‘Tinha que ser mulher’: como começou a briga entre sargento da PM e mulher agredida em Taguatinga


Antônio Haroldo Camelo da Silva está sendo investigado pela Polícia Civil e pela Polícia Militar após agredir Karla Christinna Pereira durante uma briga de trânsito. Sargento da Polícia Militar do DF agride mulher durante briga de trânsito.
O 2º sargento da Polícia Militar (PMDF) Antônio Haroldo Camelo da Silva agrediu Karla Christinna Pereira durante uma briga de trânsito em Taguatinga Sul, no Distrito Federal, em 20 de maio.
A vítima contou à polícia que, antes da briga, o sargento disse “tinha que ser mulher ao volante” e xingou ela.
Após as ofensas, os dois começaram a brigar. Karla Christinna Pereira foi atropelada e agredida com chutes e socos (veja vídeo acima).
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Nesta terça-feira (8), a PMDF disse ao g1 que o militar segue afastado do serviço operacional e com seu porte de arma suspenso. Ele está no trabalho administrativo da corporação e sua conduta é investigada pela Corregedoria.
Já a Polícia Civil (PCDF) disse para a reportagem que o caso segue sob investigação.
Veja detalhes de como foi a briga
Karla Cristina Pereira contou que precisou parar o carro em uma rua para aguardar outros veículos passarem.
O sargento Antônio Haroldo Camelo da Silva parou atrás dela e buzinou.
A vítima sinalizou com a mão para que o policial esperasse, mas ele saiu do carro e disse “tinha que ser mulher ao volante” e xingou ela;
Karla saiu de seu veículo, atravessou a rua e discutiu com o PM.
Nas imagens, ela aparece se afastando, mas volta e acerta o vidro traseiro do carro do PM. Os dois começam a se empurrar.
A mulher, com o celular na mão, tenta registrar a placa do carro. O sargento entra no veículo e, mesmo com Karla à frente, avança, arrastando-a para dentro da garagem.
Em seguida, a mulher volta a bater no vidro do carro e o sargento desce do veículo, iniciando as agressões com chutes, empurrões e tapas.
A mulher cai no chão após uma rasteira. Moradores e funcionários do prédio aparecem nas imagens e ajudam a conter a situação.
Segundo o boletim de ocorrência, o carro de Karla ficou com a porta aberta durante a briga e sua bolsa foi furtada.
Vítima está abalada
Mulher agredida por sargento conta como briga começou.
Ao g1, Karla disse que todos os dias lembra das imagens e tem medo de sair na rua sozinha (veja vídeo acima).
“Não passo um dia sem chorar sobre o ocorrido. É uma pessoa que devia estar na rua pra defender a gente. Embora eu tenha tido o rompante de dar um soco no carro, foi injusto. […] Se não fossem os moradores [do prédio] eu teria apanhado muito mais”, diz Karla.
‘Apenas me defendi’, diz o policial
Antonio Haroldo Camelo da Silva, sargento da Polícia Militar acusado de agredir uma mulher em Taguatinga
Reprodução/Redes Sociais
Já o sargento declarou que a mulher teria começado a agressão ao quebrar o vidro do carro dele e disse que, mesmo nervoso, “agiu dentro de sua razão e que não considera ter agido com excesso”, conforme o boletim de ocorrência.
Em áudio enviado para a TV Globo, o sargento disse que Karla atacou o carro dele e o impediu de entrar na garagem. Ele afirmou ainda que apenas “se defendeu” e que temeu que ela estivesse armada.
“Ela me acusa de ter agredido? De forma alguma agredi ela pra fazer tanto assim. Apenas me defendi porque ela estava com uma arma na mão dela, pensei que ela ia jogar em mim. Até então eu não sabia se era um pedaço de pedra, um celular… eu não sabia. Depois que eu verifiquei que ela estava jogando o celular dela e percebi que era uma mulher”, disse.
No depoimento, Antônio Haroldo afirmou que a psicopedagoga estava “transtornada” e que, após ele buzinar para entrar na garagem, ela começou a gritar, xingá-lo e danificar o carro dele.
O que diz a Polícia Militar do DF
“A Polícia Militar do Distrito Federal informa que o comando da corporação tomou conhecimento do vídeo na data de hoje. Esclarece que a Corregedoria da Corporação instaurou procedimento apuratório para elucidar todas as circunstâncias do caso, que será rigorosamente investigado.
As imagens do circuito de segurança, que mostram um ato covarde, já estão sob análise e integram os elementos considerados na apuração em andamento.
O militar foi imediatamente afastado do serviço operacional e teve o seu porte de arma suspenso.
A PMDF repudia todo tipo de violência, especialmente contra mulheres, considerando que o enfrentamento à violência de gênero é uma das prioridades da Corporação. Desde 2024, inclusive, todos os policiais militares do Distrito Federal estão passando por curso de capacitação sobre proteção integral e respeito às mulheres.
O caso está sendo tratado com a devida seriedade e será conduzido com absoluto respeito às garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.”
Sargento da Polícia Militar do DF agride mulher durante briga de trânsito.
reprodução
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