Porto de Santos faz retirada de navios em massa após ondas e ventos fecharem o canal de navegação mais de 16h


Porto faz retirada de navios em massa após ventos e ondas fecharem canal de navegação
O Porto de Santos registrou uma saída em massa de navios atracados nos berços assim que a navegação foi liberada às 9h30 desta quarta-feira (30), após mais de 16 horas de fechamento do canal do cais santista devido às condições climáticas adversas. Segundo a Defesa Civil e a Autoridade Portuária de Santos, rajadas de vento chegaram a 111 km/h e as ondas atingiram 3,98 metros.
A operação foi relatada por Carlos Alberto de Souza Filho, prático e diretor de Relações Institucionais da Praticagem de São Paulo. Ele explicou que, no momento da reabertura, havia mais embarcações prontas para sair do que para entrar no complexo portuário.
Por isso, segundo ele, a prioridade foi liberar os berços ocupados e evitar cruzamentos de rotas, o que poderia comprometer a segurança das manobras em pontos críticos do canal.
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Porto de Santos ficou mais de 16h com a navegação fechada
Vanessa Rodrigues/A Tribuna Jornal
“Em alguns momentos, temos mais berços vagos do que navios prontos para sair, então priorizamos entradas. Agora, a situação se inverteu: Temos navios prontos para sair e precisamos liberar os berços. Por isso, estamos fazendo uma saída em massa de navios, em sequência, para evitar cruzamentos entre entrada e saída, que demandam mais tempo e restringem manobras em certos pontos”, disse Souza Filho.
Souza Filho destacou que o fechamento do canal visa garantir a segurança das embarcações e dos profissionais envolvidos nas operações. Segundo ele, tomar decisões sobre retomada e paralisação exige cautela, já que o fator determinante é o tempo.
“Tivemos que assessorar a autoridade marítima e ela sabiamente suspendeu as operações. Nós chegamos a retomar (as atividades) quando houve viés de melhora, mas esse viés se inverteu, e piorou, nós tivemos que interromper novamente. Agora, se Deus quiser, a tendência é de normalizar”.
Situação difícil
Carlos Alberto de Souza Filho, prático e diretor de Relações Institucionais da Praticagem de São Paulo.
Reprodução/Praticagem SP
Souza Filho relatou ter enfrentado dificuldades para manobrar uma embarcação na terça-feira, quando as ressacas começaram na região e o canal foi fechado pela primeira vez, das 2h às 14h. Durante a janela entre 14h e 16h45, ele conseguiu auxiliar na atracação de um navio graneleiro vazio, que posteriormente seria carregado.
“Foi uma das situações mais difíceis que enfrentei. Pegamos vento forte de través (que sopra lateralmente), empurrando o navio em direção a Guarujá. O mais complicado é que o vento não era constante: diminuía, depois voltava com força”, apontou.
Segundo ele, a operação foi desafiadora porque não havia como manter um equilíbrio entre a força da máquina do navio e a atuação dos rebocadores. Por isso, o prático precisou fazer constantes ajustes durante a manobra.
“Precisei lutar contra o vento o tempo todo. Felizmente, consegui utilizar toda a experiência e treinamento que adquiri ao longo dos anos. Mas são riscos que sempre buscamos evitar”, finalizou.
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