‘Tarifaço’ dos EUA: Tarcísio quer negociação e diz que impacto vai ser ‘insuportável’ a determinados setores


Tarcísio de Freitas, governador do estado de São Paulo, na Coopercitrus 2023, em Bebedouro (SP)
Reprodução/EPTV
Governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nesta segunda-feira (21) que é necessário uma negociação com o governo dos Estados Unidos para tentar amenizar os impactos das tarifas que prometem taxar em 50% os produtos brasileiros exportados para o país.
“A gente tem que buscar o diálogo, tem que buscar a pacificação, então é necessário agora botar a bola no chão, entender o contexto geopolítico para buscar a melhor negociação, uma negociação que nos alivie desse ônus, que vai ser insuportável para determinados setores. E a nossa parte aqui no estado de São Paulo, nós vamos fazer”.
A declaração foi dada durante a abertura oficial da Coopercitrus Expo, em Bebedouro (SP). O evento, que começou nesta segunda-feira, reúne produtores rurais, empresas e especialistas do agronegócio.
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Segundo Tarcísio, a falta de diálogo pode impactar negativamente os negócios, principalmente no estado de São Paulo. O governador afirmou, mais uma vez, ser contra a medida.
“A minha posição está muito clara, a gente é absolutamente contra as tarifas, a gente entende que isso não ajuda, isso está no meu posicionamento da quarta-feira, foi o primeiro posicionamento que eu fiz, que chegou a ser publicado. A gente entende que isso é ruim, principalmente, para os estados que têm uma produção industrial de alto valor agregado, é ruim para São Paulo, é ruim para o Brasil”.
Ainda segundo Tarcísio, o Brasil deve evitar se afastar dos Estados Unidos. A taxação para produtos brasileiros por parte do governo norte-americano deve começar no dia 1º de agosto.
“De certa forma, o Brasil sempre teve uma posição inteligente perante determinados blocos, está se afastando dessa posição. A gente está buscando um alinhamento com um determinado bloco que não deveria acontecer, a gente está se afastando do maior parceiro comercial, do maior investidor estrangeiro direto no Brasil, que são os Estados Unidos”.
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Na semana passada, um estudo feito pelo Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental (Nemea-UFMG) apontou que o estado de São Paulo deve acumular a maior perda, em valores absolutos, frente aos anúncios de tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
A queda é puxada, principalmente, pelo setor agropecuário e por setores industriais. Ainda de acordo com o estudo, São Paulo 0,73% das perdas no PIB estadual são referente à agropecuária, mas também há previsão de queda de 0,12% na indústria extrativa e de 0,31% na indústria de transformação.
Além destes setores, o tarifaço pode impactar diretamente os negócios da Embraer, uma vez que grande parte da receita da empresa vem dos Estados Unidos.
Segundo estimativas da própria Embraer, caso a tarifa de Trump se confirme em 50%, a empresa terá um custo adicional de R$ 50 milhões por avião.
Vendas de gado e exportação de pescado suspensas
Na região de Ribeirão Preto (SP), produtores e criadores já contabilizam prejuízos para o mercado por conta da taxação.
Em Rifaina (SP), uma empresa de pescados, que trabalha com exportação de produtos congelados, será diretamente impactada. Alguns produtos, inclusive, já foram enviados para o mercado norte-americano e a previsão é de que cheguem lá depois de 30 de julho.
Em Barretos (SP), pecuaristas relataram que tiveram as vendas de gado suspensas após o anúncio da taxação.
O reflexo, segundo eles, ocorre porque frigoríficos brasileiros já estão parando de produzir carne bovina destinada aos Estados Unidos, que são o segundo maior comprador da carne bovina nacional. Eles importam 12% de todo o volume que o Brasil vende para o exterior, segundo o Ministério da Agricultura.
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