
Polícia vai investigar conversas em aplicativo de namoro entre vítima e suspeito
Irmã de Karina Cristina Queiroz, encontrada morta dentro de casa após um encontro marcado por um aplicativo de namoro, Júlia Queiroz disse, nesta segunda-feira (11,) que não acredita na versão apresentada pelo radialista Rodrigo César Mucci, de 48 anos, que confessou à polícia ter assassinado a jovem de 22 anos.
O suspeito, mais conhecido como Rodrigo Totti, foi preso na segunda e encaminhado à Cadeia de Santa Rosa de Viterbo (SP).
Segundo o delegado Targino Osório, Totti disse que agiu após se recusar a pagar por um encontro e disse que atirou em Karina porque ela ameaçou contar sobre os dois para a esposa dele.
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O crime aconteceu no dia 1º de agosto, por volta das 17h. Karina foi encontrada pela amiga com quem dividia a casa, no bairro Cristo Redentor, em Ribeirão Preto (SP), por volta das 21h. (veja mais abaixo)
À EPTV, afiliada da TV Globo, Júlia descartou a possibilidade de a irmã ser garota de programa.
“Ele vai contar a versão que vai favorecer ele, porque eu não acredito. Que programa dura 28 minutos? Ele entra na casa, faz o que faz e ainda tem tempo de matar ela? É meio contraditório. Não acredito na versão dele, não acho que, realmente, foi para fazer um programa”.
Totti está preso temporariamente, mas a polícia disse que pretende entrar com um pedido de prisão preventiva. O g1 tenta localizar a defesa dele.
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Júlia esteve na delegacia nesta segunda-feira para acompanhar a prisão do suspeito de matar a irmã dela. Segundo ela, se tivesse a oportunidade de falar com Totti, perguntaria o porquê do crime.
“Perguntaria porque ele fez isso. Eu queria ter falado com ele, mas que bom que a justiça foi feita. Não traz minha irmã de volta, mas está se cumprindo. Que ele pague pelo crime que cometeu, que passe, se for necessário, uns 30 anos lá dentro [da prisão]. Não vai trazer minha irmã de volta, mas que, de onde quer que ela esteja, veja que foi cumprido, que a gente fez justiça”.
Júlia Queiroz, irmã de Karina Cristina Queiroz, Ribeirão Preto, SP
Ronaldo Gomes/EPTV
O caso foi registrado, inicialmente, como latrocínio, que é roubo seguido de morte, mas deve ser modificado para feminicídio.
Procurada pelo g1, a Secretaria de Segurança Pública informou que caso segue sob investigação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão Preto, que está realizando as diligências finais para concluir o inquérito policial e esclarecer todos os fatos.
Vítima foi encontrada morta dentro do quarto
Karina foi encontrada morta dentro do quarto dela na noite de 1º de agosto. À polícia, uma amiga, que dividia a casa com a vítima, disse que horas antes, Karina tinha marcado um encontro pelo aplicativo e o homem chegaria à residência por volta das 16h50.
Nas horas seguintes, ela teria tentado contato com Karina por telefone, mas sem sucesso. Por volta das 21h, ela retornou à residência e encontrou a amiga morta ao lado da cama, com dois ferimentos no rosto.
De acordo com o boletim de ocorrência, eles eram compatíveis com disparos de arma de caça, como espingarda ou garrucha. Fragmentos de munição foram encontrados no local e recolhidos pela perícia.
Segundo o delegado Targino Osório, depois de depoimentos e análises de câmera de segurança, a polícia identificou um carro que esteve na casa de Karina no dia da morte.
Nas gravações, foi constatado que o veículo circulou pela região, inicialmente, com placas adulteradas e depois, em curto espaço de tempo, com as placas originais, o que possibilitou aos investigadores chegarem ao endereço de Rodrigo Totti. O carro está no nome da mulher dele.
“Este veículo passou em um determinado local com essa placa [adulterada] e, logo em seguida, passa nas proximidades com a placa original. A partir da placa original, levantamos que [o carro] é de propriedade de uma mulher. Verificamos através de pesquisas que esta mulher era amasiada com o determinado sujeito.”
Nesta segunda-feira, Totti foi encontrado na casa dele, no bairro Adelino Simioni, também na zona Norte de Ribeirão. Ele confessou informalmente que matou a jovem após uma discussão durante o encontro.
A arma e o carro usados no crime, além de um simulacro, foram localizados na residência e apreendidos.
Ele ainda indicou um bueiro, no bairro Cristo Redentor, onde havia descartado o celular e um molho de chaves de Karina. Os objetos também foram encontrados e apreendidos.
Rodrigo Totti é suspeito de matar Karina Queiroz em Ribeirão Preto
Arquivo pessoal
Celular e chaves de Karina Queiroz estavam em bueiro em Ribeirão Preto
Polícia Civil
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