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A mãe da mulher de 34 anos espancada pelo marido em um elevador no Distrito Federal, no início do mês, relatou à TV Globo nesta terça-feira (12) como encontrou a filha após as agressões.
Foi a mãe da vítima quem denunciou o genro, Cleber Lúcio Lopes, de 55 anos, à Polícia Civil do DF. Ela afirma que, ao chegar no hospital, viu a filha “em um estado de coma” em razão dos remédios que tinha tomado após ser agredida.
“Ela tomou uma medicação muito grande, muita medicação. Depois dessa medicação, ele [o agressor] levou ela para o hospital”, narrou a mãe, que preferiu não ser identificada.
“Quando eu cheguei no hospital, ela estava em um estado de coma pelas medicações. Ela não tava vendo nada, estava muito machucada, os médicos estavam muito nervosos. E quando eu vi a minha filha, eu achei que ela não voltava mais, que ela tinha perdido mesmo a vida ali”, conta.
Até ali, a mãe ainda não sabia que a filha era vítima de violência doméstica. O alerta veio dos próprios médicos.
“O médico falou: ‘Mãe, o que aconteceu com a sua filha é muito mais do que uma agressão. Ela está toda roxa. É um caso que você precisa procurar a polícia, é importante você registrar isso, procurar ajuda. É a vida dela que está em risco'”, relembrou a mãe na entrevista à TV Globo.
“Ela não acreditava que iria ser dessa forma, que aconteceria mais uma vez. Nessa hora, ela me falou: ‘Mãe, eu dei uma chance para ele. Eu não acreditava que ele teria coragem de novo’. Foi naquela hora que eu entendi que acontecia isso outras vezes”, disse.
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A vítima das agressões passou cinco dias internada em um hospital particular, em razão das agressões e da medicação que tomou em seguida.
Ela recebeu alta médica, mas foi encaminhada pela família para um hospital psiquiátrico, onde seguia internada até esta terça e sem previsão de alta.
A mãe contou que conversou com a filha nesta terça – e que ficou aliviada.
“As agressões foram mais agressões de pele, músculo e tudo. Fratura não teve, graças a Deus, foram mais escoriações mesmo. Mas, assim, eu falar com ela hoje, para mim, foi um alívio, porque ouvir que ela está tentando, que ela está reagindo, que ela está dando uma chance para ela mesma, é o que é mais importante, né?”, contou.
“Talvez se eu não tivesse agido, hoje ela não estaria ali, por outros motivos também. Então, assim, o apoio da família, o apoio de todos que a amam e daqueles que torcem por ela, é muito importante, está sendo muito importante nessa questão”, concluiu a mãe.
Empresário segue preso
Cleber Lúcio Borges é empresário de uma rede de lojas de móveis. Ele foi preso em flagrante na última quarta-feira (6) pela agressão e por um segundo motivo: posse ilegal de duas armas de fogo e de farta munição.
A defesa pediu a revogação da prisão, mas o pedido foi negado pela Justiça. Até esta terça, o suspeito seguia no Centro de Detenção Provisória (CDP), que fica no Complexo Penitenciário da Papuda.
A família da vítima pede que ele siga preso e o caso seja registrado como tentativa de feminicídio, – e não como lesão corporal, que tem pena mais leves, como ficou registrado na ocorrência.
“Eu venho aqui no meu nome e no nome de todos que estão também sensibilizados por esse caso pedir que seja feita uma revisão nesse crime, porque não é uma coisa comum, não é uma coisa a ser aceita. Se ele não matou fisicamente, muitas e muitas vezes ele tem matado emocionalmente. E sei lá, talvez chegaria uma hora que aconteceria fisicamente se essa situação não tivesse ido a público, não tivesse denunciado, disse a mãe.
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