Cuidadora é denunciada à Justiça por manter idosa em cárcere privado por mais de dois meses


Palácio da Justiça, sede do TJPE, em imagem de arquivo
Reprodução/TV Globo
Duas mulheres foram denunciadas pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por extorquir e manter em cárcere privado por mais de dois meses uma idosa no bairro de Cajueiro, na Zona Norte do Recife. Segundo os autos do processo, uma das acusadas trabalhava como cuidadora da vítima e aproveitou o momento em que ela estava internada para se apossar do imóvel.
A denúncia foi aceita no dia 11 de julho pela juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Com isso, as mulheres, identificadas como Dayse Maria Ferreira de Souza e Elaina Alexandra de Souza, se tornaram rés no processo pelos crimes de sequestro e cárcere privado. O g1 tenta contato com a defesa delas.
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A vítima, que não teve a idade confirmada, alegou nos autos que contratou Dayse Maria Ferreira para ser sua cuidadora no início de 2018 e, com o tempo, a funcionária começou a fazer ameaças e tomar os cartões da vítima para fazer pagamentos pessoais e contrair empréstimos no nome dela.
Segundo o depoimento, os atos de violência continuaram até setembro de 2024, quando a idosa ficou uma semana internada no Hospital Otávio de Freitas, no bairro de Tejipió, na Zona Oeste do Recife.
Depois que recebeu alta, no dia 15 daquele mês, ela disse que encontrou a então cuidadora em casa, dizendo que ia tomar posse do imóvel, localizado na Rua Tenente Wanderley.
Em seguida, a vítima alegou que foi mantida em cárcere privado em um dos cômodos da casa até o dia 24 de novembro, quando conseguiu telefonar para um parente, que foi ao local e resgatou a idosa. A vítima foi levada para a casa desse familiar, onde morou por alguns meses.
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Em abril deste ano, a juíza substituta Ana Paula Costa de Almeida concedeu uma liminar determinando a reintegração de posse do imóvel que estava sendo ocupado pelas acusadas.
De acordo com o TJPE, o processo começou no dia 13 de junho de 2025 e está na fase de instrução processual, momento em que o órgão realiza audiências para ouvir a vítima, as testemunhas e as rés. A previsão é que a primeira audiência do caso seja marcada para janeiro de 2026.
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