
Cátia Raulino é condenada a 10 anos de prisão por violação de direito autoral e uso de documento público falso
Reprodução/Redes Sociais
A Justiça da Bahia condenou a falsa professora de direito Cátia Regina Raulino a 10 anos de prisão por violação de direito autoral e uso de documento público falso. Ela era acusada de plagiar obras de ex-alunos, que foram publicadas em um livro, como se fossem dela.
Segundo a decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Cátia também deverá pagar uma indenização de R$ 10 mil a cada uma das três vítimas da violação de direitos autorais, que relataram abalos emocionais e psicológicos em razão do plágio ocorrido. Ela vai poder recorrer da decisão em liberdade.
Conforme a Justiça, o pedido de indenização das universidades foi indeferido, por não haver relato de dano às suas imagens.
Em 2022, a Justiça condenou Cátia a pagar multa e indenização por danos morais, além de ter que declarar que plagiou obras de ex-alunos. Ela foi condenada a pagar R$ 5 mil em multa e outros R$ 25 mil por danos morais ao verdadeiro autor da obra plagiada.
Ela se passava por advogada e acadêmica renomada, usando títulos inexistentes para obter empregos, participar de bancas, palestras e eventos. A investigação também apontou que Cátia plagiou, na íntegra, trabalhos de ex-alunas e os publicou em revistas científicas e livros, sem autorização das autoras.
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Relembre o caso
Cátia Raulino se passava por advogada e acadêmica renomada, usando títulos inexistentes
Reprodução/TV Bahia
Cátia Raulino dizia ser formada em direito, com mestrado, doutorado e pós-doutorado, e passou a ser investigada depois que alunas de uma faculdade particular em Salvador denunciaram que tiveram artigos plagiados por ela.
Um dos advogados formados em uma das turmas que a falsa professora lecionava acionou o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) contra a ela, pedindo indenização de R$ 30 mil.
A acusada chegou a apresentar documentos à polícia para tentar comprovar que os títulos era reais, mas o delegado Antônio Carlos Magalhães, titular da delegacia da Boca do Rio (9ª DT), que investigou o caso, disse que nenhum deles era um diploma ou equivalia aos títulos que Cátia dizia possuir.
As universidades onde ela disse ter estudado negaram que Cátia Raulino tenha concluído os cursos. Segundo as ex-alunas que denunciaram os plágios, quando ainda eram estudantes, elas tiveram os trabalhos de conclusão de curso incluídos em livro e revista e, nas publicações, a professora assinou os textos como dela, sem as citar.
Cátia Raulino atuou como professora e coordenadora de faculdades particulares da capital baiana. Ela divulgava o trabalho nas redes sociais, porém, um dos perfis, que tinha mais de 180 mil seguidores no Instagram, foi desativado.
A Universidade Federal da Bahia (Ufba) chegou a refazer duas bancas de mestrado que tiveram a participação dela.
Cátia também trabalhou por cerca de um ano no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Por meio de nota, à época do início das investigações, o TJ-BA informou que ela atuou no órgão entre fevereiro de 2013 a janeiro de 2014, no cargo temporário de supervisor.
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