Livro desvenda o paradeiro de artistas esquecidos, como Vinny e Kelly Key, com base em hits e entrevistas reais


Vinny faz balanço sincero dos altos e baixos da carreira em entrevista publicada no livro ‘Baseado em fatos reais’, de Braulio Lorentz
Rapha Urjais / Divulgação
♬ O cantor e compositor paulista Vinícius Bonotto Conrado era mais um na multidão pop até 1997, ano em que emplacou um hit em escala nacional ao lançar o segundo álbum, Todo mundo. Naquela época, Vinicius já tinha virado Vinny. Foi como Vinny que ele viu o Brasil requebrar ao som de Heloísa, mexe a cadeira, tema autoral dançante que lhe deu enfim projeção quase aos 31 anos (ele nasceu em novembro de 1966).
No ano seguinte, Vinny continuou na gandaia e conseguiu um segundo sucesso, Shake boom (1998), menos massivo, mas ainda assim bastante ouvido nas rádios. Só que os hits foram diminuindo. Até escassearem de vez. E aí quem sumiu foi Vinny. E Vinny virou Vinicius, se tornando novamente mais um na multidão e foi estudar psicanálise. Mas não deixou totalmente a música, como conta em sincera entrevista ao jornalista Braulio Lorentz.
A entrevista integra o primeiro livro de Lorentz, Baseado em fatos reais – Histórias de sucessos inesquecíveis contadas por artistas esquecidos, publicado pela editora Máquina de Livros. Com 208 páginas que vão deliciar os que se interessam pelo funcionamento implacável da indústria de música pop, o livro já está à venda, mas o lançamento oficial é amanhã, quinta-feira, 28 de agosto.
A partir das 18h, Lorentz estará autografando o livro no Curtiça Bar, na Vila Madalena, na cidade de São Paulo (SP). Será uma sessão de autógrafos bem pop, com música e com direito a um karaokê em que amigos e leitores poderão soltar a voz em sucessos de Vinny ou de Kelly Key.
Capa do livro ‘Baseado em fatos reais’, de Braulio Lorentz
Arte de Bruno Drummond / Bloco Narrativo
Real precursora do pop feminino dos anos 2000, e não a radiante tropicalista Preta Gil (1974 – 2025), como vários jornalistas sentenciaram no calor da emoção com a morte precoce de Preta, a sumida Kelly Key também é entrevistada por Braulio Lorentz neste livro em que o editor de Pop & Arte do g1 desvenda o paradeiro de cantores e bandas que explodiram e depois sumiram ou se dissolveram no universo pop com a mesma rapidez e intensidade do sucesso inicial.
Na ala brasileira, há entrevistas com o recentemente ressuscitado grupo Moptop e com Cícero Pestana, cantor da banda Dr. Silvana & Cia. e voz de sucessos meteóricos como Serão extra e Taca a mãe para ver se quica, ambos lançados em single de 1984. Contudo, a maioria dos entrevistados é da ala internacional, em sintonia com a formação musical deste jornalista mineiro – natural de Ipatinga (MG), onde veio ao mundo em 1983 – apaixonado pelo pop produzido dentro e fora do Brasil.
Há textos sobre Bonnie Tyler (mergulhada em eterna escuridão após a explosão de Total eclipse of heart em 1983), DJ Bobo (pioneiro no alcance de um status de superstar hoje desfrutado pelo goiano Alok), Lou Bega (quem resistiu ao Mambo nº 5 ao longo de 1999?), Macy Gray (condenada a repetir o sucesso mundial feito em 1999 pela balada soul I try) e Natalie Imbruglia (presa na armadilha de ter que fazer outra canção tão aliciante quanto Torn, hit planetário de 1997), entre muitos outros nomes esquecidos pela mídia, mas presentes nas memórias afetivas de ouvintes como Lorentz.
Detalhe: todos os textos foram redigidos a partir de entrevistas reais com os artistas e, por isso, o livro perfila astros revelados entre a década de 1980 e os anos 2000, menos difíceis de serem encontrados. Mas não exatamente fáceis. “Não foi fácil. Fui enrolado por empresários, produtores e representantes de artistas em geral. Mas fiz questão de escrever apenas textos a partir de bate-papos com as vozes e os cérebros responsáveis por esses hits”, ressalta o autor no texto em que apresenta o livro Baseado em hits reais.
Para quem quer reviver esses hits ou mesmo conhecê-los, o livro traz QR code que leva a uma playlist no Spotify com todas as músicas citadas no livro. A outra opção é ouvir as músicas ao vivo, a partir das 18h de manhã, no lançamento do livro no Karaokê do Curtiça Bar em São Paulo (SP).
Braulio Lorentz lança o livro ‘Baseado em fatos reais’ na quinta-feira, 28, a partir das 18h, no Curtiça Bar, em São Paulo
Luiz Franco / Divulgação
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