Mercado teme que investigação sobre Reag revele nomes envolvidos em escândalos


Veja como funcionava o mercado criminoso de combustível
A megaoperação realizada na manhã desta quinta-feira (28) teve como um dos alvos a Reag, gestora e administradora independente (que faz custódia de ativos de terceiros), o que levou tensão ao mercado financeiro sobre nomes e instituição financeiras que podem aparecer nas investigações.
Isso porque a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra a gestora. Com base nos servidores da companhia, os investigadores podem, em tese, saber o nome de pessoas e empresas que também tinham recursos custodiados pela Reag.
No mercado, especula-se que empresários ou instituições envolvidas em escândalos financeiros recentes podem ter se utilizado dos serviços da administradora.
➡️A megaoperação foi deflagrada para desarticular um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis e fundos de investimentos. A Receita Federal brasileira diz que já identificou ao menos 40 fundos de investimentos (multimercado e imobiliários), com patrimônio de R$ 30 bilhões, controlados pelo PCC.
Maior gestora independente do Brasil
Fundada em 2013, a Reag Investimentos é um a maior gestora independente do Brasil, sem ter relação com bancos, tendo R$ 299 bilhões sob gestão de pessoas físicas, empresas, fundos de pensão e investidores institucionais. Além disso, a empresa se destaca por ser a primeira de gestão de patrimônio listada na B3.
➡️Listada na B3 sob o ticker REAG3, a gestora viu suas ações despencarem 22,87% no pregão, por volta das 12h, refletindo a reação imediata dos investidores à operação.
A Reag é controlada pela Reag Capital Holding S/A, que também administra outra holding independente envolvida na operação, a CiabraSF (ADMF3).
“As companhias manterão seus acionistas e o mercado informados sobre o desenvolvimento dos assuntos objeto deste fato relevante”, diz o comunicado enviado ao mercado.
Criada por João Carlos Mansur, a Reag Investimentos oferece “soluções financeiras sofisticadas e personalizadas”, com foco em investimentos alternativos.
A Reag ganhou maior visibilidade ao se tornar patrocinadora do Cine Belas Artes, um dos cinemas mais tradicionais da cidade de São Paulo. Com a aquisição dos direitos de nomeação, o espaço passou a se chamar REAG Belas Artes.
Nos últimos anos, a gestora realizou uma série de aquisições que ampliaram sua atuação e presença no mercado. Entre as empresas incorporadas estão Hieron, Berkana, Rapier, Quadrante e Quasar.
Em 2024, a Reag comprou a Empírica Investimentos, especializada em crédito estruturado e fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), posicionando-se entre as três maiores do setor, com aproximadamente R$ 25 bilhões sob gestão.
O ano de 2025 marcou um novo capítulo na história da empresa: em janeiro, a Reag realizou uma operação de incorporação reversa da plataforma de serviços GetNinjas, utilizando sua estrutura já listada na B3 para transformar-se em uma holding aberta.
Com essa reorganização societária, a GetNinjas deixou de existir como empresa independente, e suas ações passaram a ser negociadas sob o código REAG3.
Infográfico: Como funcionava o esquema bilionário do PCC no setor de combustíveis
Arte/g1
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