Sem poder andar, cabeleireira aguarda há 1 ano por cirurgia para reparar prótese quebrada


A cabeleireira Flávia Vanessa Oliveira da Silva aguarda por cirurgia no joelho
Arquivo pessoal
A cabeleireira Flávia Vanessa Oliveira da Silva, de 36 anos, aguarda há 1 ano por uma cirurgia no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), na Região Portuária do Rio de Janeiro.
Durante o tratamento contra um câncer, ela precisou implantar uma prótese no joelho direito, mas a peça acabou quebrando. Desde então, ela não consegue andar e precisa de remédios para amenizar a dor.
“Há 3 anos fui diagnosticada com um tumor de célula gigante na tíbia. Fiz a cirurgia, retiraram o osso e colocaram uma endoprótese. Tinha validade de 5 a 10 anos, mas com 2 anos e meio ela estalou e quebrou”, conta Flávia.
Desde agosto do ano passado, quando procurou a emergência do hospital e foi informada que seria encaminhada para a fila, Flávia vive com dores intensas e limitações severas.
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“Não tem um dia que eu não tome remédio. Não posso movimentar a perna. Os médicos disseram que tem que ser carga zero, porque posso ter fratura exposta ou até romper um vaso”, relata.
A rotina da cabeleireira, que mora em Bonsucesso, Zona Norte do Rio, mudou completamente. Mãe de 3 filhos adolescentes, ela não consegue realizar tarefas básicas como lavar louça, varrer a casa ou forrar a cama. “Só me levanto para ir ao banheiro. Eu trabalhava fora, tinha meu salão. Hoje preciso de ajuda para tudo.”
Segundo Flávia, em fevereiro, durante o carnaval, o hospital chegou a informar que a cirurgia não seria realizada por falta de sangue no estoque. “Eles prometeram que eu seria chamada, mas até agora nada.”
Além das dores físicas, Flávia diz que enfrenta impactos emocionais. Ela faz acompanhamento psicológico, usa antidepressivos e relata crises de pânico. “Sou nova, tenho 36 anos. Só peço ajuda.”
A situação de Flávia não é isolada. Segundo dados do próprio Into, em 2022, cerca de 7.687 pacientes aguardam por cirurgia ortopédica na unidade. Alguns estavam na fila há mais de 3 anos.
Atualmente, o hospital não disponibiliza de forma clara o número de pessoas à espera de uma cirurgia.
O que diz o Into
O Into é gerido pelo Ministério da Saúde. Em nota, o hospital afirmou que Flávia “será comunicada pelas equipes do instituto à medida que concluir as etapas de preparação cirúrgica e estiver apta para a realização do procedimento.” O órgão não deu data.
A direção do Into negou a falta de insumos e recursos necessários para procedimentos cirúrgicos.
Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia
Reprodução/TV Globo
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