Emagrecimento rápido exige cautela e apoio profissional, alerta especialista


Nova febre entre quem quer perder peso, caneta emagrecedora só é segura com prescrição e tratamento multidisciplinar Se os padrões de beleza mudam ao longo da história, a busca por se encaixar nesses padrões é algo que perpassa gerações. Estar bem esteticamente não é um desejo recente. E, seja por pressão externa, por uma vontade individual ou por preocupação com a saúde, estar “dentro do peso” é uma das principais questões estéticas atualmente.
Hoje, no Brasil, mais da metade da população sofre com excesso de peso. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE (2020), 60,3% dos brasileiros com 18 anos ou mais têm sobrepeso, e 25,9% são obesos. Esses números ajudam a explicar o apelo crescente por soluções rápidas, como canetas emagrecedoras.
Diante de padrões muitas vezes inalcançáveis, muitas pessoas apostam em métodos de emagrecimento rápido que, embora eficazes em curto prazo, podem comprometer a saúde quando não são utilizados com acompanhamento adequado.
Canetas emagrecedoras: o que são e como funcionam
Nos últimos meses, as chamadas “canetas emagrecedoras” se tornaram protagonistas nas redes sociais e nas consultas de clínicas de emagrecimento. Embora tenham sido desenvolvidas para o tratamento de diabetes tipo 2, algumas dessas medicações foram aprovadas pela Anvisa também para o tratamento da obesidade.
Esses medicamentos atuam diretamente no sistema nervoso central, reduzindo o apetite, aumentando a sensação de saciedade e retardando o esvaziamento do estômago. Com isso, o paciente tende a ingerir menos calorias, o que pode resultar em uma perda de peso significativa.
Um estudo publicado no New England Journal of Medicine mostrou que pacientes tratados com uma das principais canetas emagrecedoras perderam, em média, 25,3% do peso corporal em 88 semanas (aproximadamente 20 meses). É um número expressivo, que supera outros fármacos já utilizados com o mesmo fim.
Mas, por trás dos resultados promissores, está um alerta que não pode ser ignorado: sem acompanhamento médico, o uso dessas medicações pode trazer efeitos colaterais sérios e frustrar o processo de emagrecimento.
“Não é mágica”, adverte especialista
De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo Rafael Ostermann, chefe de endoscopia e colonoscopia da Tempo Med, é um erro encarar as canetas como solução isolada.
“As canetas emagrecedoras são as queridinhas no tratamento da obesidade. Elas têm uma ação dupla e geram uma perda de peso bem superior. Mas não são remédios para serem usados por conta própria. Automedicação, nesse caso, é perigosa e pode comprometer os resultados”, afirma.
Ostermann ressalta que os efeitos colaterais podem incluir náuseas, vômitos, dor abdominal, constipação e até episódios de hipoglicemia. O uso sem prescrição também aumenta o risco de doses inadequadas e da falsa sensação de que o medicamento, por si só, resolve o problema.
“Sem avaliação médica, o paciente corre o risco de usar a dose errada, sem saber se realmente é indicado para ele. E o pior: de não atingir o resultado esperado, gerando frustração, abandono do tratamento e até ganho de peso maior depois”, completa o especialista.
Em junho de 2025, a Anvisa passou a exigir receita controlada para a compra desses medicamentos. A medida visa, justamente, frear a automedicação e reforçar que o uso dessas canetas deve acontecer dentro de um tratamento médico estruturado.
Emagrecer com saúde exige mais do que um medicamento
Mesmo com evidências científicas que comprovam a eficácia das canetas emagrecedoras, especialistas são unânimes em afirmar que não existe atalho para um emagrecimento saudável. A medicação pode ser uma aliada, mas precisa estar inserida em um plano de tratamento completo.
“Esses remédios podem ajudar, mas não funcionam sozinhos. O paciente precisa mudar hábitos, aprender a se alimentar com qualidade, controlar a ingestão de ultraprocessados e manter constância nas refeições. Sem isso, o efeito da medicação é limitado e temporário”, explica a nutricionista Aline Ferreira e Silva, do Hospital Ilha, da rede Tempo Med.
O ideal, segundo os profissionais da saúde, é contar com uma equipe multidisciplinar, envolvendo médico, nutricionista, educador físico e psicólogo. Isso é especialmente importante em casos de obesidade, em que os fatores emocionais e comportamentais também impactam diretamente no peso.
“O medicamento pode ser uma ferramenta importante, mas precisa estar inserido em um plano de cuidado estruturado. Alimentação equilibrada, atividade física regular e apoio psicológico são fundamentais para resultados duradouros”, reforça Dr. Ostermann.
Dicas para emagrecer com segurança
Antes de iniciar qualquer tratamento de emagrecimento, é importante buscar orientação profissional e evitar fórmulas milagrosas. Confira algumas dicas:
Consulte um médico antes de iniciar qualquer medicação;
Busque orientação nutricional para adotar uma alimentação balanceada;
Pratique atividades físicas regularmente, de forma adaptada à sua realidade;
Considere apoio psicológico, especialmente se o peso estiver ligado a questões emocionais;
Evite dietas restritivas ou modismos, que comprometem o metabolismo e a saúde mental.
Mais saúde, menos pressa
O emagrecimento saudável é um processo que exige paciência, disciplina e cuidado. As canetas emagrecedoras representam, sim, um avanço importante no combate à obesidade, mas seu uso deve ser feito com responsabilidade e orientação profissional. Quando usadas de forma inadequada, elas podem trazer mais problemas do que soluções.
Antes de apostar em soluções rápidas, é essencial cuidar da sua saúde de forma integral.
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Aline Ferreira e Silva: CRN-3688 SC
Dr. Rafael Ostermann: CRM SC 15468
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