Polícia indicia por maus-tratos filho que arrastou idoso pela roupa em área pública do DF
Câmeras de segurança em um estacionamento da Asa Sul, em Brasília, em junho deste ano flagraram um homem arrastando pelas roupas o pai, que tem 85 anos e estágio avançado do Mal de Alzheirmer.
Segundo a Polícia Civil, no momento da queda o idoso ficou “exposto vexatoriamente ao ter suas calças arriadas”. O filho foi indiciado por maus-tratos (veja detalhes mais abaixo).
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Embora chocantes, as imagens estão longe de ser um caso único na capital federal. Desde janeiro, Ministério dos Direitos Humanos já recebeu mais de 2 mil denúncias de violência contra a pessoa idosa no DF.
🔎Isso significa uma média de 10 denúncias por dia apenas na capital em 2025, apenas nos canais oficiais do ministério.
Dados da pasta apontam que, de 2022 para 2024, houve um aumento de 68% no número de denúncias. O número total de pedidos de ajuda saltou de 7.693 para 12.932 no período.
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Violência invisível
Idoso olhar olhando longe grisalho
Reprodução/EPTV
Uma violência invisível: nem sempre há uma câmera gravando, e o agressor pode estar ao lado da vítima, dentro da própria casa.
São vários os tipos de violência a que os idosos estão expostos. As principais são:
violência psicológica: insultos, menosprezo, agressões verbais ou gestos que afetem a autoimagem
abuso financeiro e violência patrimonial
negligência: falta de cuidados básicos como alimentação, higiene, medicação ou assistência médica.
abandono: pessoa idosa deixada sozinha ou sem apoio
discriminação (violência institucional ou etarismo)
violência física: agressão como empurrões, tapas, beliscões ou até espancamentos.
Segundo a juíza coordenadora da Central Judicial da Pessoa Idosa, Monize Marques, a violência contra idosos ainda é comum em casa e no ambiente familiar.
“Infelizmente, a violência contra a pessoa idosa permanece normalizada no contexto doméstico. Retirar a autonomia da pessoa idosa, sob pretexto de cuidado, é abrir as portas para a violência.”
Muitas vezes, a pessoa idosa tem vergonha de procurar ajuda por temer comprometer sua relação com a família. Ações que fragilizam ou isolam idosos também são formas de violência e precisam ser combatidas.
“Qualquer ação ou omissão que traga fragilidade, infantilização, mutismo, afastamento, humilhação, é violência e precisa ser enfrentada. A sociedade precisa se sensibilizar a respeito do tema, sobretudo em face do envelhecimento populacional”, afirma a juíza.
Como ocorreu a agressão no estacionamento❓
Homem arrasta pai idoso e com Mal de Alzheimer em estacionamento do DF
Arquivo pessoal/Reprodução
O filho arrastou o próprio pai idoso pelas roupas, forçando-o a andar mais rápido em um estacionamento na Asa Sul. Durante o trajeto o idoso caiu no chão.
A vítima ficou exposta vexatoriamente, com as calças arriadas no momento da queda. Após o filho ajudar o pai a levantar do chão, o homem continuou puxando-o até o carro.
Câmeras de segurança registraram o momento e o homem foi indiciado pela polícia por maus-tratos e expor a perigo a integridade da pessoa idosa com base no Estatuto da Pessoas Idosa.
O caso ainda será analisado pelo Ministério Público do DF – a quem cabe denunciar o homem à Justiça. A pena para esses casos podem chegar a 6 anos de reclusão.
👉 Saiba como denunciar
Casos de abandono e maus-tratos contra idosos podem ser denunciados anonimamente pelo Disque 100 – atendimento gratuito e anônimo, disponível 24 horas por dia – ou diretamente à Delegacia Especial de Repressão aos Crimes contra a Pessoa Idosa (DECRIM).
Além disso, as denúncias também podem ser feitas na Ouvidoria do MPDFT, pelo telefone 0800 644 9500 ou pelo formulário eletrônico. O Fórum de Brasília também conta com atendimento na Central do Idoso, das 12h às 19h.
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