Patrocinadores do Agenda ESG 2025 explicam suas adaptações sustentáveis


Primeiro evento do Agenda ESG 2025 aconteceu em julho
Vanessa Rodrigues/AT
Os patrocinadores do Agenda ESG 2025 demonstram como empresas do setor de infraestrutura estão na vanguarda da transformação sustentável no Brasil. Autoridade Portuária de Santos, Santos Brasil e Ecovias compartilharam suas estratégias e compromissos para enfrentar os desafios climáticos e promover práticas ESG em suas operações.
Autoridade Portuária de Santos: Navegando rumo ao Net Zero
Claudio Bastos, Superintendente de Governança, Riscos e Compliance na Autoridade Portuária de Santos, destacou os desafios climáticos enfrentados pelo maior porto da América Latina. Em 2024, o Porto de Santos foi severamente impactado por condições meteorológicas adversas, com 195 horas de paralisação devido a uma névoa densa.
“O nosso setor marítimo e portuário está vindo com uma regulação muito forte”, explicou Bastos, referindo-se às novas diretrizes da IMO (Organização Marítima Internacional), braço da ONU para o setor. A organização criou um framework para o Net Zero que entrou em vigor em abril de 2025, estabelecendo metas e parâmetros para armadores assumirem compromissos de descarbonização.
Claudio Bastos esteve presente no primeiro Agenda ESG 2025
Vanessa Rodrigues/AT
A partir de 2028, navios que não estiverem em compliance com os novos parâmetros começarão a ser taxados. Embora o impacto financeiro direto seja para os armadores, Bastos alerta que o impacto econômico chegará aos portos através do aumento dos fretes e, consequentemente, dos custos portuários.
A Autoridade Portuária está desenvolvendo internamente estratégias para atingir o Net Zero, que se tornou uma meta setorial municipal. O objetivo é trabalhar na mitigação e descarbonização das operações portuárias ao máximo possível.
Santos Brasil: Liderança em Transição Climática
Béatrice de Toledo Dupuy, gerente executiva de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade da Santos Brasil, apresentou o Plano de Transição Climática da empresa, anunciado no último trimestre de 2024. Como operadora do maior terminal de contêineres da América do Sul, a Santos Brasil estabeleceu a meta de neutralidade de carbono até 2040.
O plano prevê uma redução de 70% das emissões diretas (escopos 1 e 2) e de 30% das emissões indiretas ao longo da cadeia de valor (escopo 3). Um dos principais destaques é a eletrificação completa dos RTGs (guindastes de pátio) no Tecon Santos até 2031, substituindo todos os equipamentos movidos a diesel por modelos elétricos.
Béatrice Dupuy apresentou o Plano de Transição Climática da Santos Brasil
Divulgação
“Essa iniciativa evitará a emissão de 713 toneladas de CO₂ por mês e reduzirá em 97% as emissões desses guindastes no terminal”, enfatizou Béatrice. A empresa já demonstra resultados significativos, com uma redução de 36% na intensidade de emissões entre 2019 e 2023.
A Santos Brasil tem investido massivamente em energia renovável, zerando as emissões de escopo 2 desde 2022 através da aquisição de certificados I-REC e instalação de painéis fotovoltaicos. A empresa também estabeleceu a meta de “aterro zero” em todas as unidades até 2028, promovendo a economia circular.
O projeto de ampliação e modernização do Tecon Santos, com investimentos previstos de R$ 2,6 bilhões, contempla melhorias que aumentam a eficiência energética e operacional frente às novas exigências climáticas. A empresa participa ativamente de iniciativas como o Pacto pela Sustentabilidade do Ministério de Portos e Aeroportos e integra a Aliança Brasileira de Descarbonização dos Portos.
Ecovias: Inovação Sustentável nas Rodovias
Jefferson Cleber Da Silva Junior, coordenador de Sustentabilidade da Ecovias Imigrantes, demonstrou como a concessionária integra sustentabilidade à estratégia de negócios. A empresa foi pioneira na utilização do asfalto borracha em larga escala, cobrindo todo o pavimento flexível do Sistema Anchieta-Imigrantes (140 km) com material que incorpora pneus triturados.
“A prática retira do ambiente pneus descartados que demorariam centenas de anos para se decompor na natureza”, explicou Jefferson. Na construção da segunda pista da Imigrantes, a empresa conseguiu reduzir a supressão vegetal em 40 vezes comparado à primeira pista, utilizando técnicas modernas de construção.
O projeto da terceira pista representa um novo patamar de sustentabilidade, com 80% da extensão prevista em túneis para evitar ao máximo o corte de árvores. A concessionária trabalha em projetos de economia circular, redução do uso de combustíveis fósseis e conservação de recursos naturais.
Jefferson Cleber da Silva Junior explicou as medidas que a Ecovias vem realizando
Divulgação
No aspecto social, a Ecovias desenvolve o Programa de Redução de Acidentes (PRA), integrando ações de engenharia, campanhas educativas e tecnologia. A empresa mantém programas como o “Capacitar”, realizado em parceria com o SENAI para qualificação profissional gratuita, e o “Viveiro de Mudas”, que já produziu mais de um milhão de mudas para restauração da Mata Atlântica, empregando pessoas com deficiência intelectual.
A Ecovias também faz parte da Agenda ESG 2030 — Nas Vias da Sustentabilidade do grupo EcoRodovias, estabelecendo metas claras até 2030: redução de 42% nas emissões de CO₂, 95% de resíduos reutilizados, 50% de mulheres e 35% de pessoas negras em cargos de liderança, e redução de 50% nas mortes viárias.
Colaboração Setorial para Transformação
Os três patrocinadores demonstram que a transformação sustentável no setor de infraestrutura requer colaboração entre empresas, poder público e sociedade civil. Suas iniciativas mostram como é possível conciliar crescimento econômico com responsabilidade ambiental e social, posicionando a região como referência nacional em práticas ESG.
A participação dessas empresas no Agenda ESG 2025 reforça o compromisso do setor privado com o desenvolvimento sustentável, contribuindo para que o Brasil chegue à COP30 com exemplos concretos de liderança empresarial em sustentabilidade.
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