Jovens mortos a tiros no ES tentaram assaltar motorista de app que agiu em legítima defesa, conclui polícia


Câmera de segurança ajudou polícia a solucionar o caso, que aconteceu na Serra, Grande Vitória, em janeiro deste ano. Um suspeito foi preso. Motorista foi inocentado pelas mortes. Polícia conclui que motorista de app matou em legítima defesa
A Polícia Civil e o Ministério Público concluíram que dois jovens mortos em um ataque a tiros em janeiro deste ano na Serra, Grande Vitória, tentaram assaltar um motorista de aplicativo de 30 anos que atirou em legítima defesa. De acordo com a investigação, imagens de uma câmera de segurança ajudaram a entender a dinâmica do crime e revelaram uma tentativa de latrocínio frustrada.
As informações sobre a conclusão do caso foram divulgadas na manhã desta terça-feira (8) pela Polícia Civil. Inicialmente, o caso era tratado como uma discussão que acabou em dois assassinatos, mas a investigação policial apontou a reviravolta. O motorista foi inocentado pelas duas mortes.
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Três suspeitos tentaram cometer o assalto ao motorista de aplicativo, e dois deles acabaram mortos, um adolescente de 17 anos que não teve o nome divulgado e Márcio Vinicius dos Santos Henkert, de 21. O terceiro homem, Flávio Henrique Augusto da Silva, 21 anos, conseguiu fugir, mas foi preso meses depois do crime.
Flávio Henrique chegou a fugir com o celular do motorista e foi preso em maio.
Linha do tempo do crime
As imagens de uma câmera de segurança que auxiliaram no trabalho da polícia mostram o momento em que o motorista de aplicativo chega ao destino da corrida, no bairro de Lagoa de Jacaraípe, com o trio no carro, às 22h53.
Assim que o condutor encerrou a corrida, o trio anunciou o assalto. Foi então que o menor de idade apontou uma arma falsa para a cabeça do motorista, segundo a polícia.
Motorista de aplicativo foi agredido e assaltado e atirou para se defender, concluiu polícia do Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
No vídeo é possível ver um homem de camisa azul clara dando chutes e socos no motorista. A polícia diz que o trabalhador foi espancado. Quando ele consegue sair do carro e se desvencilhar das agressões, atira mais de uma vez. Primeiro o adolescente é atingido e depois Márcio Vinicius.
O chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, explicou a dinâmica do crime.
“O adolescente solicitou uma corrida do bairro São Judas até o bairro Lagoa de Jacaraípe. A corrida transcorreu normalmente. Quando o motorista parou o veículo para os indivíduos desembarcarem, o adolescente sacou um simulacro de arma de fogo que estava na sua cintura, apontou para a cabeça do motorista e anunciou o assalto”, pontuou.
Flávio Henrique Augusto da Silva, de 21 anos, foi preso ao tentar roubar motorista de aplicativo na Serra, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Flávio conseguiu fugir sem ferimentos, levando o celular da vítima, e abandonou o aparelho pouco depois do crime.
“O Flávio poucos dias após o crime ele se apresentou na delegacia acompanhado de um advogado. Ele atribuiu a responsabilidade do crime aos dois que morreram. Ele fala que não sabia que eles iriam cometer um roubo, porém é ele que subtrai o aparelho celular da vítima. Esse aparelho é achado, entregue na delegacia e depois restituído a vítima que reconheceu sendo como seu aparelho celular quando ele prestou depoimento na delegacia”, destacou o delegado.
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Motorista de aplicativo matou dois jovens para se defender de assalto na Serra, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Flávio foi preso no mês de maio, no bairro São Judas, na Serra, e vai responder por tentativa de latrocínio e corrupção de menor.
“O Flávio e o adolescente já tinham uma passagem pela prática de ato infracional análogo ao crime de estupro e o Márcio não tinha nenhuma passagem ainda, foi seu primeiro crime. E nesse primeiro crime, ele acabou morrendo em razão a reação em legítima defesa do motorista de aplicativo”, finalizou.
Motorista responde por porte ilegal de arma
Três dias depois do ocorrido, o motorista de aplicativo se apresentou a polícia também na presença de um advogado e contou o que tinha acontecido.
A Polícia Civil e o Ministério Público entenderam que o motorista agiu em legítima defesa e por isso ele foi inocentado pelas duas mortes. Entretanto, ele responde em liberdade por porte ilegal de arma, uma vez que tinha apenas a posse da pistola, ou seja, autorização para ter a arma, mas não para circular com o objeto.
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