Em meio à seca, queima controlada é suspensa por conta da estiagem e riscos de incêndios no Acre


Acre suspende autorização para queimadas controladas
Com mais de 250 focos de incêndio no Acre, o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) suspendeu a autorização para queima controlada no estado por 180 dias. O decreto foi publicado nesta quarta-feira (13) no Diário Oficial do Estado (DOE).
A decisão considera a situação de emergência provocada pela estiagem prolongada e pelo baixo nível dos rios, que aumenta o risco de incêndios florestais e compromete o abastecimento de água no estado.
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Com a suspensão das autorizações, o Imac orienta que qualquer uso de fogo em áreas rurais e urbanas seja evitado, mesmo que para fins de limpeza de terreno. A suspensão é uma medida preventiva para evitar que a situação piore.
Segundo o órgão, quem descumprir a decisão pode ser responsabilizado criminalmente com base na legislação ambiental.
Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), suspendeu a autorização para queima controlada no Acre
Arquivo/CBM-AC
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O Acre enfrenta neste ano uma das secas mais severas dos últimos tempos, com temperaturas elevadas, baixa umidade e previsão de chuvas abaixo da média, em julho por exemplo, choveu apenas 8 milímetros na capital.
Segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente do Acre (Sema), entre janeiro e agosto deste ano foram registrados 259 focos de incêndio. Só nos primeiros 13 dias deste mês houve o registro total de 24 focos.
Motivos
A suspensão das autorizações para queima controlada não afeta apenas produtores e proprietários de terras, a medida tem impacto na preservação ambiental, no abastecimento de água e na saúde pública.
Risco elevado de incêndios: a queda da umidade do ar e o aumento da temperatura tornam qualquer queima mais fácil à chamas descontroladas.
Preservação dos recursos hídricos: com os rios em níveis críticos, o uso controlado do fogo pode agravar ainda mais a crise de abastecimento para a população.
Proteção à saúde: as queimadas afetam a qualidade do ar e podem desencadear problemas respiratórios, especialmente em populações vulneráveis.
Acre em emergência
O governo do Acre sancionou, no último dia (6), o decreto que coloca o Acre em situação de emergência por causa da seca nos rios que cortam o estado. No mesmo dia, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, também assinou o decreto de situação de emergência por conta da seca do Rio Acre.
Os decretos foram publicados em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE).
Rio Acre segue em situação crítica e preocupa autoridades
Arquivo/Jhenyfer de Souza
O documento, em vigor por 180 dias, destaca que o regime de chuvas no estado no 1º semestre de 2025 foi inferior ao esperado, o que contribuiu para o cenário de seca dos mananciais.
O decreto aponta ainda que a queda acentuada no volume de rios usados para captação de água provoca crise no abastecimento prejudica o funcionamento das estações de tratamento e obriga o governo a adotar medidas como racionamento e envio de caminhões-pipa para atender comunidades urbanas e rurais.
O coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, explicou que o decreto assinado dá liberdade para o pedido de socorro e de resposta.
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Com isso, a Defesa Civil pode tomar providências como recorrer a outras secretarias e pedir recursos ao governo federal de uma forma mais célere, diminuindo a burocracia.
Ainda em maio deste ano, por conta de problemas estruturais e instabilidade do solo, inclusive com erosão, o governo federal reconheceu a situação de emergência na Estação de Tratamento de Água (ETA) II de Rio Branco.
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