
Polícia Civil encontra fábrica clandestina de cigarros no DF.
A Polícia Civil do Distrito Federal encontrou uma fábrica clandestina de cigarros paraguaios em um galpão, em Santa Maria, nesta terça-feira (19).
No local, havia 360 mil maços prontos para distribuição — que poderiam render cerca de R$ 2 milhões no mercado ilegal —e 4,8 toneladas de fumo, além de embalagens, filtros e um equipamento de secagem artesanal usado no processamento do tabaco.
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Segundo a investigação da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, no momento da operação não havia produção em andamento – os indícios apontam que o espaço já funcionou como fábrica e estava em processo de desativação.
“Ainda assim, os materiais, insumos e equipamentos encontrados demonstram a estrutura de um esquema voltado à fabricação e distribuição de cigarros ilegais no Distrito Federal”, diz a Polícia Civil.
Além do galpão em Santa Maria, outro endereço investigado já estava vazio, indicando que os suspeitos teriam mudado a estrutura de lugar. A Polícia Civil segue na investigação para identificar e responsabilizar os envolvidos. Até o momento, ninguém foi preso.
Fábricas clandestinas se espalham pelo país
Galpão tinha 360 mil maços prontos e 5 toneladas de fumo.
PCDF/Divulgação
De acordo com a Polícia Civil, a fabricação clandestina de cigarros é uma prática em expansão no Brasil e tem recebido investimentos de organizações criminosas. Recentemente, o g1 noticiou casos semelhantes em São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
Ainda segundo a corporação, essas fábricas costumam ser instaladas em grandes galpões preparados com isolamento acústico e geradores de energia elétrica.
No Distrito Federal, a prática não é comum. Um levantamento do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP) mostra que, desde 2001, 75 fábricas clandestinas foram fechadas no Brasil — nenhuma delas no DF.
A Polícia Civil investiga se a instalação foi escolhida por conta da posição geográfica de Brasília, no centro do país, o que facilitaria o escoamento da mercadoria para outros estados.
Ainda segundo o estudo da FNCP, o número de operações desse tipo triplicou nos últimos quatro anos. Entre 2021 e 2025, foram fechadas 39 fábricas clandestinas — superando o total de 36 registros em toda a década anterior (2007 a 2020).
Para Edson Vismona, presidente do Fórum, o crescimento mostra que organizações criminosas cada vez mais internalizam em território nacional a falsificação de marcas paraguaias que já são conhecidas do consumidor.
“Essa dinâmica clandestina reduz ainda mais os custos da operação criminosa, aumentando os lucros e ampliando o alcance da rede ilegal que monopoliza o mercado no território que domina”, explica Vismona.
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