
A despedida de Juliana será no Cemitério Parque da Colina, em Pendotiba, Niterói. Parte da cerimônia será aberta ao público. Defensora pública fala sobre nova perícia no corpo de Juliana Marins
Em entrevista ao Jornal das 10 desta quarta-feira (2) na GloboNews, Taísa Bittencourt, defensora pública de Direitos Humanos da Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro, falou sobre o exame feito pela manhã no corpo de Juliana Marins no Instituto Médico-Legal (IML) do Centro.
Segundo Taísa, Nelson Massini, professor de medicina legal contratado pelos parentes de Juliana para acompanhar o procedimento, afirmou que essa 2ª perícia “vai poder oferecer um pouco mais do que veio da autópsia da Indonésia”.
O corpo de Juliana, que morreu após uma queda na trilha do vulcão Rinjani, na Indonésia, será velado na sexta-feira (4) no Cemitério Parque da Colina, em Pendotiba, Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
“Eu acredito que essa nova autópsia vá poder esclarecer alguns pontos que vêm intrigando a família”, disse. “Esse laudo vai trazer um conforto, um esclarecimento que vai realmente deixar a família um pouco mais tranquila em relação ao que efetivamente aconteceu com a Juliana.”
A defensora citou “uma lesão na testa que teria sido previamente tratada”, mas não deu detalhes.
Taísa já tinha dito que a realização célere do exame era fundamental para preservar elementos que pudessem esclarecer os fatos. “A família necessita de confirmação da data e horário da morte, a fim de apurar se houve omissão na prestação de socorro pelas autoridades indonésias”, explicou em petição.
A análise começou às 8h30 e durou 2 horas e meia. “Agora a gente está na expectativa do laudo, que não sai hoje, demora alguns dias por conta de alguns exames que têm que ser feitos na minha irmã”, disse Mariana Marins. A previsão é que saia uma análise preliminar em até 7 dias.
📸Clique aqui e siga o perfil do RJ1 no Instagram
✅Siga o canal do g1 Rio no WhatsApp e receba as notícias do Grande Rio direto no seu celular
Em busca de respostas
Pai de Juliana Marins diz que autoridades indonésias prometeram rever protocolos de parque onde publicitária morreu
Parentes querem esclarecer dúvidas deixadas pelas autoridades na Indonésia, que não detalharam a hora da morte da brasileira.
“Precisamos saber se a necropsia que ele fez foi bem feita. Me pareceu que o hospital não dispõe de tantos recursos assim”, disse o pai de Juliana, Manoel Marins, em entrevista ao RJ2.
A DPU também enviou um ofício pedindo que a Polícia Federal instaure um inquérito para investigar o caso. Segundo a entidade, a certidão de óbito emitida pela Embaixada do Brasil em Jacarta “baseou-se em autópsia realizada pelas autoridades da Indonésia, mas não trouxe informações conclusivas sobre o momento exato” da morte.
Legistas não esclareceram em que dia Juliana Marins morreu
Reprodução/TV Globo
A 1ª autópsia, em Bali
A 1ª autópsia foi realizada no dia 26 em um hospital de Bali, logo depois que o corpo foi retirado do Parque Nacional do Monte Rinjani.
De acordo com o exame, a brasileira morreu por causa de múltiplas fraturas e lesões internas, não sofreu hipotermia e sobreviveu por 20 minutos após um trauma – sem detalhar o dia deste trauma.
As informações foram passadas na sexta (27) pelo médico legista Ida Bagus Putu Alit, em uma entrevista coletiva no saguão do Hospital Bali Mandara.
“Os indícios mostram que a morte foi quase imediata. Por quê? Devido à extensão dos ferimentos, fraturas múltiplas, lesões internas — praticamente em todo o corpo, incluindo órgãos internos do tórax. [Ela sobreviveu por] menos de 20 minutos”, disse o médico.
A divulgação do exame foi criticada pela família de Juliana. Mariana Marins, a irmã mais velha, disse que a família foi chamada ao hospital, mas a coletiva de imprensa aconteceu antes.
“Caos e absurdo. Minha família foi chamada no hospital para receber o laudo, mas, antes que eles tivessem acesso a esse laudo, o médico achou de bom tom dar uma coletiva de imprensa para falar para todo mundo que estava dando o laudo antes de falar para minha família. É absurdo atrás de absurdo e não acaba mais”, afirmou Mariana.
Manoel e a filha Juliana
Reprodução