
Fundada em 1980 no município de Xanxerê (SC), a Vemat nasceu como uma indústria voltada exclusivamente à produção de erva-mate para chimarrão. Com o passar das décadas, a empresa passou por uma série de transformações estratégicas. Hoje, mantém as raízes no setor de produtos naturais, mas aposta em inovação para entrar em novos mercados com soluções voltadas ao bem-estar.
Nos últimos dois anos, esse posicionamento se intensificou com o apoio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Com o apoio da instituição, a Vemat conseguiu recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) em duas modalidades de fomento à inovação, que totalizaram quase R$ 4 milhões em investimentos para pesquisa, desenvolvimento de produtos e aquisição de equipamentos.
Investimento em tecnologia impulsiona novos produtos
O primeiro projeto aprovado foi financiado em 2024, por meio da linha FINEP Inovacred, com valor de R$ 2 milhões. Os recursos foram utilizados na compra de equipamentos, realização de testes laboratoriais e desenvolvimento de dois novos segmentos de atuação – misturas solúveis funcionais para a indústria de bebidas e suplementos alimentares voltados ao mercado pet.
Segundo o diretor da Vemat, Mario Lorensi, o processo de ampliar a atuação da marca já passava por estruturação desde o início dos anos 2000, e com os recursos, ele foi viabilizado.
— Começamos com a aquisição de máquinas e ajustes na estrutura. A partir de 2018, conseguimos acessar o mercado farmacêutico com ingredientes nutracêuticos e fornecimento de misturas específicas para bebidas, como energéticos e chás líquidos — afirma.
Diante da demanda crescente de produtos do segmento pet, a empresa também optou por expandir o portfólio para o bem-estar animal. A decisão foi estratégica para aumentar a atuação da Vemat.
— Esse projeto, com incentivo do BRDE, inaugura uma nova fase para a empresa. Agora, passamos a atuar em um mercado que tem o bem-estar como prioridade — comenta o executivo.
Parceria com cooperativa fortalece agricultura familiar
Em 2025, a Vemat aprovou um segundo projeto com a FINEP, desta vez na modalidade de subvenção econômica, no valor de R$ 1.799.962,40. O foco da iniciativa é o desenvolvimento de um aditivo alimentar natural à base de acerola verde, cultivada de forma orgânica.
A matéria-prima utilizada no novo produto é fornecida pela cooperativa Frutipérola, localizada no município de Pérola, no Paraná. A região é produtora de acerola, mas enfrentava dificuldades para inserir a fruta no mercado de maior valor agregado, devido ao percentual de vitamina Cinferior ao das frutas cultivadas no Nordeste. Com o novo aditivo, essa realidade começa a mudar.
— Essa parceria com a Frutipérola transforma uma matéria-prima antes pouco valorizada em um produto com alto potencial funcional e comercial. O aditivo natural, rico em vitamina C, traz esperança para os agricultores, pois pode ampliar significativamente a renda e promover uma vida mais digna aos cooperados — ressalta Lorensi.
O novo ingrediente será desenvolvido em parceria com a Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó). Ainda, o ativo deve conter propriedades conservantes.
Da erva-mate à inovação industrial
A história da Vemat é marcada por diversas mudanças de mercado, o que fez com que a marca expandisse e se adaptasse no decorrer dos anos. Em 1990, a empresa criou a marca “Vemat Ervas Nobres” e começou a se dedicar à produção de chás. Em seguida, vieram os extratos concentrados e, a partir de 2002, os primeiros passos no segmento de solúveis, com a fabricação de xarope de mate tostado.
Hoje, a unidade fabril da Vemat ocupa mais de 6 mil metros quadrados em Xanxerê e produz extratos naturais certificados, como chá verde, hibisco, limão e laranja. Os produtos atendem indústrias de alimentos, cosméticos, farmacêuticos e bebidas. A empresa também mantém um escritório nos Estados Unidos, o que facilita o processo de exportação.
— O BRDE tem sido fundamental para indicar os melhores caminhos e possibilitar o acesso a recursos que viabilizam o desenvolvimento de novos produtos e mercados. Sempre buscamos o novo, acompanhando o mercado nacional e internacional — afirma Mario Lorensi.
Acesse o site do BRDE para saber mais sobre as iniciativas de financiamento viabilizadas pela instituição.