
Europa tenta influenciar encontro de Trump e Putin a favor da Ucrânia
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na segunda-feira (11) que Kiev e Moscou terão que ceder territórios para encerrar a guerra na Ucrânia. Ele também disse que as conversas programadas para o fim da semana com o presidente russo, Vladimir Putin, vão mostrar se o líder do Kremlin está realmente disposto a fechar um acordo.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Líderes europeus e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, planejam conversar com Trump antes de sua cúpula com Putin no Alasca, na sexta-feira (15), em meio a temores de que Washington possa impor termos de paz desfavoráveis à Ucrânia.
Trump endureceu sua posição em relação a Moscou ao concordar em permitir que mais armas americanas cheguem à Ucrânia e ameaçar impor tarifas aos compradores de petróleo russo.
Por outro lado, persistem na Europa temores de que o republicano possa endossar um acordo que force grandes concessões de Kiev.
Ucrânia e Rússia têm suas próprias demandas para aceitar um cessar-fogo. A maioria delas é inconciliável, como a disputa por territórios que a comunidade internacional reconhece como ucranianos.
Explosão de ataque de drone ilumina o céu de Kiev, capital da Ucrânia, na madrugada de 10 de julho de 2025.
REUTERS/Gleb Garanich
Veja, a seguir, quais são as exigências de cada lado para selar a paz no conflito:
Rússia
Reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia (anexada em 2014) e as regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, que a Rússia ocupa ou reivindica.
O abandono oficial dos planos da Ucrânia de ingressar na Otan, a aliança militar do Ocidente criada na Guerra Fria. A não expansão da Otan em direção à Rússia é uma demanda antiga de Moscou.
Limites ao tamanho e às capacidades das Forças Armadas ucranianas, incluindo a suspensão do fornecimento de armas ocidentais e a proibição da presença militar estrangeira em território ucraniano.
Reconhecimento internacional das anexações russas e levantamento das sanções do Ocidente contra a Rússia.
Desmilitarização e “desnazificação” da Ucrânia, nas palavras usadas pelo Kremlin, incluindo a proibição de organizações nacionalistas e a restrição das narrativas de identidade nacional ucraniana.
Realização de eleições em condições favoráveis à Rússia após o fim das hostilidades. Moscou alega que o cancelamento das eleições presidenciais de 2024 por Kiev, devido à guerra, colocam em xeque a legitimidade do governo de Zelensky.
Garantia do direito ao ensino da língua russa na Ucrânia, além do ucraniano, além da proteção aos falantes russos no país.
Ucrânia
A retirada de todas as forças militares russas do território ucraniano, incluindo a Crimeia e outros territórios hoje controlados por Moscou.
Restauração das fronteiras da Ucrânia antes da anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 e da invasão militar russa, em 2022.
Proteção e restauração da infraestrutura energética e alimentar da Ucrânia, além de reparação por danos de guerra e desminagem dos territórios ucranianos.
Retorno de prisioneiros de guerra e crianças ucranianas que, segundo Kiev, foram sequestradas e deportadas para a Rússia.
Acusação de líderes russos por crimes de guerra cometidos durante a invasão.
Garantias de segurança de aliados internacionais para evitar futuras agressões russas.
Não reconhecimento das reivindicações territoriais russas ou da neutralidade imposta pela Rússia. A Ucrânia insiste, como nação soberana, no seu direito de escolher alianças, incluindo a possibilidade de adesão à Otan.
Rejeição das exigências para limitar seu efetivo militar ou proibição de hospedar tropas estrangeiras em seu território.
Suspensão gradual de algumas sanções contra a Rússia, condicionada ao cumprimento dos termos de paz.