
Anuário da Segurança apontou redução no nº de crimes violentos no Acre
Andryo Amaral/Rede Amazônica
O Acre registrou 179 mortes violentas intencionais em 2024. Isto é o que aponta o Anuário da Violência, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgado nesta quinta-feira (24).
O índice representa uma queda de 16,7% em relação a 2023, quando 214 pessoas foram mortas de maneira violenta no estado.
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Ainda segundo o estudo, com base em números repassados por forças policiais, secretarias de Segurança Pública e Ministério Público de todo o país, a taxa de assassinatos a cada 100 habitantes foi de 20,3 a cada 100 mil habitantes no Acre.
Com isso, o Acre se estabelece na 15ª posição entre os estados com as maiores taxas do Brasil. Na região Norte, o Acre fica atrás do Amapá, Pará, Amazonas e Rondônia.
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Apesar da redução em relação ao total de 2023 (que apresentou a taxa de 24,4), o estado ainda ficou acima da média nacional de mortes violentas intencionais, que foi de 20,8. Veja abaixo a série histórica desde 2012, considerando números absolutos:
Crimes
Do total de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) no Acre, o anuário aponta que a maior incidência foi de homicídios dolosos, ou seja, onde há intenção de matar: foram 164 casos neste recorte, incluindo feminicídio. A redução foi de 26 mortes desta natureza em um ano.
Além disto, quatro mortes ocorreram por latrocínio (roubo seguido de morte) e outras quatro por lesão corporal seguida de morte. Veja o gráfico abaixo:
Violência na capital
Das 179 mortes violentas intencionais em 2024, a capital acreana detém metade: 88. Em detalhes, foram 80 homicídios dolosos, sendo cinco destes feminicídio, além de quatro lesões corporais seguidas de morte e outras quatro de intervenções policiais.
Em comparação com 2023, a redução foi de 23,4%, já que naquele ano houve 115, sendo 103 homicídios dolosos (incluindo quatro feminicídios), além de quatro latrocínios, três lesões corporais e cinco intervenções policiais.
Rio Branco tem mais de 80 mortes violentas no ano passado
Reprodução/Rede Amazônica Acre
Feminicídios
O Acre teve oito mulheres assassinadas em razão de seu gênero em 2024. Conforme o anuário, o número significa dois casos a menos que em 2023, quando 10 mulheres foram mortas nessa condição, o que representa uma redução de 20,4%.
Ainda segundo o Anuário, o estado, juntamente com Paraná, teve a sexta maior taxa de feminicídios a cada 100 mil mulheres do país, com 1,8, atrás do Espírito Santo e Maranhão (1,9), Roraima (2,0), Piauí (2,3), Mato Grosso do Sul (2,4) e Mato Grosso (2,5).
A taxa nacional foi de 1,4 feminicídios a cada 100 mil mulheres, com variação de 0,7%.
Paula Gomes da Silva tinha 33 anos e era funcionária de uma clínica odontológica
Reprodução/Instagram
Uma das vítimas de feminicídio foi Paula Gomes da Costa, de 33 anos. Ela foi brutalmente esfaqueada na frente da filha de 6 anos em via pública de Rio Branco, em outubro do ano passado. Em janeiro deste ano, a Justiça recebeu denúncia do Ministério Público do Acre (MP-AC) e, com isso, ele virou réu no processo.
Segundo as evidências apresentadas pela polícia e destacadas pelo MP na denúncia, a condição de sexo feminino da vítima foi determinante no crime e, por isso caracterizou-se como feminicídio.
Jairton, que era gerente em uma loja de tintas da capital acreana, fugiu após o crime e se entregou no início de novembro. Ele foi casado com Paula por 13 anos e também já tinha agredido a vítima em outras ocasiões, o que fez com ela tivesse conseguido uma medida protetiva contra ele.
Audiência pública discute situação alarmante de feminicídios no Acre
VÍDEOS: g1