
Paes deu início à obra do ponto de apoio da corporação ao lado do Hospital Miguel Couto
Rafael Nascimento/g1
As primeiras três bases da Força Municipal, o grupo de elite da Guarda Municipal do Rio, ficarão no Leblon, na Zona Sul, em Inhoaíba, na Zona Oeste, e em Piedade, na Zona Norte da cidade.
As informações formam divulgadas na manhã desta terça-feira (5) pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), durante o lançamento das obras de reforma do local onde será instalada a base dos agentes no Leblon.
📌Em junho, sem nenhum veto, Paes sancionou o Projeto de Lei Complementar (PLC) que regulamenta o usado de armas pela Guarda Municipal e cria uma divisão de elite para a instituição.
Na Zona Sul do Rio, a base ficará na Praça Nossa Senhora Auxiliadora, em frente do Hospital Municipal Miguel Couto, onde já existe um baseamento da GM desde 2010. Já as outras duas bases ficarão no Parque Oeste, em Inhoaíba, e no Parque Piedade, em Piedade.
A previsão é que a entrega seja até o final. Só a reforma da base do Leblon custará R$ 2,6 milhões aos cofres públicos. Por sua vez, o município diz que o orçamento das outras duas obras estão contempladas na construção dos dois parques.
De acordo com a prefeitura, cada base terá aproximadamente 500 metros quadrados de área construída e capacidade para receber até 200 agentes, totalizando 600 nas três unidades.
A meta da prefeitura é chegar a um efetivo de 4,2 mil agentes até 2028: 1,2 mil recrutados na Guarda Municipal e os demais sem contrato de servidores — nestes casos, as vagas são provisórias e com contratos de até seis anos.
Só a reforma da base do Leblon custará R$ 2,6 milhões aos cofres públicos
Marcos de Paula/Prefeitura do Rio
Os espaços contarão com setor administrativo, vestiários, refeitório, estacionamento e um paiol, área destinada à guarda de armamentos. As estruturas serão erguidas com blocos de concreto, laje reforçada e porta de segurança, para garantir proteção e controle.
De acordo com Paes, as intervenções acontecerão nas áreas de maior incidência de delitos, e as ações serão adaptadas às características de cada região.
“Temos visto uma série de problemas nos últimos anos na gestão da segurança do Rio de Janeiro. A gente teve uma decisão do STF que permitiu que as prefeituras passagem a cumprir esse papel [de polícia]. Entendemos que isso tem que ser feito com cautela. Não adianta ficar colocando um monte de polícia armado e cada um achando que tem uma missão diferente. Tem que ter clareza”, disse o prefeito, que completou:
“O trabalho da Guarda Armada é complementar o trabalho das polícias Civil e Militar. Agindo a partir das manchas, fazer isso com organização — como é feito em Nova York. Vamos fazer aqui um trabalho implementar. A tarefa de segurança pública será do Governo do Estado.”
Ao contrário da Polícia Militar, os agentes da GM não atenderão ocorrências pelo 190 ou 1746, não realizarão operações policiais voltadas ao enfrentamento do crime organizado nem investigações criminais e não farão fiscalizações de ordem pública ou controlarão multidões ou distúrbios.
A previsão é que 660 agentes sejam treinados ainda neste ano, em cursos com três meses de duração. A primeira turma, com 330 alunos, começa o curso em 1º de setembro; a segunda turma será formada a partir de 3 de novembro. O processo de seleção para essas turmas ainda não terminou: os recrutas precisaram passar por testes físicos e por avaliação psicológica.
Ao integrar a guarda armada, os agentes vão receber R$ 13.033, incluindo gratificações por risco e porte de armas.
O atual secretário de Ordem Pública (Seop), Brenno Carnevale, que comandará a Divisão de Elite da Guarda Municipal, não falou no lançamento.