Agricultores do Sul de Minas apostam em morangos branco e rosa que são mais resistentes ao clima


Agricultores estão investindo em novas variedades de morango mais resistentes ao clima
Agricultores do Sul de Minas estão investindo no cultivo de novas variedades de morango que fogem do padrão tradicional, com destaque para os morangos branco e rosa. Apesar da aparência diferente, já que o morango branco mantém a cor clara e o rosa resulta do cruzamento entre o vermelho tradicional e o branco, as frutas estão maduras e prontas para consumo, oferecendo sabores únicos e melhor resistência às condições climáticas.
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A produção dessas variedades já está na terceira safra e acontece na zona rural de Estiva, um dos principais municípios produtores da região, responsável por cerca de 10% das mais de 167 mil toneladas de morango previstas para colheita na região neste ano.
O projeto é fruto de anos de cruzamentos e testes, conduzidos pela agrônoma Natali Ribeiro, natural de Estiva e doutora em agronomia pelo Rio de Janeiro, que decidiu retornar à cidade natal para investir no melhoramento genético da fruta.
O resultado são dois tipos de morango: o branco, mais doce que o tradicional vermelho, e o rosa, mais suculento e com sabor que lembra abacaxi.
“O morango branco começou a ser comercializado no Japão. Ele veio para o Brasil e os produtores não se adaptaram muito ao cultivo dele porque ele era muito mole, então alguns colegas trouxeram a muda para mim e meu pai, e a gente começou a fazer o melhoramento dele para deixar mais resistente”, explicou Natali.
Agricultores do Sul de Minas apostam em morangos branco e rosa que são mais resistentes ao clima
EPTV/Reprodução
Atualmente, as cerca de 200 plantas cultivadas são o resultado desse trabalho de melhoramento genético, com a intenção de registrar as variedades para comercialização.
“Eu e meu pai não pretendemos trabalhar com a fruta. Estamos fazendo os cruzamentos para o produtor poder comprar a matriz ou a muda do morango branco e do rosa. (…) A gente só está esperando o Ministério da Agricultura liberar a proteção”, afirma Nataly, que prevê o início da comercialização das mudas do morango rosa já em 2027, enquanto o morango branco pode demorar mais alguns anos para ser registrado.
A inspiração para o projeto vem do pai de Nataly, Pedro Donato Ribeiro, que há mais de 30 anos pesquisa variedades de morango na região. Ele desenvolveu o morango vermelho “Chavante”, mais firme e resistente, e agora aposta que as novas variedades poderão ampliar os negócios familiares e ajudar outros produtores a obter frutas com maior durabilidade e menos suscetíveis a doenças, o que representa menos prejuízo e maior lucro.
“A esperança é ter uma variedade bem resistente, para não dar doença. (…) Quero fazer uma variedade que o produtor ganhe dinheiro e que seja bem consumido”, explicou o produtor.
A propriedade da família fica no alto de uma das serras de Estiva, município que se destaca no cenário nacional de produção da fruta. Segundo dados da Emater, o Sul de Minas responde por metade da produção brasileira de morango, reforçando a importância da região no setor agrícola.
Para o agrônomo Ronaldo Herculano de Lima, o trabalho de inovação é fundamental para manter a competitividade da região. “Estamos em constante evolução para garantir qualidade, sabor e resistência. Com as novas cultivares, conseguimos colher morangos mais maduros, com melhor pós-colheita e que suportam melhor o transporte, o que eleva a qualidade final para o consumidor”, destaca.
O morango branco é mais doce que o tradicional, vermelho. Já o rosa é mais suculento, e com sabor que lembra abacaxi
EPTV/Reprodução
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