
Laudo aponta morte de bebê por traumatismo craniano em Ponta Grossa
As investigações sobre o caso do bebê de dois meses de idade que morreu em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, apontam que a criança foi assassinada pelo próprio pai. A informação é do delegado Luis Gustavo Timossi, responsável pelo caso.
A Polícia Científica finalizou o exame de necropsia feito no corpo da vítima e, nesta quarta (22), o suspeito, Lucas Rodrigues Soares, foi ouvido novamente pela polícia. O laudo da perícia aponta que o bebê estava com diversos ferimentos no rosto e na cabeça; no interrogatório, Lucas disse “não lembrar” de ter feito nada contra o filho.
O homem está preso desde sábado (19). Ele foi detido após a companheira dele contar que acordou durante a madrugada para amamentar e encontrou o bebê morto, com sinais de agressão. Relembre detalhes mais abaixo.
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O g1 teve acesso ao laudo da perícia. O documento aponta que a causa da morte da criança foi traumatismo cranioencefálico causado por ação contundente, mas que não há elementos suficientes para afirmar ou negar tortura, ou meio insidioso ou cruel.
De acordo com o delegado Timossi, Lucas alega que a única coisa de diferente que aconteceu foi o filho se engasgar com leite, momentaneamente, no final da tarde de sexta. À polícia, o homem disse que, depois disso, o bebê dormiu até a hora que ele foi deitar.
“A investigação aponta o homicídio doloso e descarta engasgo acidental. Vale ressaltar que o suspeito foi questionado diversas vezes se teria ocorrido alguma queda que pudesse ter causado lesão na criança e ele nega. […] Ele estava sozinho com a criança quando ela sofreu essas lesões decorrentes de agressão – uma ação contundente; ou seja, um trauma, uma pancada que ela sofreu e acabou vindo a óbito”, complementa o delegado.
A Polícia Civil aguarda o resultado do laudo pericial feito na casa da família e outras diligências para finalizar o inquérito, mas o delegado adianta que Lucas deve ser indiciado pelo crime de homicídio doloso, ou seja, com intenção de matar.
Até a última atualização desta reportagem, o suspeito não tinha defesa constituída.
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Histórico criminal
Lucas Rodrigues Soares tem 37 anos e foi preso suspeito de matar o próprio filho
Reprodução
O delegado Timossi afirma que Lucas Rodrigues Soares é investigado por outros dois casos de violência contra crianças e também por agredir a esposa grávida.
Em 2021 um boletim de ocorrência foi registrado contra o suspeito depois de ele agredir o enteado, de dois meses de idade, que teve uma fratura no fêmur, e ele também é suspeito de agredir uma criança de três anos com um tapa no rosto, em 2016.
Em janeiro deste ano, outro boletim de ocorrência foi registrado contra o homem; desta vez, por agressão contra a esposa, que estava grávida do menino que morreu no sábado.
“O indivíduo não esboçou nenhuma reação durante o interrogatório desta quarta-feira. Ele demonstra personalidade violenta e aponta psicopatia em relação a agressões de menores, crianças de tenra idade que não têm a mínima chance de se defender”, diz o delegado.
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Mãe buscou ajuda para o bebê durante a madrugada
De acordo com o relatório divulgado pela Guarda Civil Municipal (GCM), a mãe do bebê, uma mulher de 32 anos de idade, chegou em casa do trabalho por volta das 23h de sexta-feira (18). O suspeito, de 37 anos, disse a ela que tinha alimentado a criança e, por isso, deveria deixá-la dormindo.
Às 3h de sábado, a mulher acordou para amamentar e foi até o carrinho, momento em que percebeu que o menino estava com a pele fria e um ferimento no olho. Ela, então, pediu o telefone do companheiro para ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e foi agredida. O homem é suspeito de esfaquear a perna da mulher.
Ainda conforme a GCM, a mãe voltou para cama e fingiu estar desacordada até que o homem estivesse dormindo. Em seguida, pegou o filho nos braços, pulou o muro e foi até a base regional para buscar ajuda.
A equipe médica foi acionada pelos guardas, mas o bebê não tinha sinais vitais.
Segundo o relatório, o homem foi encontrado e preso em flagrante pelos guardas dentro do quarto da casa. Depois de dizer que não sabia o que tinha acontecido, ele falou que o bebê havia engasgado às 18h de sexta-feira e que não chamou o socorro médico por “não saber o que relatar”.
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