Entenda a guerra de facções que matou adolescente e manicure no ES


Secretário de Segurança fala sobre ataques e mortes em Vila Velha
O Secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, Leonardo Damasceno, afirmou que o ataque a tiros que matou uma adolescente de 15 anos e uma manicure no sábado (9) em Vila Velha, na Grande Vitória, é um ‘ataque terrorista’ e está relacionado a uma guerra entre facções criminosas.
Damasceno disse ainda que dois adolescentes foram identificados como autores do crime e reforçou que o bairro Santa Rita, onde o tiroteio aconteceu, passa por uma disputa de território há alguns meses.
A jovem Sophia Vial estava no carro com os pais quando foi atingida. Já Andrezza Conceição estava na rua indo para o trabalho. Duas crianças também foram atingidas durante o tiroteio, mas já receberam alta.
Após o ataque, a segurança foi reforçada no bairro Santa Rita, mas ninguém foi preso até a última atualização desta reportagem.
“Lamentamos a morte de duas inocentes, a Andrezza e a Sophia e também as duas crianças baleadas. Além do conflito de facção é efetivamente um ataque terrorista cometido por adolescentes que já têm perfil de psicopata. É simplesmente um grupo tentando dominar o espaço territorial e difundir terror e matar frente a ermo”, acrescentou Damasceno.
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O tiroteio aconteceu no território conhecido como Grande Santa Rita ou Região 3, que abrange 17 bairros de Vila Velha.
De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar capixaba (PMES), Douglas Caus, a facção Primeiro Comando de Vitória (PCV), realizou o ataque para demonstrar força e expandir o domínio das bocas de fumo.
A adolescente Sofia Vial da Silva, de 15 anos e a manicure Andrezza Conceição morreram baleadas no meio da rua em Vila Velha, Espírito Santo
Reprodução/Redes sociais
Entenda como foi o ataque:
No sábado, dois adolescentes em uma moto chegaram atirando no bairro Santa Rita, em Vila Velha;
A adolescente Sophia Vial, de 15 anos, e Andrezza Conceição, 31, morreram ao serem baleadas;
Duas crianças, de seis e nove anos, também foram atingidos. Os dois já receberam alta;
A família de Sophia precisou passar em meio aos tiros para poder socorrê-la. Já uma amiga de Andrezza contou à reportagem da TV Gazeta que a amiga já estava morta quando colocaram ela no carro para levar ao hospital;
Após os acontecimentos, a mãe da adolescente publicou em rede social que a filha morreu na frente dela e pediu justiça;
À noite, houve um protesto pelas mortes e solicitando ajuda das forças de segurança;
A corporação militar divulgou ainda que dois adolescentes foram identificados como autores do crime. Um homem de apelido Nego Stanley é apontado como o mandante do crime;
O comandante-geral da Polícia Militar do Espírito Santo, Douglas Caus, explicou que o alvo dos suspeitos sequer estava no local onde o crime aconteceu;
O Secretário de Segurança Pública do Espírito Santo afirmou que o tiroteio foi causado por uma disputa criminosa entre facções que afeta não só o bairro Santa Rita, mas outras regiões no entorno.
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Disputa entre facções
Damasceno explicou que o ataque no bairro Santa Rita aconteceu devido uma disputa entre facções pela região. Com isso, Primeiro Comando de Vitória (PCV) realizou o ataque para aumentar o território
Ainda de acordo com o secretário, não houve troca tiros com a facção rival, Terceiro Comando Puro (TCP), mas sim uma ação de expansão para tentar alcançar mais bairros dentro da Região 3.
“Um dos grupos de Santa Rita (TCP), comanda variados locais da Região 3: Santa Rita, Primeiro de Maio, Aribiri…até Ilha das Flores. E a outra (PCV) tem uma parte menor e quer expandir e dominar os outros”, explicou Damasceno.
O que é a Região 3?
Divisão do PCV e o do TCP nos bairros da Região 3 de Vila Velha.
PMES
Além disso, um dos suspeitos de envolvimento com o ataque já foi apreendido pela Polícia Militar mais de dez vezes por crimes com porte e disparo de arma de fogo, tráfico de drogas e participação em confronto entre facções.
O comandante-geral da PM destacou que oito bairros da região estão sob gestão do tráfico do TCP enquanto outros três estão no setor de atuação do PCV.
É nessa “corrida” pelas bocas de fumo que, conforme Caus, um homem do PCV, conhecido como ‘Nego Stanley’, mandou os adolescentes cometerem o ataque que terminou com a morte de Sophia e Andrezza. As duas não tinham ligação com o crime.
Investigações apontam que Nego também atua como gerente do tráfico no bairro Alecrim, no mesmo município.
“Estamos atuando de forma integrada e as forças de segurança estão na rua e adotamos um plano de contingência muito forte e muito enérgico. As forças entraram na região com grande reforço efetivo e não tem previsao de saida agora a ideia é sufocar o ponto de venda de droga”, reforçou.
Moradores e familiares das vítimas pediram um reforço de segurança na região com a instalação de uma base móvel. Caus comentou que o pedido faz parte do planejamento da PM
“São aqueles carros simples que nós temos, onde ele muda de posição, porque o crime é dinâmico. Ele pode estar em Santa Rita, mas ele pode migrar pra Vila Garrido. Então essa base imóvel é um carro, a gente coloca três, quatro policiais e a gente vai mudando a posição dele de acordo com a necessidade. Então o modelo dinâmico é mais eficiente. E o modelo de bases temporárias, móveis, é o que mais se adequa à realidade de eficiência na gestão das polícias militares. Essa é a nossa ideia, sim, colocarmos bases móveis nessa região”, explicou Caus.
Maria Luiza da Silva é abraçada durante enterro ad filha e manicure Andrezza da Silva Conceição, morta durante ataque a tiros em Vila Velha, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
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