Faixa azul para motos em SP reduz pela metade mortes de motociclistas em trechos sinalizados na capital, aponta CET


Faixa azul exclusiva em São Paulo reduz mortes e acidentes desde que foi implementada em janeiro
A implantação da faixa azul em São Paulo, sinalização viária exclusiva para motos, resultou em uma redução de 47,2% nas mortes de motociclistas nos trechos onde a medida foi aplicada. Segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o número de óbitos caiu de 36 em 2023 para 19 em 2024.
Desde 2022, quando a primeira faixa foi inaugurada na Avenida 23 de Maio, a cidade passou a expandir a iniciativa. Hoje, com cerca de dois anos e meio de projeto pioneiro no Brasil, a capital conta com 232,7 km de faixa azul distribuídos em 46 vias, beneficiando cerca de 500 mil motociclistas.
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O governo federal estuda implantar a obrigatoriedade de faixa azul exclusiva para motos em todo o país a partir de abril do ano que vem. Para isso, a Senatran tem recebido, a cada três meses, relatórios das cidades brasileiras que já implantaram a faixa.
Inspirado em experiências internacionais e baseado nos princípios da Visão Zero e do Sistema Seguro — estratégias que consideram toda morte no trânsito evitável —, o projeto visa reorganizar ruas e avenidas, aumentar a previsibilidade dos fluxos e reduzir conflitos entre motos e outros veículos.
Além da capital, municípios da Grande São Paulo também aderiram à iniciativa. Em Santo André, no ABC Paulista, por exemplo, a faixa foi implantada inicialmente na Avenida Prestes Maia, em 2024.
No primeiro ano de operação, o número de motocicletas circulando pela via aumentou de 7.200 para 10.200 por dia. O número de óbitos caiu de três para um no período analisado. Hoje, o município conta com 8,4 km de extensão de faixa azul, e há planos para uma ampliação de mais 62 km.
Outro destaque da região metropolitana é São Bernardo do Campo, que implementou 9,2 km de faixas exclusivas para motos em avenidas de grande fluxo, como Lions e 31 de Março.
O programa faixa azul teve início em março de 2025. Apesar de pouco tempo em atividade, já há indícios de redução nos acidentes envolvendo motos, especialmente nas ocorrências com vítimas fatais, segundo a prefeitura da cidade.
Faixa azul em SP
Edson Lopes Jr./SECOM
Regulamentação das faixas
A faixa azul ainda não foi regulamentada pelo Código de Trânsito Brasileiro. Hoje, as iniciativas de implantação das motofaixas são consideradas de uso experimental autorizadas pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), conforme resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
A regulamentação efetiva da sinalização pelo Código de Trânsito só deve ocorrer em 2026, após a análise dos resultados desse processo experimental.
Os municípios que já receberam autorização da Senatran para implementar esse tipo de sinalização em caráter experimental são:
São Paulo (SP)
Santo André (SP)
São Bernardo do Campo (SP)
Recife (PE)*
Salvador (BA)
*A capital de Pernambuco também recebeu autorização para a implementação experimental, mas a Autarquia de Trânsito e Transporte do Recife (CTTU) ainda está avaliando as vias onde as faixas poderão ser implantadas.
A iniciativa para a implementação das motofaixas, mesmo em caráter experimental, parte do próprio município, que deve enviar uma solicitação à Senatran. A proposta é então analisada e, se estiver em conformidade com a resolução do Contran, a aplicação do estudo é autorizada.
Segundo a Senatran, o sucesso da faixa azul chama a atenção de outras cidades, como Recife e Belo Horizonte, e o Distrito Federal já estudam implantar a medida.
Durante a Semana Nacional de Prevenção de Acidentes com Motociclistas, que começou neste domingo (27), o Detran-SP promove ações educativas e de fiscalização em todo o estado.
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