Superintendente diz que Zona Franca de Manaus não deve sentir impactos do ‘tarifaço’ de Trump ao Brasil


Posicionamento foi dado nesta quinta-feira (10) após nova tarifa sobre os produtos brasileiros ser anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em carta enviada ao presidente Lula. Impactos do ‘tarifaço’ de Trump na Zona Franca de Manaus
Após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, o superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Bosco Saraiva, avaliou que os impactos diretos ao Polo Industrial de Manaus (PIM) não devem ser sentidos.
“Do ponto de vista das exportações do PIM, esse volume é quase que insignificante para o seu faturamento”, afirmou.
A nova tarifa sobre os produtos brasileiros foi anunciada por Trump em uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na quarta-feira (9). A taxa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
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Apesar da repercussão internacional, a Suframa adota uma postura de cautela. Bosco Saraiva demostrou confiança nas negociações a serem feitas pelo governo federal.
“A cautela e a prudência nesse momento deve ser o norte do nosso comportamento. Assim será aqui na Suframa porque nós acreditamos fortemente na capacidade de negociação do nosso governo e do nosso ministro”, completou.
A medida de Trump é vista como parte de uma resposta política à situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo julgamento no Superior Tribunal Federal (STF) foi classificado por Trump como uma “vergonha internacional”.
Na carta enviado ao Lula, o republicano criticou o que chamou de perseguição política ao aliado e justificando as tarifas como uma reação à instabilidade institucional no Brasil.
A decisão dos EUA ainda pode impactar setores da economia brasileira mais dependentes do mercado externo, mas, segundo a Suframa, a Zona Franca de Manaus segue relativamente protegida.
Ao justificar a medida, Trump também afirmou que a relação comercial dos EUA com o Brasil é “injusta”. “Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser recíproco”, escreveu.
“Por favor, entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil, que causaram esses déficits comerciais insustentáveis contra os EUA. Esse déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional”, disse Trump na carta a Lula.
Apesar do argumento, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram o contrário. O Brasil tem registrado déficits comerciais seguidos com os EUA desde 2009 — ou seja, há 16 anos. Isso significa que o Brasil gastou mais com importações do que arrecadou com exportações.
Trabalhadores em empresa na Zona Franca de Manaus
g1 AM
Trump anuncia tarifa de 50% para o Brasil a partir de 1º de agosto
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