‘Trump é única saída que temos’, diz Valdemar Costa Neto sobre condenação de Bolsonaro


Valdemar Costa Neto, presidente do PL, em imagem de novembro de 2022
Wilton Junior/Estadão Conteúdo
O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirmou nesta segunda-feira (25) que Donald Trump é a “única saída” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para evitar uma condenação na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Costa Neto classificou o processo como “guerra”.
O julgamento de Bolsonaro e outros sete réus começa na próxima semana, no dia 2 de setembro. O presidente da Primeira Turma do STF, Cristiano Zanin, reservou ainda sessões nos dias 3, 9, 10 e 12 para o julgamento do núcleo crucial, o que seria responsável pelo planejamento de uma tentativa de golpe no país.
“Isso é uma guerra e eu não acho que o Trump vai perder essa guerra, é minha opinião. O Trump é a única saída que nós temos, não temos outra. Porque quando o poder judiciário se comporta dessa maneira é a pior coisa que existe para todo o país. Por quê? Porque você não tem para quem recorrer”, disse.
Valdemar Costa Neto compara Bolsonaro a Che Guevara
Costa Neto esteve em um debate do grupo empresarial Esfera Brasil, em São Paulo, que reuniu várias lideranças de direita para debater o cenário político atual e as eleições presidenciais do próximo ano.
Atualmente, Bolsonaro está inelegível e é réu no STF por tentativa de golpe de Estado em 2022. Ele cumpre prisão domiciliar por descumprir medidas cautelares.
No evento, o presidente do PL afirmou ainda que vive um momento inédito em mais de quatro décadas de carreira política.
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Em meio a críticas à Justiça e às investigações envolvendo o ex-presidente, ele classificou o cenário atual como uma “perseguição constante” e disse ter dificuldades até mesmo para falar com o líder do partido.
“Nunca passei pelo que estou passando. Nunca assisti nada, nesse período de 40 anos que estou na política, como o que está acontecendo no Brasil agora. É uma perseguição constante com o Bolsonaro”, declarou.
“Esse é o nosso problema: todos estão apoiando o Alexandre de Moraes [ministro do STF], a maioria. Então, nós só temos uma chance: o Trump. Não temos outra”.
Segundo o presidente do PL, o presidente dos Estados Unidos apoia Bolsonaro porque ele tem “carisma” e, politicamente, ficou ao lado do aliado nas eleições norte-americanas de 2020.
“O Trump gosta do Bolsonaro porque quando ele perdeu eleição [em 2020], o Bolsonaro foi o último presidente a reconhecer a vitória do Biden. Além disso, ele conquistou pessoalmente, como ele conquista todo mundo com um carisma pessoal que ninguém tem”, disse.
O presidente do PL também negou que Jair Bolsonaro tenha participado do planejamento da tentativa de golpe de Estado no Brasil, em 8 de janeiro de 2023, e também do planejamento da morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
“Oito de janeiro não foi golpe. Eles inventam essa história de que foi golpe de um bando de pé de chinelo quebrando as coisas. Aquilo não foi golpe. Um bando de pé de chinelo… Lá foram tinha um monte de gente gritando ‘não quebra, não quebra’. Eles dizem que aquilo foi golpe para dizer que houve golpe”, declarou.
“Você pode planejar um assassinato e, desde que não faça nada, não pode ser condenado. Você pode planejar um golpe e não fez nada… Ninguém fez nada. Tentaram ‘ah, vamos matar o Alexandre [de Moraes]’. Fizeram? Fizeram. Tentaram? Fizeram alguma coisa? Não fizeram…”, afirmou Valdemar Costa Neto.
Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek
No mesmo evento, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que o próximo governo que vai ser eleito vai ter que ser um novo presidente Juscelino Kubitschek, que tinha o slogan de campanha ‘50 anos em 5’, quando decidiu transferir a capital do Brasil para Brasília.
Para Tarcísio, o novo presidente vai ter que trabalhar para fazer “40 anos em 4”, que é o período atual do mandato dos presidentes da República no País.
O governador paulista também jogou indireta ao presidente Lula (PT), ao falar indiretamente que o Brasil foi governado muito tempo por Getúlio Vargas que [ao cometer suicídio] mergulhou o Brasil em confusão.
“Lá atrás a gente teve uma pessoa que governou o Brasil por muito tempo, muito tempo, fez muita coisa, foi a pessoa que governou o país pelo maior período de tempo que foi o Getúlio Vargas (…) E ele tem um acervo de realizações e é por isso que ele se tornou um líder popular, carismático (…). Ele vai mal no governo e acaba tirando a própria vida. E aí se instala a confusão no Brasil. E agora, o que vai ser? Aquele líder carismático e popular e o Brasil imerso em confusão. E eis que vem Juscelino Kubitschek”, contou Tarcísio.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante o seminário da Esfera Brasil nesta segunda-feira (25), em São Paulo.
Reprodução/GloboNews
“JK vem com um lema ousado: 50 anos em 5 e esse cara impulsiona a indústria, ele interioriza o Brasil, ele constrói Brasília (…) Ele construiu uma cidade, que hoje é nossa capital, em 3 anos. Então é um líder disruptivo, que pensou em futuro. Não sei qual vai ser o lema de um novo governo, eu sei que a gente vai precisar fazer 40 anos em 4, isso está muito claro”, declarou o governador de SP, sem citar que é um dos possíveis candidatos ao Planalto em 2026.
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