Vídeo mostra fuga de traficantes após matar menina de 6 anos por engano em ataque de facção no ES


Vídeo mostra fuga de traficantes após matarem menina de 6 anos por engano no ES
Um vídeo (assista acima) divulgado nesta quinta-feira (28) mostra a fuga dos traficantes que mataram a menina Alice Rodrigues, de 6 anos, por engano durante um ataque na Serra, Grande Vitória. Seis suspeitos, incluindo uma advogada, estão presos. Segundo a polícia, três mandantes do ataque estão foragidos, escondidos no Rio de Janeiro.
Alice Rodrigues foi morta a tiros quando voltava da praia com os pais, Keique Rodrigues e Leiza Rodrigues, em Balneário de Carapebus, na Serra, na tarde do domingo (24). O carro onde a família estava foi atingido por diversos disparos. O pai e a mãe, que está grávida de 8 meses, levaram tiros de raspão.
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Menina de 6 anos, Alice Rodrigues, foi morta a tiros após carro da família ser confundido com de criminosos na Serra, Espírito Santo
Reprodução/ Redes Sociais
O delegado chefe do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, Rodrigo Sandi Mori, explicou que os criminosos, que pertencem ao Primeiro Comando de Vitória (PCV), confundiram o veículo da família com o de um traficante de uma facção rival, o Terceiro Comando Puro (TCP).
“Os quatro executores foram até o bairro Balneário de Carapêbus com um alvo específico para ser executado. Eles deram duas voltas na Rua Cássia, local de intenso tráfico de drogas, não acharam o alvo e, quando eles estavam saindo do bairro, colidiram com o veículo das vítimas. Nesse momento, eles confundiram o veículo das vítimas como sendo do alvo que eles pretendiam executar”, disse o delegado.
Confira a lista dos 10 criminosos mais procurados do Espírito Santo
O carro da família era um Peugeot cinza escuro, já o do alvo era um Renault Kwid preto. “Eles abriram fogo ainda de dentro do veículo e só pararam de efetuar disparos de arma de fogo quando o pai da criança desembarcou e implorou para eles cessarem os disparos, pois no veículo se encontrava uma criança e uma mulher grávida”, completou.
Em seguida, os quatro criminosos fugiram com armas de fogo nas mãos. Parte da fuga foi registrada por câmeras de segurança da região (assista ao vídeo que abre a reportagem).
Prisões
Pedro Henrique dos Santos Neves, Arthur Folli e Izaque de Oliveira Moreira foram os primeiros presos por envolvimento em ataque que matou menina de 6 anos no EspíritoS anto
Reprodução/ Polícia Civil
Ao todo, seis envolvidos na morte da criança foram presos. Os primeiros foram Pedro Henrique dos Santos Neves e Izaque de Oliveira Moreira. Pedro confessou ser um dos executores e informou à polícia sobre a participação dos outros envolvidos.
Já Izaque foi responsável pela fuga de Pedro Henrique. “Eles tiveram que abandonar o veículo, saindo correndo com a arma de fogo em mãos, cada um foi para um local. O Pedro foi se esconder na região das casinhas do bairro Bicanga, na Serra. Ele entrou em contato com o Izaque, que foi até o bairro buscar ele e, quando estavam saindo da região das casinhas, foram surpreendidos e presos pela força tática”, explicou o delegado.
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Inicialmente, a polícia tinha divulgado a informação de que um olheiro identificou errado o carro da família. No entanto, em coletiva de imprensa nesta quinta, o delegado Sandi Mori explicou que, na verdade, o olheiro identificado como Arthur Folli Rocha tinha sido contratado para monitorar a presença da polícia na região.
Ainda de acordo com as investigações, Izaque, Arthur, Pedro e os outros três executores foram contratados por intermediários. São eles: Marlon Furtado Castro, Marina de Paula dos Santos e Maik Rodrigues Furtado. Os três também foram presos.
“O papel deles era identificar o alvo a ser executado, escolher os soldados do tráfico que iriam na execução, fornecer as armas de fogo e as munições e planejar o crime”, explicou Sandi Mori.
Marlon Furtado Castro, Marina de Paula dos Santos e Maik Rodrigues Furtado, intermediários presos pela morte de menina de 6 anos em ataque no Espírito Santo
Reprodução/ Polícia Civil
Advogada está entre os intermediários
Marina de Paula dos Santos é advogada, namorada de Marlon (intermediário), e colaborou diretamente com as ações da facção criminosa. Ela era responsável por guardar armas de fogo e munições.
Ela foi presa e, na casa dela, os policiais apreenderam armas de diversos calibres e 100 munições. “Ela sabia da atividade criminosa do Marlon. Inclusive, trazia recados de dentro do sistema prisional para Marlon, com ordens de tráfico e também de homicídios. Ela não só auxiliava como também ajudava em ataques criminosos”.
Sobre o ataque que matou a menina, o delegado afirmou que ela foi a responsável por contratar o olheiro Arthur por R$ 100. A “contratação” aconteceu dentro do carro da mulher.
Mandantes estão foragidos
Sérgio Raimundo Soares da Silva Filho, vulgo “Serginho Kauê”; Carlos Alberto dos Santos Gonçalves Júnior, vulgo “Bequinha”; e Ryan Alves Cardoso, vulgo “R7” – apontados como mandantes do ataque que matou menina de 6 anos no Espírito Santo
Reprodução/ Polícia Civil
Três mandantes foram identificados pela polícia: Sérgio Raimundo Soares da Silva Filho, vulgo “Serginho Kauê”; Carlos Alberto dos Santos Gonçalves Júnior, vulgo “Bequinha”; e Ryan Alves Cardoso, vulgo “R7”.
Eles estão foragidos e já possuem mandados de prisão em aberto por homicídios ocorridos na Serra. “Se acovardaram e fugiram para o estado do Rio de Janeiro, com medo de serem presos no Espírito Santo. Porém, nós não vamos sossegar enquanto não realizarmos a prisão desses três indivíduos, seja no estado do Rio de Janeiro, seja no estado do Espírito Santo”, completou o delegado.
Alvo era homem de facção rival
O alvo dos criminosos era um dos gerentes do Terceiro Comando Puro (TCP) no bairro Balneário de Carapebus. A informação que o grupo tinha era de que ele estaria em um Festival de Pipas que acontecia no bairro.
Os executores foram até o local, mas não encontraram o alvo. Na região, segundo a polícia, o PCV já domina os bairros Lagoa de Carapebus, Praia de Carapebus, Bicanga e Cidade Continental. O único bairro que a facção ainda não tem domínio é o Balneário de Carapebus, controlado pelo TCP.
Quem é quem no ataque que matou a menina de 6 anos
Sérgio Raimundo Soares da Silva Filho, vulgo “Serginho Kauê”
Membro do PCV, apontado como mandante do ataque. Está foragido no Rio de Janeiro e é um dos 10 criminosos mais procurados do Espírito Santo.
Sérgio Raimundo Soares da Silva Filho, vulgo “Serginho Kauê” – membro do PCV, apontado como mandante do ataque que matou menina no Espírito Santo. Está foragido no Rio de Janeiro
Divulgação/ Polícia Civil
Carlos Alberto dos Santos Gonçalves Júnior, vulgo “Bequinha”
Membro do PCV, apontado como mandante do ataque. Está foragido no Rio de Janeiro.
Carlos Alberto dos Santos Gonçalves Júnior, vulgo “Bequinha” – membro do PCV, apontado como mandante do ataque que matou menina no Espírito Santo. Está foragido no Rio de Janeiro
Reprodução/ Polícia Civil
Ryan Alves Cardoso, vulgo “R7”
Membro do PCV, apontado como mandante do ataque. Está foragido no Rio de Janeiro.
Ryan Alves Cardoso, vulgo “R7” – membro do PCV, apontado como mandante do ataque de menina do Espírito Santo. Está foragido no Rio de Janeiro
Reprodução/ Polícia Civil
Marlon Furtado Castro
Intermediário preso. Responsável por identificar alvo do TCP, fornecer armas de fogo, munições, escolher os executores e planejar o crime.
Marlon Furtado Castro, intermediário preso pela morte da menina de 6 anos em ataque no Espírito Santo
Reprodução/ Polícia Civil
Maik Rodrigues Furtado
Intermediário preso. Junto com Marlon, foi esponsável por identificar alvo do TCP, fornecer armas de fogo, munições, escolher os executores e planejar o crime.
Maik Rodrigues Furtado, intermediário preso pela morte da menina de 6 anos em ataque no Espírito Santo
Divulgação/ Polícia Civil
Marina de Paula dos Santos
Intermediária presa e namorada de Marlon. Advogada, foi responsável por dar suporte à ação dos criminosos, contratando o olheiro e fornecendo armas.
Marina de Paula, intermediária presa pela morte da menina de 6 anos em ataque no Espírito Santo
Reprodução/ Polícia Civil
Pedro Henrique dos Santos Neves
Um dos executores do ataque. Foi preso e confessou a participação, entregando todo o esquema.
Pedro Henrique dos Santos Neves – um dos executores de ataque que matou menina de 6 anos no Espírito Santo
Reprodução/ Polícia Civil
Arthur Folli Rocha
Olheiro contratado por R$ 100 para vigiar a presença da polícia na região.
Arthur Folli Rocha – olheiro que vigiava a presença da polícia em ataque que matou menina de 6 anos no Espírito Santo
Reprodução/ Polícia Civil
Izaque de Oliveira Moreira
Responsável pela fuga de um dos executores.
Izaque de Oliveira Moreira – Responsável pela fuga de um dos executores do ataque que matou menina de 6 anos no Espírito Santo
Reprodução/ Polícia Civil
Três executores foram identificados pela polícia, mas ainda não tiveram suas identidades divulgadas.
Criminosos continuam presos
Os seis presos em flagrantes foram indiciados por homicídio qualificado pelo por motivo torpe, por perigo comum, impossibilidade de defesa da vítima, por emprego de arma de fogo de uso restrito e pela vítima ser menor de 14 anos. Eles também foram autuados em flagrante por dupla tentativa de homicídio (do pai e mãe da menina) com as mesmas qualificadoras.
Além disso, Pedro Henrique, Izaque, Marlon e Marina foram autuados em flagrante por porte ilegal de armas e munições.
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