
Acompanhantes de pacientes fazem faxina em hospital do RN durante greve de terceirizados
Acompanhantes de pacientes improvisaram uma faxina por conta própria no Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, na Grande Natal, por falta de limpeza nas alas da unidade.
O motivo foi a paralisação de funcionários terceirizados, que estão com salários e benefícios atrasados. Segundo os usuários, o problema já dura quatro dias.
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A paralisação afeta setores de limpeza, maqueiros, lavanderia e cozinha. Apenas os pacientes têm recebido refeições.
Os acompanhantes relatam lixo acumulado, banheiros sujos, mau cheiro nos corredores e ausência de higienização nas enfermarias.
Uma das situações mais críticas foi registrada na ala de isolamento da Ortopedia 2, onde estão internados pacientes com suspeita ou confirmação de infecção hospitalar.
Acompanhantes de pacientes fazem faxina durante greve de servidores em hospital do RN
Reprodução
A cozinheira Lucileide Inácio, que acompanha o marido internado com suspeita de infecção relatou a preocupação com a piora do quadro dos pacientes no local.
“Estou com meu esposo juntamente com outros cinco pacientes no isolamento. Estão com infecção, esses pacientes. Não tem limpeza nos quartos, não tem limpeza no banheiro, a gente, acompanhante, é quem tá lá lavando o banheiro. Hoje vamos ter que lavar a enfermaria em que os pacientes estão para não aumentar essa infecção”, disse.
“Está insustentável essa situação. A gente pede socorro”, afirmou a mulher.
Outra acompanhante, Luzinete Barbosa da Silva, também está preocupada com a situação dos pacientes. Ela cuida do filho de 18 anos, internado desde maio após um acidente de moto. Ele passou por quatro cirurgias e agora trata uma infecção bacteriana adquirida no hospital.
Hospital Deoclécio Marques Lucena, em Parnamirim, na Grande Natal
Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
Paralisação
Segundo funcionários do hospital, a situação foi provocada pela greve de trabalhadores terceirizados, que alegam atrasos salariais e falta de pagamento de benefícios como vale-alimentação e férias.
Em nota, a Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte confirmou que o hospital enfrenta uma greve dos profissionais terceirizados em virtude de atraso no pagamento, “causado pelas dificuldades financeiras que a Sesap enfrenta desde o ano passado”.
“A Secretaria realizou o repasse às empresas ao longo desta semana, com o objetivo de retomada dos serviços, o que ainda não se concretizou. As equipes do hospital seguem aplicando todo o esforço para garantir a assistência aos pacientes”, disse a administração estadual.
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