Cheia dos rios impõe prejuízos a produtores rurais no Amazonas


Cheia dos rios impõe prejuízos a produtores rurais no Amazonas
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No Amazonas, a cheia dos rios impõe prejuízos a produtores rurais.
A água que corre forte é do Rio Solimões. Desde outubro de 2024, ele subiu quase 18m e mudou a vida de uma comunidade em Iranduba, na Região Metropolitana de Manaus. A casa do agricultor Cristiano Nogueira escapou do alagamento, foi construída a mais de 2m do chão. Já a casa onde ele produz farinha inundou. Ele também perdeu as bananeiras e a plantação inteira de feijão-de-corda.
“Tudo que a gente planta aqui vai para o fundo. Quando a água vem, ela vem mesmo, levando tudo, sai levando tudo. Aí a coisa fica complicada para nós”, conta Cristiano Nogueira.
Na casa do agricultor Raimundo Silva não dá nem para andar. O rio está encostado no piso e traz junto visitantes nada agradáveis. Para não ficar sem luz, ele suspendeu os fios da rede elétrica. O agricultor conta que só colheu a mandioca. A produção de couve ficou debaixo d’água:
“A couve e o pepino, nós perdemos todinho. A couve deu para a gente apanhar, bem umas cinco apanha ainda. Morreu, foi tudo para o fundo”.
O cenário era para ser outro. A plantação de pepino é do início do mês de maio. O Adalberto acreditou que ia dar tempo para colher, mas a água veio com tudo. A vegetação tomou conta. Essa produção renderia oito toneladas de pepino. Mas agora está tudo seco.
“Todo mundo dizia que ia ser uma seca pequena, uma enchente pequena, que ia chegar aí um meio metro. Mas foi longe, foi longe”, diz o agricultor Adalberto Sampaio.
Quatro mil famílias de produtores rurais tiveram perdas com a subida dos rios. O governo do Amazonas declarou que vai anistiar dívidas e oferecer novas linhas de crédito rural aos atingidos.
A água em excesso prejudicou, também, a pesca. A pescadora Euci Ferreira se dedica a cuidar do que restou em terra. Sem pasto, ela tem que arrastar o capim até a margem para alimentar o gado.
“Realmente não tem de onde ele comer, a não ser que puxar o capim, puxar o capim para ele. Quando dá para a gente comprar ração para ele, a gente compra, compra ração, bota aí para comer. É o jeito. Tem que esperar. Espera a água baixar”, diz Euci.
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