
Simey Menezes Costa foi condenado a mais de 17 anos de prisão pelo crime de feminicídio
Arquivo pessoal
O mecânico Simey Menezes Costa, de 47 anos, acusado pelo assassinato da noiva Ketilly Soares de Souza, de 33 anos, foi condenado a 17 anos e seis meses de prisão por feminicídio durante júri popular nessa quinta-feira (17), em Rio Branco. Ele está preso desde 12 de junho do ano passado, três dias após o crime.
O acusado teve a pena-base fixada em 21 anos. Porém, durante a dosimetria, a juíza Hellen Roza aplicou pouco mais de 17 anos de prisão. A magistrada também negou o direito de recorrer em liberdade. Como o processo tramita em segredo de justiça, o g1 não conseguiu contato com a defesa.
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O crime ocorreu na Rua Raimundo Saldanha, no Polo Benfica, região do bairro Vila Acre, Segundo Distrito da capital acreana, no dia 9 de junho. Ele respondeu por homicídio qualificado por recurso que dificultou a defesa da vítima, motivo torpe e feminícidio.
Segundo a família, o comportamento dele com a mulher chegava a ser abusivo. A mãe de Ketilly, Francisca Soares, contou que a filha da mulher já notava o comportamento estranho do padrasto. “Ela não aceitava ele. Quando ele chegava lá em casa ela se escondia para não ver ele”, relembrou.
Uma semana antes da morte de Ketilly, Simey a pediu em casamento durante um culto evangélico.
Pedido de casamento foi feito em uma igreja evangélica de Rio Branco
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A família de Ketilly soube também que os vizinhos ouviram o casal discutindo e muito barulho dentro da casa. Pela manhã, um vizinho passou na frente da residência e viu o portão aberto com a chave para o lado de fora.
Esse vizinho comentou com uma prima da vítima, que mora no mesmo local e pediu para ele pegar a chave e levar para ela. A mulher decidiu ir até a residência para checar o que tinha acontecido. Ainda segundo a família, a moradora encontrou a casa fechada e quando abriu um pouco a porta viu Ketilly caída no chão.
“A culpabilidade é exacerbada, tendo em vista excesso do dolo, consubstanciado na quantidade de golpes de faca contra a vítima, evidenciando o uso do meio cruel, qualificadora devidamente reconhecida pelos jurados”, citou a magistrada na fixação da pena.
Ketilly Soares deixa uma filha pequena
Reprodução
Em novembro do ano passado, Costa passou por audiência de instrução na Cidade da Justiça, em Rio Branco. Em conversa com o g1, a filha da vítima, Katheriny Lauany Soares, disse que o acusado não respondeu as perguntas feitas pelo promotor e “só chorava”.
A jovem conta que, neste dia, também ela e a família descobriram a quantidade exata de facadas que a sua mãe foi morta, que inicialmente acreditava-se ter sido mais de 10 facadas. Segundo ela, o homem teria tentado amenizar a situação ao se mostrar um homem trabalhador.
“Ele deu 33 facadas na minha mãe […] aí quando o promotor começou a perguntar mais coisas e ele começou a chorar, a advogada dele tentou tirar ele da audiência com a desculpa de que ele tem problemas psicológicos”, menciona ela.
A PM disponibiliza os seguintes números para que a mulher peça ajuda:
(68) 99609-3901
(68) 99611-3224
(68) 99610-4372
(68) 99614-2935
Veja outras formas de denunciar casos de violência contra a mulher:
Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato;
Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
Qualquer delegacia de polícia;
Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): recebe denúncias de violações de direitos da mulher no Acre. Telefone: (68) 99930-0420. Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel.
Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
Ministério Público;
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