No Dia do Rap Nacional, BK’ celebra raízes da MPB e destaca potência da Amazônia

No Dia Nacional do Rap, celebrado nesta quarta-feira (6), o rapper BK’ reforça a conexão entre o rap e a música popular brasileira, e aponta para o Norte como força criativa essencial da cena nacional. Com mais de 100 milhões de streams no álbum Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer, o artista carioca transforma parcerias com nomes como Djavan, Milton Nascimento e Evinha em pontes entre estilos, gerações e vivências.
Em entrevista ao g1, o artista falou sobre a expectativa do show em Belém, próxima parada é Belém, em dezembro, no palco do Festival Psica. E para BK’, estar na Amazônia tem um peso simbólico: “O Norte é um berço de referências e sonoridades pro Brasil todo. São muitas influências que usamos no dia a dia. É uma energia única e tô ansioso pra voltar”, diz o artista, que vê na cena nortista uma força ainda invisibilizada pelos grandes festivais e pela indústria fonográfica concentrada no Sudeste.
Do toca-discos da mãe ao feat com Evinha
Foi em casa que BK’ teve o primeiro contato com a música brasileira. “Minha mãe me apresentou a MPB. São canções que a gente cresce ouvindo”, lembra. Essa memória afetiva virou base do novo álbum, que mistura beats de rap com harmonias da música brasileira, criando um som que reverencia o passado enquanto encara o presente.
Um dos destaques do disco é a participação de Evinha, referência da música negra dos anos 1960. O feat — que também estará no palco em Belém, no show BK’ convida Evinha — é uma homenagem à própria história do rapper. “Essa foi uma sugestão da minha mãe. Trazer a Evinha pro disco é reafirmar nossas raízes e enaltecer quem abriu caminho”, explica.
Movimento periférico e amazônico
O Psica, que é o maior festival da região Norte, aposta no protagonismo da cultura preta e constrói sua programação sob a perspectiva da música produzida na Amazônia – e o hip hop é uma das vozes mais presentes e potentes no line‑up.
“A música brasileira, por muito tempo, renegou o rap como parte da sua própria identidade. No Psica, a gente trabalha para corrigir isso e colocar o hip hop no lugar de destaque que ele merece”, afirma Gerson Jr, diretor do festival. “O rap é uma ponte entre periferias brasileiras, conectando também à cena periférica amazônica. Quando um artista nacional sobe no palco do Psica, ele se conecta com a realidade e a potência cultural do Norte, e leva isso para o resto do país”, completa.
Em 2025, além de BK’, o festival recebe Mano Brown, líder dos Racionais MC’s e referência máxima do gênero no Brasil. “O Mano Brown é fundamental para tudo o que se faz em rap hoje no Brasil. E a presença dele, junto com BK’, fortalece a cena local e também reforça a trajetória de resistência que inspira o festival. Sempre falamos que Mano Brown e Joelma são as grandes influências do Psica: artistas que criaram suas carreiras de forma alternativa, a partir da periferia e das suas realidades, e explodiram no Brasil”, diz Jeft Dias, diretor do evento.
A edição de 2025 rola nos dias 12, 13 e 14 de dezembro em Belém, com shows espalhados pela Cidade Velha e pelo Mangueirão. Além de BK’ e Brown, estão confirmados nomes como Marina Sena, Wanderley Andrade, Célia Sampaio, Voo Livre, D’Água Negra, Melly, entre outros.
✅ Clique e siga o canal do g1 Pará no WhatsApp
VÍDEOS com as principais notícias do Pará
Confira outras notícias do estado no g1 Pará.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.