‘Fui muito criticada por isso’, diz Janja sobre regulação de redes sociais após vídeo de Felca denunciando exploração de menores


Janja fala sobre regulamentação das redes sociais durante evento em Itapissuma
Em agenda em Pernambuco nesta terça-feira (12), a primeira-dama Janja Silva falou sobre o debate em torno da regulamentação das redes sociais (veja vídeo acima). O tema veio à tona após o youtuber e humorista Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca, divulgar um vídeo na quarta (6) denunciando casos de exploração de menores nas redes.
Acompanhada dos ministros Anielle Franco (Igualdade Racial) e André de Paula (Pesca e Aquicultura), ela visitou uma comunidade de marisqueiras em Itapissuma, no Grande Recife (saiba mais abaixo).
“Eu tenho, repetidas vezes, falado sobre a regulamentação das redes sociais. Fui muito criticada por isso, mas parece que, enfim, a sociedade colocou um olhar sobre isso”, declarou em entrevista coletiva.
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A declaração foi dada no mesmo dia em que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo federal pretende enviar ao Congresso um projeto de lei que prevê a regulação e a punição de big techs pela divulgação de conteúdos criminosos nas redes.
Em Pernambuco, Janja lembrou que tem falado do tema ao longo dos anos e afirmou estar feliz com o debate aberto recentemente.
“Estou muito feliz com isso [a repercussão], porque acho que o que a gente precisa é proteger a vida das nossas crianças e dos nossos adolescentes, deixar eles não serem mais expostos ao que acontece na rede social sem ter uma responsabilização”, afirmou.
A primeira-dama protagonizou polêmicas ao defender esse tema. Uma delas, em novembro de 2024, foi quando, ao cobrar a regulação das plataformas, xingou Elon Musk, dono da plataforma X.
Em maio deste ano, ela esteve na China com o presidente Lula e, segundo interlocutores que participaram de uma reunião entre o presidente chinês Xi Jinping e a delegação brasileira, Janja pediu a palavra para falar sobre os efeitos nocivos do TikTok, rede social chinesa.
Janja Silva participou de agenda em Itapissuma, no Grande Recife
Pedro Alves/g1
Marisqueiras de Itapissuma
Em Itapissuma, Janja e os ministros Anielle Franco e André de Paula visitaram comunidades de marisqueiras em Itapissuma, e conheceram projetos de sustentabilidade, associativismo e cooperativismo liderados por mulheres. A agenda começou com uma visita à Colônia de Pesca Z10, onde Janja e os ministros conversaram com marisqueiras e lideranças políticas.
Em seguida, eles almoçaram no polo gastronômico da cidade, onde foi servida a famosa caldeirada de Itapissuma. Depois, assistiram ao documentário “Pescadora de Direitos”, que conta a história de Joana Mousinho, primeira mulher a receber uma carteira de pescadora profissional e a presidir uma colônia de pescadores.
Durante o evento, a primeira-dama afirmou que, com a visita, busca ouvir as demandas das mulheres e levar suas reivindicações para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que acontece entre os dias 10 e 21 de novembro em Belém.
“Hoje aqui, o foco, o assunto são as mulheres. As mulheres estão na centralidade da COP30, são as mulheres que buscam as soluções para os seus territórios, que têm resiliência, projetos resilientes, porque elas são as mais impactadas, as mulheres e as meninas. Tenho falado muito sobre isso nos meus discursos, mas eu vim aqui para poder conversar e ouvir delas e poder levar para a COP30 as falas e as demandas delas”
Durante a visita, foi apresentado o projeto “Biofábrica – Sustentabilidade e Valorização da Cadeia de Ostras e Mariscos no Nordeste”, realizado em parceria com o Instituto Federal do Espírito Santo (IFES). O projeto visa implementar uma biofábrica que utiliza resíduos de mariscos para a fabricação de fertilizantes. As obras, segundo o ministro, devem começar ainda neste ano.
“[A fábrica] vai pegar o resto do marisco, da ostra, e vai transformar em remédio e em fertilizante, e isso vai gerar para as marisqueiras uma receita adicional. Aquilo que era lixo, que trazia problemas ambientais e de saúde, agora é receita. Isso é uma experiência pioneira e vai pagar pelo resto da ostra e do marisco”, afirmou o ministro André de Paula.
Antes da exibição do documentário, Joana Mousinho discursou e falou sobre a realidade das marisqueiras e pescadoras artesanais.
Ao g1, ela contou que, no encontro com Janja e políticos, pediu que houvesse, no posto de saúde local, um dia dedicado ao atendimento exclusivo dessa categoria, que tem particularidades por passar muitas horas com o corpo submerso em lama e água.
“Uma das maiores preocupações nossas foi a saúde, porque é de grande importância a nós, mulheres trabalhadoras que vivemos fazendo a pesca artesanal e entramos com nosso corpo dentro da água. E a água está suja, o manguezal está sujo, poluído. Nós ficamos doentes e, sem saúde, nós não conseguimos trabalhar. A reivindicação é por um acolhimento de saúde, pela defesa dos mangues, pela limpeza dos mangues, e pelo atendimento diferenciado da nossa categoria”, disse a marisqueira.
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