Caso Binho Galinha: suspeito de integrar grupo miliciano é assassinado após deixar presídio na Bahia


Caso será investigado pela Polícia Civil de Feira de Santana
PC-BA
Um dos suspeitos investigado por lavagem de dinheiro sob chefia do deputado estadual conhecido como Binho Galinha, em Feira de Santana, foi assassinado a tiros, na noite desta segunda-feira (14), na cidade.
Segundo informou ao g1 o delegado Yves Correia, coordenador regional da Polícia Civil (PC), o homem chegava no município, após deixar o presídio onde aguardava julgamento, no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, quando foi atacado a tiros.
Kleber Herculano de Jesus, conhecido como “Compadre Charutinho”, morreu no loca do crime. O corpo dele foi encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) da região. Não há detalhes sobre sepultamento.
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O caso será apurado pela PC. Até a última atualização desta reportagem, nenhum envolvido no assassinato havia sido preso.
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O deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha, foi denunciado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) como chefe de uma milícia responsável por lavagem de dinheiro em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia.
A Polícia Federal (PF) começou a investigar o deputado, a família e outras pessoas estavam em 2023. Além dele, o tenente-coronel da Polícia Militar José Hildon Brandão também foi denunciado.
Kleber Herculano de Jesus é apontado pela PF como um dos elos na receptação de peças roubadas. As investigações apontaram que o denunciado seria o responsável pela aquisição das peças vendidas.
“Compadre Charuto”, conforme a denúncia do MP-BA, tinha um “vasto histórico” de crimes contra o patrimônio e relação próxima com o deputado Binho Galinha.
Binho Galinha é investigado como chefe da milícia
Agência Alba
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Investigações
As investigações apontaram que o grupo é suspeito por lavar dinheiro de jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada e desmanche de veículos.
Em um dos imóveis inspecionados pela Polícia Federal, foram encontradas milhares de peças de carros.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão e prisão, ocorridos em 2023, diversos bens dos investigados foram bloqueados. Confira:
👉 bloqueio de R$ 200 milhões;
👉 bloqueio de 26 propriedades urbanas e rurais;
👉 10 mandados de prisão expedidos;
👉 35 mandados de busca e apreensão expedidos;
👉 suspensão das atividades econômicas de seis empresas.
Revenda de peças roubadas
Segundo a denúncia do MP-BA, a investigação apontou que Binho Galinha lavava dinheiro por meio de empresas e vendia peças de carro roubadas na loja sua loja de autopeças, Tend Tudo, em Feira de Santana.
A Polícia Federal analisou dados bancários e descobriu que a Tend Tudo recebeu R$ 40,7 milhões sem lastro suficiente de notas fiscais emitidas.
Os auditores avaliaram que há indícios de movimentação financeira incompatível com a receita bruta declarada pela loja de autopeças.
A Tend Tudo ainda recebeu créditos de outras duas pessoas que tinham registros criminais de receptação qualificada e organização criminosa.
Em 2020, a empresa emitiu nota fiscal no valor de R$ 3 milhões por causa da venda de mil cabines de caminhão, cada uma com valor de R$ 3 mil. Os auditores apontaram que não existia comprovação da entrada dos recursos na empresa e que não há vestígios de compra de cabines suficientes para revenda ou de material para a fabricação.
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