
Em meio às transformações no setor energético e à crescente demanda por fontes mais sustentáveis, a indústria do carvão busca se reinventar ao investir em educação e qualificação profissional. Com programas voltados à transição energética justa, mineradoras e entidades do setor capacitam trabalhadores para novas funções, conciliando tradição e inovação no mercado de trabalho. Entre as iniciativas, estão parcerias com instituições de ensino, programas de estágio e o programa Jovem Aprendiz.
No Sul de Santa Catarina, o setor carbonífero tem mais de um século de atividade e é um dos principais pilares da economia local. Segundo dados do Sindicato da Indústria de Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina (SIECESC), o segmento mobiliza mais de R$ 6 bilhões de reais anualmente e gera mais de 21 mil empregos diretos e indiretos em cerca de 15 municípios da região.
De acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), mais de 800 jovens obtiveram formação técnica em cursos que contam com o apoio de empresas do setor carbonífero. Além de cursos técnicos em Mineração, as áreas de Segurança do Trabalho, Mecânica e Eletrotécnica também formam profissionais capacitados para atuar no segmento.
Formação profissional
Fundada em 1959, a Sociedade de Assistência aos Trabalhadores do Carvão (SATC) é um dos principais legados da indústria do carvão em Santa Catarina. Com sede em Criciúma, a entidade foi criada com o objetivo de atender aos trabalhadores do setor, mas, pouco depois do início de suas atividades, passou a atuar também como uma instituição de ensino.
Inicialmente, nos anos 1960, foi aberta a Escola Industrial. Voltada à educação profissionalizante, admitia apenas alunos do sexo masculino e contava com um internato, possibilitando a inclusão de estudantes de outras cidades. Nos últimos anos do Ensino Médio, além do ensino regular, era oferecido também um curso de Aprendizagem Industrial que permitia ao estudante sair da escola com um diploma de ensino técnico, o que facilitaria a entrada no mercado de trabalho.
A partir da década de 1970, a Escola passou a admitir estudantes do sexo feminino e ocorreram as primeiras formaturas dos cursos técnicos de Eletromecânica e Mineração. A instituição passou por ampliações e passou a oferecer novos cursos técnicos, bem como turmas de Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries. Mesmo com os impactos da crise do carvão no fim dos anos 1980, a SATC se manteve funcionando, com um novo planejamento que permitiu a obtenção de recursos para a modernização dos equipamentos e a implantação de novos laboratórios. Em parceria com o SENAI, cursos de ensino superior foram abertos na década de 1990.
Nos anos 2000, a Escola Industrial passou a se chamar Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina, e foi inaugurada a Faculdade SATC, atual UniSATC, que oferece cursos de graduação e pós-graduação. Segundo Guilherme Santos, que foi estudante da SATC e hoje atua como Analista de Compras na Diamante Energia, a SATC proporcionou aliar um estudo de qualidade juntamente com pesquisa científica: “Isso permitiu uma formação sólida e serviu de impulso para posteriormente cursar um mestrado e me desenvolver na profissão“.
Equidade de gênero
Atualmente, conforme dados da International Renewable Energy Agency (IRENA, Agência Internacional de Energia Renovável), cerca de 32% da força de trabalho no setor energético e mineral é formada por profissionais mulheres. Em uma iniciativa de promoção da inclusão e equidade de gênero, os Ministérios das Mulheres e de Minas e Energia assinaram, em 2024, o Pacto Nacional por Mais Mulheres na Energia e na Mineração. As ações têm como objetivo garantir que haja paridade de gênero em cargos de liderança e gestão, além de incentivar a formação e capacitação técnica e gerencial de mulheres no segmento.
Um dos projetos da Diamante Energia para a inclusão de profissionais mulheres no setor é o Workshop Mulheres em Carreira Técnica, que já teve três edições. Com o objetivo de ampliar o acesso delas ao segmento e desmistificar a ideia de que o trabalho na indústria depende exclusivamente de força física, o workshop oferece uma oportunidade para que estudantes do ensino médio e técnico conheçam a usina em uma visita guiada, além de promover interação entre as participantes e profissionais que já fazem parte da equipe da empresa, com reflexões sobre a escolha de carreira, maternidade e os desafios de se inserir em um segmento majoritariamente masculino, como destaca Daiane Ferreira Fernandes Machado, Gerente de Gente & Gestão da Diamante Energia:
“O Workshop Mulheres em Carreira Técnica, realizado desde 2022 pela Diamante Energia, busca sensibilizar e empoderar estudantes do ensino médio e cursos técnicos da região sul de Santa Catarina a ter um novo olhar sobre suas carreiras e sonhos. Queremos desmistificar a ideia de que o trabalho na indústria é exclusivamente para homens e, dessa maneira, incentivar mais mulheres a ingressar nessa área.”
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