
Desaparecimento de Carmen mobiliza congresso estudantil nacional
A equipe da Marinha encerrou no domingo (20) as buscas pelo corpo da estudante Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, desaparecida desde 12 de junho em Ilha Solteira (SP).
As ações ocorreram no sábado e no domingo, das 9h às 18h, em cerca de 20 km de extensão, com uso de jet ski para acessar pontos de difícil navegação no rio São José dos Dourados. A vegetação aquática dificultou os trabalhos, e nenhum vestígio foi localizado.
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A equipe, que retornou na segunda-feira (21) para Barra Bonita (SP), informou que segue à disposição para novas operações, caso a polícia solicite.
Enquanto isso, amigos e familiares organizam uma homenagem para Carmen em Ilha Solteira, com exposição de fotos e sarau cultural. Estudantes da Unesp, onde Carmen cursava zootecnia, também realizaram um ato no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Goiás, para denunciar o caso e cobrar justiça (assista ao vídeo acima).
Estudantes protestam em favor das buscas por Carmen no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Goiás (GO).
Reprodução
Desaparecimento
Segundo o boletim de ocorrência, Carmen foi vista pela última vez no dia 12 de junho, após fazer uma prova na Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ela havia saído de casa na noite anterior, com uma bicicleta elétrica preta, que não foi localizada. O sinal do celular foi captado pela última vez próximo ao rio da cidade.
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Beatriz Santos/Arte g1/TV TEM
Familiares e amigos mobilizaram a comunidade em manifestações e ações de busca. Marcas de pneus compatíveis com os da bicicleta foram encontradas em áreas de mata próximas à universidade.
Suspeitos localizados e presos
Dois dias antes de o desaparecimento completar um mês, a polícia prendeu o namorado de Carmen, Marcos Yuri Amorim, e o policial militar ambiental da reserva Roberto Carlos de Oliveira. Segundo as investigações, ambos mantinham um relacionamento afetivo e financeiro.
Carmen de Oliveira Alves (à esquerda), o namorado Marcos Yuri Amorim (ao centro) e o policial militar Roberto Carlos de Oliveira, suspeitos de crime em Ilha Solteira (SP)
Reprodução/Facebook
Carmen teria sido assassinada na casa de Marcos Yuri, em um assentamento, onde foi vista entrando por câmeras de segurança, mas não saindo. Os dois estão presos preventivamente em unidades prisionais diferentes.
Feminicídio
A Polícia Civil trata o caso como feminicídio. O delegado Miguel Rocha afirmou que Carmen pressionava Yuri para assumir o relacionamento e havia descoberto que ele praticava furtos. No computador da vítima, os investigadores encontraram um dossiê com denúncias contra o namorado, apagado no dia do desaparecimento.
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A investigação aponta que os dois suspeitos mataram Carmen no Dia dos Namorados, em 12 de junho, e ocultaram o corpo.
Buscas
Além da Marinha, equipes da Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros, pescadores e especialistas da Unesp participaram das buscas com o uso de drone, sonar e equipamento de leitura eletromagnética do solo.
Novas buscas estão sendo feitas neste sábado (19) com equipes da Marinha e apoio da Unesp.
Reprodução/TV TEM
Na última quarta-feira (16), a polícia encontrou ossos queimados na propriedade de Marcos Yuri. O material foi enviado para análise de DNA, com suspeita inicial de que seja de origem animal. O resultado ainda não foi divulgado.
O que diz a defesa
O advogado de Roberto Carlos afirmou que o cliente é inocente e vai comprovar isso. Já o advogado de Marcos Yuri não foi localizado.
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