
Em Pernambuco, Padilha sai em defesa do Mais Médicos
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, voltou a proteger o Mais Médicos, durante visita a Pernambuco nesta quinta-feira (14), um dia após sair em defesa do programa federal nas redes sociais (veja vídeo acima). Na quarta-feira (13), o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o programa brasileiro e revogou os vistos de Mozart Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo brasileiro.
“Quero deixar bem claro que nenhum ataque seja no Brasil muito menos de fora vai fazer com que a gente abra mão do Pix e do Mais Médicos, que são patrimônios do povo brasileiro. […] Quando a gente criou o Mais Médicos, mil municípios não tinham sequer um médico”, afirmou Padilha na inauguração de fábrica da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), que vai produzir medicamentos essenciais ao Sistema Único de Saúde (SUS).
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O Mais Médicos foi criado em julho de 2013, pelo governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O programa busca ampliar a presença desses profissionais na rede pública, sobretudo em áreas carentes, permitindo a atuação de médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior sem revalidação do diploma.
“Nenhum ataque de quem é inimigo da saúde, como se demonstrou, mais uma vez, o presidente Trump e o seu governo, vai abalar o Mais Médicos, que inclusive hoje tem o dobro de médicos do que tinha quando nós iniciamos o governo”, declarou Padilha no evento em Goiana, na Zona da Mata de Pernambuco.
Alexandre Padilha, ministro da Saúde, defende o programa Mais Médicos durante inauguração de fábrica da Hemobrás em Pernambuco
Reprodução/TV Globo
Além de defender o programa do governo federal, o ministro da Saúde também criticou Trump e os Estados Unidos.
“O presidente Trump, o governo dos Estados Unidos, começou o ano perseguindo cientistas que desenvolvem vacina nos Estados Unidos, depois cancelando contratos com empresas americanas que produzem vacinas, depois cortando os recursos envolvendo vacina nos Estados Unidos, depois tirando o recurso da Organização Mundial de Saúde para compra de medicamentos e fabricação de medicamentos para o HIV, para vacinas e agora faz um ataque a um programa internacionalmente reconhecido, que é o Mais Médicos”, disse Padilha.
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Durante o discurso, o ministro da Saúde também parabenizou os dois funcionários do governo brasileiro que foram alvos das sanções impostas pelos Estados Unidos, além de se solidarizar com outros servidores atacados pelo governo de Donald Trump.
“Quero aqui dar os parabéns no trabalho não só do Mozart Sales, mas do Alberto Kleiman. São duas pessoas que, lá em 2012, viajaram o mundo. Foram na França, na Espanha, na Itália, em Portugal, nos próprios Estados Unidos, no Reino Unido para ver como que o mundo estava fazendo para enfrentar o problema de falta de médicos e identificou, naquele momento, que quase 80 países faziam parcerias com os médicos cubanos para resolver esse problema. Por isso que nós fizemos como parte do programa. Quero saudar também servidores que estão na lista de outros perseguidos pelo governo Trump só porque defendem a saúde, defendem a vida e a ciência”, afirmou Padilha.
A revogação dos vistos de Mozart Sales e Alberto Kleiman foi anunciada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. A sanção foi justificada pela participação dos dois servidores brasileiros na implementação do programa Mais Médicos, entre 2013 e 2018, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Cuba. Os EUA disseram que o programa financiava a ditadura cubana.
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