comentou diretamente as novas ameaças de Trump, mas disse que os países europeus devem acabar com a “dependência excessiva tanto dos Estados Unidos como também da China”.
Em Washington, Donald Trump ameaçou aplicar novas tarifas a produtos específicos, como semicondutores e até remédios, e anunciou que vai taxar todas as importações de cobre que entram nos Estados Unidos, a exemplo do que fez com o alumínio e o aço. Segundo Trump, a taxa será de 50%. Depois da declaração, o preço do metal bateu recorde no mercado americano.
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