
Com a chegada do inverno, ruas, parques e estradas rurais de Nova Friburgo, ganham um charme especial: o tom rosado das cerejeiras em flor. A paisagem, que mais parece um cenário de filme, já virou símbolo da estação mais fria do ano na cidade.
A cerejeira é uma árvore originária da Ásia e fortemente ligada à cultura japonesa — tanto que é comum ouvirmos falar no Sakurá, nome dado à flor da cerejeira no Japão.
Em Nova Friburgo, a história das cerejeiras está diretamente ligada à figura do senhor Matsuoka, membro da colônia japonesa local. Foi ele quem trouxe as primeiras mudas da árvore de São Paulo por volta de 1975. Desde então, as cerejeiras passaram a se multiplicar espontaneamente e ganharam espaço em várias áreas da cidade.
“A ideia do seu Matsuoka era reproduzir aqui o que ele vivia na infância no Japão. Hoje, basta andar pela estrada que leva ao campo da colônia japonesa para ver as cerejeiras floridas à beira do caminho”, conta o representante da colônia japonesa de Nova Friburgo, Yukio Inaba.
A Festa da Cerejeira começou justamente no sítio de seu Matsuoka, mas, com o crescimento do público ao longo dos anos, passou a ser realizada no campo da colônia japonesa, que oferece melhor estrutura com mesas e cadeiras para receber os visitantes.
Tradição oriental ganha espaço em solo friburguense
Em meio a esse espetáculo da natureza, moradores e visitantes também celebram a cultura que veio junto com a árvore. É o caso da tradicional Festa do Hanami, que aconteceu neste fim de semana no bairro Córrego Dantas. O evento contou com música, comidas típicas e diversas referências à cultura nipo-brasileira.
O Hanami, que em japonês significa “observar as flores”, é um costume que envolve fazer piqueniques sob as árvores floridas, aproveitando a paisagem e a companhia. No Japão, a prática é marcada por marmitas chamadas bentô, comidas ao ar livre enquanto se aprecia a queda das pétalas — e, segundo a tradição, se uma flor cair dentro da refeição, é sinal de sorte.