
Tecnologia também estará em Cordeirópolis e Rio Claro. Objetivo é identificar as fontes de emissão de poluentes para que medidas sejam tomadas. Equipamentos para monitorar qualidade do ar são instalados em Santa Gertrudes e região
O setor cerâmico de Santa Gertrudes (SP) começou um monitoramento inédito das partículas que ficam suspensas na atmosfera da região.
Pelo menos dez equipamentos serão instalados para identificar as fontes de emissão de poluentes, que acabam sendo inaláveis, para que medidas sejam tomadas.
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Como vai funcionar o monitoramento
Equipamentos que medem a quantidade de partículas inaláveis são instalados em Santa Gertrudes e região
Wesley Almeida/EPTV
Os equipamentos que medem a quantidade de partículas inaláveis já começaram a ser instalados e vão ficar distribuídos em três cidades:
Seis em Santa Gertrudes;
Dois em Cordeirópolis;
Dois em Rio Claro.
“Já começamos na semana passada a fazer instalações de infraestrutura e os AGVs, que são esses amostradores de grande volume, devem estar sendo colocados até o final do mês”, disse o gerente de design e inovação Marcos Serafin.
O estudo realizado no Centro Cerâmico do Brasil em Santa Gertrudes é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e deve durar pelo menos um ano.
“A gente vai fazer essas coletas e ao final desse período a gente vai fazer um novo estudo de dispersão atmosférico, então nós vamos entender quais são os principais locais geográficos, onde esses particulares eles vão se manifestar e vão se concentrar de forma mais agressiva”, ressaltou Marcos.
As estruturas aspiram o ar e registram tudo em um filtro. Depois de 24 horas, o material é levado para um laboratório especial. O material coletado é trazido para uma sala chamada ‘zero’. No local não pode existir nenhuma sujeira ou contaminação, já que tudo pode interferir na análise dos técnicos.
Qualidade do ar de Santa Gertrudes e região é analisada em monitoramento inédito
Reprodução/EPTV
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O material é analisado, pesado em uma balança de ultraprecisão e, com isso, os pesquisadores conseguem acessar os dados coletados no equipamento.
“Fica aqui no mínimo 24 horas com todo o equilíbrio, todo controle que a gente tem, aí a gente pesa novamente. Depende muito tudo que foi coletado, das atividades em volta, da pressão que tava naquele dia, das condições ambientais, se choveu, se não choveu, se teve vento, nunca vai ser igual”, disse a pesquisadora Gabriela Helena Demarque Cittadini.
O estudo tem ainda um outro medidor de partículas que não depende de filtros. A análise é realizada em tempo real por sensores abastecidos por energia solar. Enquanto a análise acontece, outras medidas serão implantadas para tentar amenizar o problema.
Canhão para dispersar poeira
Canhão para dispersar poeira será instalado em Santa Gertrudes (SP)
Reprodução/EPTV
Na próxima semana deve entrar em teste um canhão de névoa, equipamento que ajuda a evitar a dispersão da poeira. Será usado na operação dos pátios das cerâmicas e no carregamento de argila seca.
“Com todos esses laudos concretizados, podemos chamar todos os atores das emissões para sentar à mesa e ver o que é que nós realmente podemos fazer em períodos críticos. Mas isso aí é com dados comprobatórios. Aí sim nós vamos discutir ações para os períodos críticos, caso essas ações que estão sendo tomadas hoje, no futuro elas não consigam baixar o ar na qualidade satisfatória. Se voltar para uma qualidade pior, aí tem que ser ações mais emergentes como parar alguns processos”, afirmou o secretário de Meio Ambiente de Santa Gertrudes, Aldo José Colabone.
Também está em andamento a pavimentação de 16 km de estradas vicinais, utilizadas para o transporte de cana-de-açúcar e argila, além de uma campanha para que os caminhões de carga rodem cobertos por lona e um estudo para a criação de um cinturão verde com plantio de árvores em alguns pontos.
No ano passado, o setor cerâmico chegou a ter atividades paralisadas devido à baixa qualidade do ar. Para este ano, a previsão é de que o clima ajude.
“A climatologia nos ajuda muito. É boa para respiratório, mas é ruim para o setor. Quando você chove, prejudica o setor por causa da parte de secagem, a parte de de colheita da cana também. Mas com absoluta certeza, essa curva nesse período desse ano vai ser muito mais satisfatória do que foi no ano passado”, concluiu o secretário.
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