‘Minha cabeça não tava acreditando naquilo que eu tava vendo’, diz mãe que encontrou filha morta em Mogi das Cruzes


Fernanda Tiemi dos Santos Ferreira, de 16 anos, foi encontrada morta sobre a cama
Reprodução/Redes sociais
A mãe da adolescente Fernanda Tiemi dos Santos Ferreira, de 16 anos, foi quem encontrou a filha morta sobre a cama na quarta-feira (20), no Parque São Martinho, em Mogi das Cruzes. Na casa, além do corpo, estava a filha da adolescente, uma bebê de apenas 1 ano e 3 meses.
“Eu fui a primeira a chegar e ver aquela cena. Minha cabeça não tava acreditando naquilo que eu tava vendo. A nenê estava chorando e aí deu os bracinhos pra mim. Eu corri, peguei ela, porque não queria que ela visse aquela cena, porque foi na frente dela que aconteceu tudo isso”, lamentou a mãe da adolescente, Raquel Ferreira dos Santos.
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A filha da adolescente, uma bebê de apenas 1 ano e 3 meses, estava na casa em que a mãe foi morta
Júlia Andrade/TV Diário
Abalada, a mulher contou que logo que chegou e encontrou a filha tentou reanimá-la, além de acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“A minha cabeça rodava e eu falei pro Samu ‘pelo amor de Deus, faz alguma coisa, me ajuda a levar ela pro hospital’ e me disseram que já não tinha mais o que fazer. Foi muito cruel, quem fez isso é um monstro. Eu não desejo isso pra ninguém. Eu quero justiça, quero que ele pague pelo que fez. Cadeia é pouco pra quem faz isso”, disse a mãe.
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Raquel falou ainda que Fernanda era uma pessoa que gostava de fazer amizade, de se arrumar, de se maquiar e publicar nas redes sociais, além de ser uma pessoa muito alegre. A mãe comentou também o fato de estar fora de casa quando o crime aconteceu.
“Eu nem imaginava que era só eu sair pra acontecer isso. Se eu soubesse, eu não tinha saído. Eu juro que não. Ela era tudo pra mim. Eu não sei nem o que falar, não sei nem o que fazer. A minha cabeça fica bagunçada. Eu chegava em casa, sempre falava com ela. Agora, chegar e não ver ela. Mas é como se você tivesse vendo ela ali, sabe?”
Fernanda foi enterrada na manhã desta sexta-feira (22), no Cemitério da Saudade, em Mogi das Cruzes.
Relembre o caso
Segundo o boletim de ocorrência, policiais militares se dirigiram até a Estrada Aroeira para averiguar uma denúncia de homicídio. Ao chegarem ao local encontraram a vítima em cima da cama do quarto.
O documento aponta que a mãe saiu com a outra filha que está grávida de oito meses para atendimentos em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), em Taiaçupeba. Ela permaneceu no local até as 14h.
Após deixarem a UBS, a filha foi até a Santa Casa enquanto a mãe retornou à residência. Conforme o boletim de ocorrência, ela enviou mensagens para a adolescente por volta das 11h15, mas ela não respondia.
Por volta das 16h50, ela entrou no imóvel e encontrou a filha morta sobre a cama. Ela acionou a PM e o Samu.
Os policiais também ouviram a irmã da vítima. Segundo o documento, ela conta que chegou em casa por volta das 19h50. A mulher relatou que seu relacionamento com a vítima não era bom e brigavam constantemente, chegando a registrar um boletim de ocorrência contra a irmã.
Ainda de acordo com ela, devido à relação conturbada, seu ex-marido, não gostava da ex-cunhada, mas nunca presenciou o companheiro ameaçando a vítima. No entanto, ela denunciou o ex-companheiro por violência doméstica e obteve uma medida protetiva contra o homem.
Ele esteve na casa pedindo para ela retirar a medida protetiva, pois não iria registrar o filho em seu nome, o que foi negado. O homem foi embora na sequência. Em outra data, ele teria dito que se ela não apoiasse a ideia dele morar no mesmo imóvel, aconteceria uma “desgraça”.
Sobre a irmã, ela relatou que a adolescente é mãe de uma menina de 1 ano e três meses e que tinha uma relação conturbada com seu ex-namorado e pai da criança. Conforme o documento, a mulher disse que ele, um jovem de 28 anos, possuía dívidas com várias pessoas e passava o nome de sua irmã para ser evitado.
Ela disse ainda que a irmã recebia telefonemas de número privado com ameaças de morte. Afirmou aos policiais que não conhecia onde o jovem mora e disse que ele aplicava golpes com quem teve relacionamento.
Um dos investigados, o ex-companheiro da irmã da vítima, negou o crime. Segundo a polícia, ele confirmou que esteve na casa de sua ex para conversar. Ele alegou que pediu a retirada da medida protetiva pois queria criar o futuro filho com ela. O pedido foi negado e ele teria deixado o local sem discutir com a mulher.
Questionado sobre sua relação com a vítima, ele contou que não era boa, pois a princípio conviveu com a mesma por cinco anos e depois teve um relacionamento que durou dois anos com a irmã dela. Ele afirmou que passou o dia todo deitado e que sentia dores no joelho e que iria ao médico no momento da chegada dos policiais. Além disso, disse que soube do ocorrido através dos próprios agentes.
A polícia solicitou exames ao Instituto Médico Legal (IML) e apoio do Setor de Homicídios de Mogi das Cruzes. O local do crime foi preservado para o trabalho da perícia.
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