
As pessoas diagnosticadas com demência estão vivendo mais, é o que mostra um estudo realizado pela Universidade de Waterloo (Canadá), que analisou dados hospitalares de cerca de 1.2 milhão de indivíduos acima dos 60 anos com a doença.
De acordo com estudo global, pessoas com demência estão vivendo cada vez mais
Divulgação: Waterloo University
“Trata-se de uma prioridade no cenário da saúde pública mundial”, afirmou a doutora Hao Luo, professora da universidade e autora sênior do trabalho, que conta com mais 26 pesquisadores. Segundo ela, esse quadro se deve a fatores como os avanços na prevenção da enfermidade, no diagnóstico precoce e na melhoria de qualidade nos tratamentos nos últimos anos – o que inclui medicamentos mais eficazes e intervenções psicossociais adequadas aos pacientes.
O levantamento abrangeu o período entre os anos de 2000 e 2018 e foram estudadas oito regiões: Ontário, a principal província canadense; Reino Unido; Coreia do Sul; Taiwan; Hong Kong; Finlândia; Alemanha; e Nova Zelândia. Apenas a última apresentava indicadores desfavoráveis, com um aumento do risco de mortalidade entre 2014 e 2018.
No entanto, Luo explicou que, na Nova Zelândia, houve uma mudança no protocolo: casos de demência iniciais ou moderados passaram a ser responsabilidade das unidades de unidades de atendimento primário, deixando somente os graves para especialistas. O resultado é que os pacientes acabavam só sendo admitidos em hospitais quando a doença estava num estágio avançado – e com maior risco de mortalidade.
Em todas as regiões, há programas específicos de cuidados para essa população. Para a pesquisadora, “entender como a sobrevivência dessas pessoas varia nos sistemas de saúde dos diversos países pode ajudar os gestores públicos a criar serviços mais eficientes”. Aproveito a declaração dela para lembrar que, atualmente, há cerca de 55 milhões de pessoas vivendo com demência no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde – um número que deve triplicar até 2050.
O mais grave é que o maior número de casos ocorrerá justamente em países de baixa ou média renda, como o Brasil, que ainda não conseguiram criar uma política de prevenção eficiente, combatendo fatores de risco como sedentarismo, tabagismo, hipertensão, isolamento social e baixa escolaridade. Conseguiremos criar uma rede de apoio para esses pacientes, suas famílias e cuidadores?
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