
O empresário Bueno Aires, sócio da Fiji Solutions, foi alvo de uma tentativa de sequestro no município de Gurjão, no Cariri da Paraíba. Polícia Civil não confirma relação entre fraudes cometidas por ele e a tentativa de sequestro. Bueno Aires José Soares de Souza, sócio da Fiji Solutions
Reprodução/TV Cabo Branco
O sócio da Fiji Solutions, Bueno Aires Aires de Souza, foi alvo de uma tentativa de sequestro no município de Gurjão, no Cariri da Paraíba. Ele é condenado há mais de 10 anos por fraudes contra o sistema financeiro. O crime aconteceu na madrugada de sábado (5) e, na ocasião, um dos suspeitos morreu, e outro foi preso.
Sediada em Campina Grande, a empresa Fiji foi investigada pela Polícia Federal por captar recursos de clientes, prometendo pagamentos expressivos por meio de operações de compra e venda de criptomoedas. O MPF acusou os três sócios de crime contra o sistema financeiro e, em outubro de 2024, eles foram condenados.
Segundo a Polícia Civil, o empresário percebeu a presença de um carro estacionado nas proximidades da residência dele e acionou a Polícia Militar. Ao chegar ao local, os policiais abordaram o veículo e foram surpreendidos por disparos de arma de fogo do interior do veículo.
A Polícia Militar afirmou que os suspeitos fugiram e, durante a perseguição policial, a caminhonete em que os homens estavam capotou. Um dos ocupantes morreu no local, e outros três suspeitos conseguiram fugir.
Ainda de acordo com a Polícia Militar, os suspeitos estavam utilizando roupas camufladas, calças, botas, balaclava (touca ninja) e estavam com nylon (enforca-gatos).
Na manhã do domingo (6), um dos suspeitos que fugiram foi capturado. O homem confessou que o grupo estava planejando um sequestro e que ele era responsável pela parte técnica da transferência bancária da conta da vítima para um dos membros.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações continuam no sentido de identificar outros suspeitos do crime e identificar qual a participação e conduta de cada um dos envolvidos. O delegado Edson Vasconcelos afirmou ao Jornal da Paraíba que não pode fornecer detalhes sobre o caso para não atrapalhar as investigações.
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A Fiji Solutions é um empresa gestora de contratos de criptomoedas. Ao iniciar sua relação com a empresa, o cliente cede o controle da porcentagem de criptomoeda que adquiriu por meio de uma empresa corretora, a chamada exchange. Segundo o MP, a Fiji parou de cumprir os pagamentos previstos em contrato em fevereiro deste ano.
Em março, o promotor de Justiça e diretor regional do MP-Procon em Campina Grande, Sócrates Agra, recomendou que a empresa Fiji Solutions fizesse os pagamentos atrasados em até 72 horas, mas os prazos não foram cumpridos.
Em depoimento ao MP na época, um dos sócios afirmou que estaria com problemas técnicos para autorizar os repasses. A recomendação exigiu que a empresa ache uma solução junto a exchange Kucoin para pagamento de clientes.
A empresa estava na mira da justiça desde abril de 2023, quando a 2ª Vara Cível de Campina Grande, atendendo a pedido do Ministério Público da Paraíba, bloqueou R$ 399 milhões dos sócios. Em junho do ano passado, a Polícia Federal deflagrou a Operação Ilha da Fantasia e começou a investigar as atividades da empresa.
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Divulgação/Polícia Federal
Bueno Aires foi preso no mesmo mês da operação devido à investigação de crimes relacionados com abuso sexual infantil. Bueno Aires estava preso na Penitenciária Regional Padrão de Campina Grande, o Serrotão, após ser transferido do Rio de Janeiro, onde inicialmente foi preso pela Polícia Civil. Porém, foi solto em agosto de 2023 e cumpre medidas cautelares após ficar em liberdade.
Breno de Vasconcelos Azevedo e Emilene Marília Lima do Nascimento foram presos durante a Operação Ilha da Fantasia, mas, o primeiro teve a prisão preventiva convertida em medida cautelar com o uso de tornozeleira eletrônica. Emilene ficou em prisão domiciliar.
A 4ª Vara da Justiça Federal em Campina Grande recebeu a denúncia apresentada contra os três sócios da empresa Fiji Solutions. Os três viraram réus por um esquema de fraudes e pirâmide financeira.
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