Para reverter situação na CPI do INSS, governo faz sete trocas na composição de membros


Após derrota para definir controle da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar os desvios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o governo realizou mudanças na composição dos parlamentares da base nesta quarta-feira (27).
Ao todo, a base do governo na CPMI do INSS, liderada pelo ex-ministro das Comunicações e deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), fez sete trocas de peças no tabuleiro da comissão. A oposição também fez mudanças, quatro ao todo (leia mais abaixo).
🔎A CMPI do INSS se reúne na manhã desta quinta-feira (28) para analisar uma nova leva de requerimentos e para colher os primeiros depoimentos.
🔎Na ocasião, devem ser ouvidos a coordenadora da Câmara de Coordenação e Revisão Previdenciária da Defensoria Pública da União, Patrícia Bettin Chaves, e o delegado da PF, Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi, responsável por apurações sobre fraudes no INSS.
CPI convoca 10 ex-presidentes do INSS
As mudanças acontecem um dia após o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixar o maior bloco de partidos na Câmara dos Deputados, formado para sustentar a eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) ao comando da Casa.
Dentre as principais alterações feitas está na substituição do deputado federal Rafael Brito (MDB-AL), que era titular, mas estava em um congresso em Cingapura no dia da instalação da CPMI e não votou. Para o seu lugar, foi escalado o deputado Ricardo Maia (MDB-BA) e Brito foi ocupar a 9ª vaga de suplente do principal bloco da Câmara dos Deputados, que estava vaga.
O bloco do senador Omar Aziz (PSD-AM), que era cotado para ser o presidente da CPMI, também fez grande alterações, ao todo foram três. O senador amazonense continua, mas a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), senador Cid Gomes (PDT-CE), titulares, e o líder do PSD no Senado, Otto Alencar (PSD-BA), que estava como suplente, saem.
Na titularidade, para os lugares deles, foram indicadas as senadoras Jussara Lima (PSD-PI), suplente do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, e Teresa Leitão (PT-PE). Já para a vaga de suplente na CPI, o PT indicou o senador Paulo Paim (PT-RS).
Além disso, o governo ainda trocou um dos suplentes indicados para preencher a cota do PT no Senado. No lugar da senadora Augusta Brito (PT-CE), suplente do ministro da Educação Camilo Santana, foi indicado o senador Humberto Costa (PT-PE).
Com as modificações, o PT passou de cinco para seis senadores representando o partido na CPMI, além de uma vaga que se abriu com a ascensão da senadora Teresa Leitão de suplente para titular da comissão e que ainda não foi preenchida.
Outra mudança ocorrida foi no bloco parlamentar democracia, no Senado, composto por União Brasil, Podemos, MDB e PSDB. Os senadores Eduardo Braga (MDB-AM), da base do governo, e o senador Plínio Valério (PSDB-AM), da oposição, deixaram a titularidade para entrada da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Styvenson Valentim (PSDB-RN).
Na suplência do bloco também houve uma mudança. O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) assume a primeira posição de suplente no lugar do senador Alessandro Vieira (MDB-SE).
Governo sofre derrota política na instalação da CPMI para investigar os descontos ilegais no INSS
Reprodução/TV Globo
Mudanças na oposição
Por parte da oposição, as principais mudanças aconteceram nas vagas destinadas à Câmara dos Deputados. O deputado Julio Arcoverde (PP-PI), antes titular, trocou de lugar com o delegado Fábio Costa (PP-AL), que estava na 8ª vaga da suplência.
Outra troca foi feita pelo Republicanos, que é alinhado ao governo, mas indicou o deputado de oposição Silas Câmara (Republicanos-AM) para o lugar do deputado Thiago Flores (Republicanos-RO).
E o Solidariedade, partido de centrão que tinha indicado o deputado Áureo Riberio (Solidariedade-RJ) para uma das vagas de suplência, trocou o parlamentar pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), opositor declarado do presidente Lula.
Recompensa da base
Apesar da derrota sofrida pelo governo para comandar a CPI, a sessão de terça-feira (26) trouxe uma recompensa. O deputado federal Duarte Jr (PSB-MA), aliado do governo, recebeu o apoio da oposição e foi eleito vice-presidente da comissão.
Segundo parlamentares do grupo, a decisão de apoiar a candidatura do maranhense, tomada minutos antes da reunião desta terça, foi possível após um recuo do deputado Paulo Pimenta (PT-RS) em se lançar para a função.
Já eleito para a vice-presidência da CPI, Duarte Jr. pediu aos pares que deixem a “ideologia de lado”.
“Temos um lado: o lado dos aposentados. Vamos nos dedicar ao máximo para garantir que esses aposentados tenham os valores, que foram roubados, devolvidos”, declarou.
Primeiras deliberações
Na terça-feira (26), a CPI mista do INSS aprovou as convocações de dez ex-presidentes do Instituto Nacional do Seguro Social. A lista contempla comandantes da autarquia nos governos de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB), Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entre os convocados, está Alessandro Stefanutto, afastado do comando do INSS após operação da Polícia Federal revelar um esquema de desvios em aposentadorias e pensões.
Stefanutto era apadrinhado pelo ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, que pediu demissão do cargo em meio ao desgaste provocado pela operação da PF. Lupi e outros ex-ministros da pasta foram convidados a prestar depoimento na CPI.
Outra figura convocada a depor é Antônio Carlos Camilo Antunes, que ficou conhecido como “Careca do INSS”. Ele é apontado como facilitador do esquema, com empresas que teriam servido como intermediárias para as entidades investigadas.
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